Os lucros com exportações de café arábica da Etiópia deverão aumentar em 25%, para cerca de US$ 900 milhões em 2014/2015 devido aos maiores preços após a seca ter prejudicado as plantas no maior produtor de café do mundo, o Brasil, disse um grupo da indústria.
Os preços do café arábica na Bolsa de Commodities da Etiópia poderão ficar em média em US$ 2 por libra se as ofertas de grãos no mercado mundial estiverem apertadas, disse o gerente geral da Associação de Exportadores de Café da Etiópia, Alemseged Assefa. A Etiópia é o maior produtor de café da África.
“Os preços estão favoráveis nesse ano, por causa da seca na região de café do Brasil”, disse ele. “Presumimos que o preço continuará por causa da seca”.
O arábica aumentou em 71% em Nova York desde janeiro após a seca ter prejudicado as plantações no Brasil, maior exportador mundial de grãos, impulsionando especulação de que o consumo poderá ultrapassar a oferta. Os problemas brasileiros vieram à medida que as plantações da América Central, México e Peru lutam para recuperar a colheita da ferrugem, que reduziu o rendimento na região nos últimos dois anos.
O café arábica para entrega em dezembro aumentou em 1,5%, para US$ 1,89 por libra no ICE Futures U.S., caindo em 12% com relação ao recorde de dois anos em abril.
A Etiópia teve US$ 719 milhões em exportações de café nos 12 meses até 7 de julho, caindo em 3,7% com relação ao ano anterior. O volume de exportações caiu em 4,1%, para 191.000 toneladas. O país pode produzir cerca de 500.000 toneladas de grãos nesse ano, com cerca de metade da colheita vendida fora do país, disse Alemseged.
O consumo dentro da Etiópia, segunda nação mais populosa da África subsaariana, é responsável pelo restante das vendas, com o consumo médio de café de duas a três vezes por dia e cerimônias de café de forma tradicional para convidados, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Os preços devem ficar em um “alcance de estável a alto”, de até US$ 1,80 por libra nesse ano, disse o gerente geral da Mochaland Import and Export, Fekade Mamo. “Esse déficit é real”.
A expansão de plantações em áreas de produção de café podem ajudar a impulsionar a colheita, disse Alemseged.
A Horizon Plantations, companhia que pertence ao bilionário Mohamed al-Amoudi, comprou 10.000 hectares de fazendas de café Bebeka e 12.114 hectares de Limmu no ano passado.
A reportagem é do Bloomberg/ Tradução por Juliana Santin