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Café: comercialização e colheita da safra 2008/09

POR JULIO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 09/09/2008

7 MIN DE LEITURA

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Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o ritmo de negociação de café segue bastante lento no mercado brasileiro. Os preços oferecidos por compradores não têm estimulado produtores a ofertar. Nessa terça-feira, 9, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor fechou em R$ 259,82/sc de 60 kg, queda de 1,07% em relação ao dia anterior.

A Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, estimou uma safra de 45,85 milhões de sacas de café para 2008/09 no país, mas, de acordo com reportagem do Globo Rural, o Conselho Nacional do Café (CNC) prevê quebra na produção. "Já estamos calculando que devemos ter uma quebra de 30%. Já quebrou no Espírito Santo e está quebrando no sul de Minas e na região Sudeste inteira", esclareceu Gilson Ximenes, presidente do conselho.

De acordo com os novos valores do custo de produção para a cultura do café divulgados pela Conab, os gastos com a mão-de-obra é o item de maior custo para os produtores, com média de 40% do custo total. Em seguida, está o gasto com fertilizantes e defensivos, com aproximadamente 25% do total, na média de dez localidades pesquisadas. O café é a única cultura onde o gasto com fertilizantes não é o maior da safra.

Minas Gerais

Sul de Minas

Regiões produtoras de café do sul de Minas Gerais registraram chuvas em torno de 10 milímetros há aproximadamente duas semanas, que foram suficientes para causar a abertura de floradas em lavouras novas, e floradas de ponteiro em lavouras velhas, especialmente em municípios como Varginha, Alfenas, Três Pontas e Carmo do Rio Claro, áreas relativamente mais baixas, próximas à represa de Furnas.

Essas floradas formarão a safra que será colhida em 2009. No entanto, como a colheita atrasou e ainda está em andamento, floradas misturadas à colheita acabam gerando prejuízos na safra futura. Logo, estas floradas em lavouras novas, principalmente, resultarão em perdas na próxima safra. É o que conta Joaquim Goulart, gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé.

Este "encavalamento" entre colheita e floradas é uma preocupação constante nas regiões produtoras, com o atraso em alguns casos de mais de um mês nos trabalhos. Floradas em meio à colheita usualmente geram prejuízos adiante. A partir de agora, deste período, chuvas costumam levar à abertura das floradas que vão vingar na safra do ano seguinte.

Apesar das chuvas, que foram de certa forma isoladas, a colheita de café nas regiões de atuação da Cooxupé evoluiu satisfatoriamente na última semana. No geral, os trabalhos andaram bem, chegando a 70% no Sul de Minas, de acordo com o gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé, Joaquim Goulart. A meta de recebimento de café pela Cooperativa em 2008 é de 5 milhões de sacas.

Segundo Mário Panhota, gerente comercial da Cooperativa, a comercialização não mudou quase nada nesta última semana, estando 40% da safra comprometida em CPRs, que já começaram a ser liquidadas. "As vendas estão retraídas, e o volume de oferta está bastante reduzido", afirmou.

Cerrado

De acordo com o presidente do Conselho das Associações de Cafeicultores do Cerrado (Caccer), Francisco Sérgio de Assis, a comercialização de café continua muito lenta no Cerrado Mineiro. Os preços não remuneram o produtor, que seguram a oferta. O cafeicultor sabe que ano que vem terá uma safra menor e por isso neste ano precisa fazer boas vendas para, na média de um ano de safra mais cheia com outro ano mais fraco, ter melhores rendimentos.

"Quem não mecanizar a lavoura, encontra agora uma situação difícil", avalia. Os financiamentos mais abundantes no ano do governo contribuem para ajudar o cafeicultor a reter a oferta. Com custos mais altos com a adubação, os produtores poderão reduzir os tratos culturais no período entre outubro e novembro, o que pode resultar em efeitos negativos na produção em safras futuras.

Hoje, aproximadamente 45-50% da safra está comprometida com troca por insumos, negócios futuros e CPR, com muito pouco negócio no mercado físico. "Os cafeicultores estão segurando as vendas, pois somente agora o valor pago pela saca está cobrindo os custos de produção", afirmou. Em relação ao ano passado, entretanto, a comercialização está em níveis bastante semelhantes. Segundo o presidente do Caccer, a mão-de-obra ainda é escassa e mesmo com uma diária média de R$ 45,00 está difícil de encontrar panhadores.

A colheita no cerrado mineiro evolui satisfatoriamente, com clima favorável. De acordo com Francisco Sérgio de Assis, presidente do Caccer, 80% da safra está colhida, sendo que a metade já foi beneficiada. Segundo ele, os trabalhos com a colheita devem se estender até meados de outubro. Wilson José de Oliveira, vice-presidente do Caccer, não descarta a possibilidade de a produção total ser menor do que a estimada pela Conab, em função de problemas climáticos, atraso nas chuvas e redução de tratos culturais ocorridos no ano passado.

Zona da Mata

Na região de atuação da Coopercafé, Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Caratinga, na Zona da Mata, a escassez da mão-de-obra atrapalha o andamento dos trabalhos. Até o fim da semana passada, a colheita atingia 90% do total, segundo o gerente de comercialização da Cooperativa, Paulo Tavares. A comercialização é bastante tímida: "se vende um lote aqui, outro ali, mas nada de expressão", afirmou Tavares. Projeta-se que 58% já tenham sido comercializado ou comprometidos por meio de CPRs e negócios futuros.

