Negociações com o Governo

Desde a semana passada, quando o setor produtor, representado por Conselho Nacional do Café (CNC), Comissão Nacional do Café da CNA e Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cafeicultura, reuniu-se com os secretários executivo, José Carlos Vaz, de Produção e Agroenergia, Gerardo Fontelles, e com o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Edilson Alcântara, aguarda-se um posicionamento do governo federal sobre a proposta apresentada e prontamente endossada pelo staff da Pasta.

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, afirma ter convicção de que o governo terá a sensibilidade necessária em relação às solicitações do grupo citado acima sobre meios de proteção ao produtor ( confira aqui mais a respeito ) e, certamente, na próxima semana, já será possível o encaminhamento desse projeto. Isso porque os representantes do governo entenderam como "viável" a proposta, haja vista que não gerará impacto orçamentário, considerando que está vinculada diretamente aos R$ 1,5 bilhão do Funcafé já aprovados para a estocagem na safra atual.

Além disso, é fundamental que se adote uma ação nesse momento para que os preços possam se recuperar. Para isso, existe a confiança de que o governo federal honrará o compromisso assumido e permitirá aos produtores, já tomadores ou que ainda venham a adquirir os recursos do Funcafé destinados à estocagem na safra 2012, vender seu café a preços remunerativos.

Mercado

Os contratos futuros do café arábica fecharam praticamente inalterados em relação à semana anterior na Bolsa de Nova York, em uma semana marcada por intensa volatilidade. Entre a mínima e a máxima registradas no período, houve uma diferença de aproximadamente 900 pontos, ou mais de 6%. As cotações apontavam fortes perdas nos primeiros pregões por força de um intenso movimento de vendas dos fundos, que alcançaram, na semana anterior, uma posição líquida de 24 mil contratos "short".

Com alguns desses grandes players liquidando as apostas de que os preços iriam cair, o mercado apresentou recuperação no meio da semana, mas novos movimentos especulativos e de realização de lucros dos comprados, nesta sexta-feira, praticamente anularam os ganhos.

De acordo com relatório do Rabobank, os preços do café arábica devem subir em 2013 com suporte do aumento da demanda e de compras para recompor estoques. Contribuindo para a expectativa do banco holandês, a Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo, em sua primeira estimativa de produção para o próximo ano, divulgou, na quinta-feira (29/11), que a safra 2013 do grão na sua área de atuação terá queda de 25% na comparação com 2012. ( confira aqui mais informações a respeito )

20°ENCAFÉ

O setor industrial do café contou com seu maior evento esta semana. Ocorrido na Bahia, o evento organizado pela ABIC - Associação Brasileira da Indústria do Café reuniu diversas lideranças do setor nacional, em níveis privado e público, a fim de apresentar novos projetos à cadeia industrial do café e discutir ações desenvolvidas durante este ano. Discorreu-se sobre projetos do Governo Federal; planos de financiamentos de fortes instituições financeiras; necessidades de inovações tecnológicas, tanto em níveis de maquinário como em gestão e marketing de produto; estratégias para incentivo às exportações; análise de custos aos torrefadores; benefícios comprovados do café à saúde humana; métodos de detecção de impurezas do café, entre outros temas relevantes à cadeia. Américo Sato, presidente da ABIC, definiu a bandeira do evento como "a de discutir estratégias para o desenvolvimento do setor, a curto, médio e longo prazos". O balanço geral foi de otimismo com o desenvolvimento do setor, mas com necessidade de muitos esforços para que se atinja as metas discutidas, com o tema ´inovação´ se destacando como o ponto transversal fundamental a todas as áreas da cadeia.

Algumas instituições que participaram com palestras e mesas redondas: OIC, MAPA/SPAE/DCAF/FUNCAFÉ, MDIC, BNDES, CAIXA, Banco do Nordeste, APEX, SEBRAE, SENAI, INCOR, UFRJ, Sindicafé-MG, Kantar Worldpanel, Baggio Coffees, Café Itamaraty, Federação dos Cafeicultores do Cerrado, South University School of Pharmacy, ID´OR, além da própria ABIC.

As informações são do CNC e do CaféPoint.