ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

As novas profissões do campo

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 14/11/2012

7 MIN DE LEITURA

0
0
* Por Adriano Lira e Fabiana Vasconcelos

De 30 anos para cá, o acelerado desenvolvimento tecnológico do agronegócio mudou a cara do campo, com o avanço da produtividade das lavouras e da agroindústria, e trouxe novas oportunidades para profissionais e empreendedores. "Gerações de profissionais das ciências agrárias se formaram com a informação de que a economia rural está baseada no tripé terra, capital e trabalho. Mas um quarto fator se soma atualmente àqueles três: a tecnologia", diz Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas.

De fato, especialidades como genética, ciência espacial, informática e biotecnologia estão mais próximas do campo. É o que mostra o Atlas do Espaço Rural Brasileiro, divulgado em outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo teve como principal destaque a modernização das produções. Uma das conclusões do trabalho é justamente esta: a maior parte do setor está aproveitando as novas tecnologias disponíveis em suas culturas.

Para atender a essa crescente demanda por tecnologia e gestão, a oferta de cursos destinados ao agronegócio também se diversificou. As tradicionais formações em agronomia, veterinária e zootecnia se ramificaram e deram origem a profissões mais especializadas. Levantamento realizado pelo Globo Rural chegou a 95 especializações, graduações e pós-graduações que surgiram nos últimos anos como resultado dessa "revolução" no campo. "Em uma área que se desenvolve por meio de novas tecnologias, é importante acompanhar essas inovações", diz Jeffrey Abrahams, sócio-fundador da Abrahams Executive Search, consultoria da área de recursos humanos.

"O desenvolvimento de profissionais em segmentos mais específicos da agropecuária segue a evolução tecnológica do setor. Hoje, você não pode dominar o clima, mas pode dominar a genética do seu gado e as condições do solo", diz.

Para Juarez Lopes, agrônomo e coordenador das Câmaras de Agronomia do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, essas novas áreas são capazes de cobrir assuntos que não são abordados com profundidade pelas faculdades tradicionais ou nem sequer são ensinados nessas instituições. A seguir, apresentamos alguns exemplos das novas carreiras do campo.

Mecanização em Agricultura de Precisão

AIlan Siriani, de 30 anos, desde que se formou no colégio, trabalha com tecnologia da informação (TI). Apaixonado por informática, o paulista natural de Marina diz que, depois de algum tempo na profissão, percebeu que precisava mudar de área. "Eu vi que o mercado estava ficando saturado de programadores de computador."

Na internet, Siriani encontrou a graduação em mecanização em agricultura de precisão, apelidada por ele de "TI da fazenda". O curso da Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura (Fatec), em Pompéia, tem como objetivo ensinar os pormenores das novas tecnologias da agricultura - de tratores a mapeamento via satélite.

Siriani ingressou na Fatec em 2009. Sua decisão foi baseada em um palpite que acertou em cheio no que falam os especialistas no mercado de trabalho do Brasil: a falta de mão de obra qualificada. "Vi que a área de tecnologia do agronegócio estava em expansão e existem poucos profissionais capacitados nesse segmento."

Prestes a se formar, Siriani hoje trabalha na Jacto, empresa fundada por Shunji Nishimura - o mesmo criador da Fatec. Diz estar feliz por ter descoberto a parte tecnológica da agricultura. "Gosto muito de trabalhar com máquinas no campo. Nem sabia o que era isso antes, mas hoje estou contente. Pretendo ficar por aqui."

"Vi que a área de programação de computadores estava saturada e a de tecnologia do agronegócio em expansão"

Allan Siriani, Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura (Fatec), em Pompéia (SP)

Gestão de Equinocultura

Matheus de Oliveira nunca sentiu dúvidas quanto à carreira que devia seguir. O paulista de 19 anos diz que sonha em ser domador de cavalos desde os 15 anos, quando ainda morava em sua cidade natal, Catanduva, e fazia bicos nas fazendas vizinhas guiando gado. "Desde pequeno já montava em cavalos chucros. Sempre quis domar cavalos."

Prestes a se formar em gestão em equinocultura, curso de graduação oferecido pela Universidade de Sorocaba (Uniso) em parceria com a Universidade do Cavalo (UC), Oliveira vê esse sonho se aproximar a cada dia. "Termino a faculdade em dezembro já com uma proposta de trabalho", diz, animado. A preocupação em ter uma formação reconhecida pelo mercado de trabalho foi o que fez Oliveira entrar na faculdade. "É um diferencial", diz.

O paulista descobriu o curso pela internet mesmo, quando planejava seus próximos passos depois da formatura no colégio. As aulas, divididas em manejo, saúde, administração e equitação, são lecionadas nas duas instituições: as teóricas na Uniso e as práticas na UC. "Eles são bastante rigorosos com o que ensinam. Você precisa se esforçar", diz.