Gráfico 1. Evolução da comercialização de café arábica no estado de Minas Gerais (%)


Fonte: Cooperativas, Agência Safras. Elaboração CaféPoint

São Paulo

No decorrer da última semana, as condições climáticas satisfatórias na região de atuação da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca (Cocapec), no norte de São Paulo, ajudaram na evolução da colheita de café. Segundo Anselmo Magno de Paula, gerente de comercialização, estima-se que 80% já foram colhidos até o momento. Entretanto, "a peneira está um pouco baixa quando comparada a outros anos", afirmou.

Já a comercialização está praticamente parada. "Nada foi vendido desde o final da outra semana", afirmou Magno de Paula. Estima-se que apenas 5% da safra nova já tenha sido comercializada através de negócios para entrega futura ou CPRs (Cédula de Produto Rural), enquanto ainda restam 20% da safra passada (2007/08).

Segundo Aurélio Giroto, engenheiro agrônomo da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Marília (Coopermar), atuante no centro-oeste de São Paulo, até o final da semana passada os trabalhos de colheita de café atingiram 85%, com previsão de que termine no final de setembro. Segundo Giroto, a comercialização está paralisada, pois os preços atuais não agradam e há grande expectativa em torno do Pepro. Estima-se que apenas 10% da safra nova tenha sido comercializada (entrega futura ou CPRs).

Gráfico 2. Evolução da comercialização de café arábica no estado de São Paulo (%)


*Inclui safra 2007/08 (80%)
Fonte: Cooperativas, Agência Safras. Elaboração CaféPoint

Espírito Santo

Segundo Marcus Magalhães, da Maros Corretora, a colheita de arábica no Espírito Santo caminha para reta final, atingindo 80% com o bom andamento dos trabalhos diante de clima seco. A previsão é que a colheita termine ainda neste mês. "Os produtores ainda têm enfrentado problemas com falta de mão-de-obra e custos mais altos e os negócios não estão fluindo na proporção desejada", disse Marcus.

De acordo com Magalhães, os produtores estão esperando uma possível correção do dólar, acreditando que a saída da moeda do país (que começa a apresentar balança comercial deficitária), irá ajudar na recuperação da divisa norte-americana. Marcus não acredita em mais baixas das cotações, e está otimista quanto aos próximos meses, pois segundo ele, "é difícil a situação ficar pior do que já está". O corretor ainda falou em quebra de produção: 10% para o arábica produzido no Espírito Santo e 15% para o conilon, aproximadamente.

Quanto à comercialização, o mercado segue muito calmo, com sensação de que o momento é de entressafra. Marcus indica que 40% da safra nova de conilon e cerca de 30% do arábica já foram comercializados de forma física ou para entrega futura.

Segundo relatório do Cepea, em agosto, apesar do maior volume de robusta disponível para venda, os produtores de conilon seguiram retraídos, no aguardo de preços melhores. Exportadores enfrentaram dificuldade para escoar o grão no início do mês, devido a problemas como o número insuficiente de contêineres no porto de Vitória/ES.

Em agosto, o robusta tipo 6, peneira 13 acima, foi comercializado à média de R$ 214,21/sc de 60 kg, queda de 1,08% sobre a média de julho; para o tipo 7/8 bica corrida, a média foi de R$ 209,65/sc, recuo de 0,82% no mesmo período, ambos a retirar no Espírito Santo.

Paraná

Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná, a colheita de café da safra deste ano no estado chegou a 87,2%. No momento, 100% das lavouras cafeeiras encontra-se no estágio de maturação. O Deral informa ainda que 34,5% da produção de café da safra 2008 já foi comercializada até o dia 25 de agosto, e considera encerradas as vendas de 2007. Segundo a última estimativa do Deral, o Paraná deverá produzir de 2,47 a 2,5 milhões de sacas de café.

Bahia

Segundo Antônio Carlos Berengue, diretor administrativo e financeiro da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), os trabalhos de colheita, favorecidos pelas condições climáticas, estão em 90%, com avanço da comercialização. A necessidade de dinheiro para a colheita e para a compra de adubo acelerou um pouco as vendas. De acordo com Berengue, aproximadamente 50% da safra nova já foi negociada por meio de CPRs, embarques futuros e venda para indústria.

Gráfico 3. Evolução da comercialização de café arábica no Paraná, Espírito Santo e Bahia (%)


Fonte: Maros Corretora, Deral, Assocafé. Elaboração CaféPoint

Com informações de Laura Ruschel e Lessandro Carvalho, da Agência Safras.

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MARCOS ANTONIO DOS REIS TEIXEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 09/09/2008

Caro Julio Frare,

Sou Gerente da Copacafé de Capelinha (nordeste de minas), a única cooperativa que pode representar a região da Chapada de Minas dentro da divisão estadual de áreas cafeeiras. Venho nos colocar à disposição para fornecer dados estatísticos da cafeicultura e acrescentar a região da Chapada nos artigos do site.

Creio ser esta uma iniciativa importante para que a região nordeste de minas venha a tomar destaque e se colocar junto às demais nas estatísticas de produção de café do estado e também contribuir para uma melhor avaliação geral dos dados da atividade.

<b>Resposta do CaféPoint</b>

Prezado sr. Marcos Teixeira,

Obrigado pela atenção. Passaremos a incluir a região nordeste de Minas nas estatísticas a partir da semana que vem. Creio que quanto mais completa a abrangência de informações, melhor para todos.

Atenciosamente,
Julio Frare

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