E esforço não falta para Oliveira. Além das aulas, o paulista também estagia na UC durante seis dias na semana. A rotina é corrida, mas ele não reclama. "Quero colocar comida na minha casa com o dinheiro que eu ganhar na minha nova profissão, a de domador de cavalos. É o futuro que escolhi para mim."

"Quero colocar comida na minha casa com o dinheiro que eu ganhar na minha nova profissão, a de domador de cavalos"

Matheus de Oliveira, Universidade de Sorocaba (Uniso), Sorocaba (SP)

Bioinformática

Carrijo foi aluno do doutorado em bioinformática na USP e hoje é analista de pesquisa e desenvolvimento do Laboratório Multiusuário de Bioinformática da Embrapa, em Campinas (SP). O profissional da área utiliza a informática no estudo da biologia, mais precisamente no que diz respeito à genética.

Os genes são as unidades responsáveis por uma determinada característica de um animal ou planta. "No laboratório, identificamos genes com propriedades de interesse econômico que possam gerar uma maior produtividade ou que sejam resistentes a uma determinada praga, por exemplo", afirma.

De acordo com Helaine Carrer, ex-coordenadora do Programa de Bioinformática da USP e professora da Esalq, a informática é muito importante para o avanço das pesquisas em genética. "Como as sequências de genes são gigantescas, é quase impossível fazer mapeamentos sem o auxílio do computador."

O Programa de Bioinformática, que também tem cursos de mestrado, é formado por unidades de campos de atuação bem diferentes: os alunos têm professores dos departamentos de agricultura, biociências, química, ciências humanas e matemática. As disciplinas são optativas: cada aluno, junto com seu orientador, pode escolher as matérias nas quais tiver mais interesse.

"No laboratório, identificamos genes com propriedades de interesse econômico que possam gerar uma maior produtividade"

Leandro Carrilo, Universidade de São Paulo (USP), em Campinas (SP)

Fitossanidade

Letícia Santiago, de 28 anos, nem pensava em trabalhar em uma área relacionada ao agronegócio quando começou a estudar engenharia bioquímica. Porém, desde o ano passado, ela trabalha na Bayer CropScience, braço da empresa criadora da Aspirina ligado ao agronegócio. "As oportunidades que apareceram na minha vida me aproximaram do setor", diz.

Hoje, Letícia ocupa o cargo de química sênior da Bayer CropScience. Seu trabalho é uma das várias etapas necessárias para que um defensivo agrícola possa ser colocado no mercado. Os defensivos deixam resíduos nas plantas, e cada fabricante deve propor uma concentração segura para o consumo humano. "Fazemos análises de resíduos em várias culturas. As mais importantes são café, soja, algodão, trigo e batata."

Para aprimorar seus conhecimentos, Letícia entrou no MBA de fitossanidade do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). "O curso aborda técnicas sobre como cuidar da saúde de uma plantação, fazendo o controle de insetos, plantas e doenças", diz Hamilton Humberto Ramos, coordenador do curso.

Para Letícia, um dos destaques do MBA em fitos-sanidade é a junção entre o conteúdo relativo à sua área de atuação e técnicas de gestão. "O curso também tem módulos de marketing e administração, que garantem uma formação mais ampla", afirma.

"Sou bioquímica e não pensava em trabalhar no agronegócio, mas as oportunidades me aproximaram do setor"

Letícia Santiago, Instituto Agronômico de Campinas, em Campinas (SP)

Ciência e Tecnologia da Madeira

Desde 1984, quando se formou em agronomia, a história de Sérgio Ferreira, de 54 anos, esteve ligada à produção madeireira. Depois de sair da universidade, Ferreira trabalhou para a Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Ele era o responsável pela compra de dormentes para os trilhos das ferrovias. "Cheguei a inspecionar madeira do Pantanal, Amazônia, Paraguai e Bolívia", conta.

Hoje, Ferreira é proprietário da Madeireira Correa Barros, em Lavras (MG). E, para conhecer melhor a mercadoria com que trabalha, ele resolveu voltar aos estudos: fez mestrado em engenharia florestal e se tornou doutor em ciência e tecnologia da madeira pela Universidade Federal de Lavras (Ufla).

O Programa de Ciência e Tecnologia da Madeira da Ufla oferece cursos de mestrado e doutorado. Criado em 2007, ainda é novidade na área. "Não conhecemos nenhum lugar que tenha um curso como o nosso", diz José Reinaldo da Silva, coordenador do programa.

Para Sérgio, Lavras está passando por um grande crescimento. "A educação para o agronegócio é uma das principais razões desse progresso, pois a Ufla é referência nacional em ciências agrárias."

"A educação para o agronegócio favorece o progresso de Lavras, hoje centro nacional em ciências agrárias"

Sérgio Ferreira, Universidade Federal de Lavras (Ufla), Lavras (MG)

As informações são do Globo Rural, adaptadas pela Equipe AgriPoint.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures