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Revendo as políticas agrícola e agrária |
MARCOS SAWAYA JANK
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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 19/10/2006
Marcos,
O grave problema de nossa estrutura governamental é que ela é voltada para a urna e não para a realidade do País. Em outras palavras, grandes agricultores não rendem votos (veja o desempenho do presidente nas regiões mais abastadas), mas os pequenos, menos favorecidos pelas tranqüilidades financeiras, estes sim, assistidos pelos programas "assistencialóides" bolsa-escola, vale-gás, economia familiar, vão às urnas, despreocupadamente, deixar seu sufrágio em favor do pai-governante, que lhes oferece o óbulo na hora necessária. Faz-nos, a situação, lembrar o texto de uma música de Luiz Gonzaga, que, mais ou menos, diz que "uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de tristeza ou vicia o cidadão". Infelizmente, o número de viciados é cada vez maior. Daí o expressivo número de optantes pela reeleição do desastre lulista. Aos "descamisados" de Fernando Collor e aos "sem-terra" de Lula pouco importa que o grande produtor, que leva em realidade o alimento às nossas mesas, esteja passando por dificuldades intermináveis para manter seu negócio e explodir a balança comercial pátria com seu "superávit", muitas vezes pagando para produzir. A falsa idéia de que o pequeno produtor é que mantém o sistema é facilmente desmascarada, se fizermos uma simples abstração das grandes produções da massa produtiva nacional: o que sobra não é suficiente nem para o mercado interno, quanto mais para a exportação. Mas, ganhar o peixe é muito melhor do que ter que pescá-lo. E o nosso governo prefere continuar a doar o alimento do que incentivar o seu plantio. Para isso, pouco importam a irrigação, a pesquisa, a defesa sanitária, a extensão rural e as novas tecnologias. O que vale mesmo é o milhão de votos, que manterá o erro por mais quatro anos. |
UBALDINO DANTAS MACHADOLAVRAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 10/10/2006
Sem maiores comentários, ao querer atribuir o sucesso de produção e produtividade do agronegócio brasileiro ao atual governo, só serão perdoados os que vivem na santa ignorância do conhecimento agronômico, pois todo esses resultados são de longos anos de experiências, de pesquisas, de investimentos gigantescos nas instituições públicas desse País.
O que tememos é que, com a falta de sensibilidade dos atuais dirigentes, venham a castrar a Embrapa de seus recursos vitais, tanto para as pesquisas como principalmente e fundamentalmente na formação dos recursos humanos. Tradicionalmente gasta-se 10 anos para se formar um Doutor. Como está a renovação e substituição dos que estão se aposentando? A falta de recursos humanos preparados é o próximo desafio. Parabéns ao Marcos Jank, que soube enfocar perfeitamente os pontos vitais e daqui para frente se faz necessário muita coragem, honestidade política e decisão para implantarmos as recomendações. |
PABLO RIET CORREAPEDRA PRETA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 10/10/2006
É certo que o agronegócio tem que crescer, inclusive eu trabalho com rastreabilidade para os pecuaristas. Mas temos que ter consciência de que, em primeiro lugar, estão os mais necessitados, como pequenos agricultores e miseráveis que não tem acesso ao mínimo (estudo e comida), e é isso que esse governo está fazendo.
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JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVABELO HORIZONTE - MINAS GERAIS EM 09/10/2006
É sempre bom que o governo promova sua política agrícola tendo sempre como Norte qual o real papel do Estado e quais políticas terão impacto mais relevante e abrangente possível. Pensar que política agrícola é mais que AGF e EGF é um primeiro passo.
Mas seria interessante se os produtores rurais repensassem o seu modelo de organização, de modo a fortalecer a base do sistema agroindustrial, e o elo mais frágil deste sistema. Será que o atual modelo de organização (com base nos sindicatos municipais) das federações de agricultura é adequado? Será que representa o anseio de todos os produtores indistintamente? Será que a correlação de forças políticas nos sindicatos beneficia a maioria dos produtores? Será que agricultores familiares sentem-se incluídos no sistema representativo? Será que não ocorre discriminação na agenda das federações com determinados complexos agroindustriais em alguns Estados da Federação? Daí eu ter pensado ultimamente no sistema de organização das indústrias. As federações são fortes e os sindicatos são setoriais. Cada sindicato tem poder de propor políticas junto ao governo com bastante propriedade e conhecimento de causa. Defendem duramente a posição das indústrias nas cadeias de suprimentos. Ocupam seus espaços naturalmente. Acho que os produtores deveriam repensar em seus sindicatos, tendo como base de organização (que poderia ter um aspecto regional) a cadeia produtiva que está inserido. Seria o primeiro passo para produtores (falo da voz que vem de dentro das porteiras e não dos gabinetes das capitais) falarem grosso perante os outros atores das cadeias produtivas em que estão inseridos e perante o governo. José Eduardo F. da Silva Engº Agrônomo e Especialista em Gestão do Agronegócio |
JOSÉ ROBERTO PIRES WEBERDOM PEDRITO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE EM 06/10/2006
O artigo é a síntese do que certamente pensam os produtores rurais deste país. Acrescentaria apenas, para ser altamente explícito, a necessidade da implantação de uma política agrícola moderna, estável e adequada à diversidade das diversas culturas e atividades pecuárias desenvolvidas no Brasil. Tal fato viabilizaria um planejamento de médio e longo prazo, hoje impossível de ser efetivado, bem como traria segurança e, mais que isso, confiança para que pudéssemos investir com tranqüilidade, eis que competência, data vênia, não nos falta.
Talvez o autor devesse desenvolver mais as idéias condensadamente expostas, de forma que servissem de subsídio para o próximo Governo Federal. Efusivos cumprimentos pela clareza, competência e lucidez do comentário. José Roberto Pires Weber Presidente da FEBRAC - Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça e da Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares, bem como pecuarista e orizicultor em Dom Pedrito, RS |
JORGE ERNESTO MACEDO GEISELRIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO EM 06/10/2006
Um excelente artigo, embora muito moderado, quando não defende a pura extinção do Ministério Sem-Terra. A incorporação traria os vícios de origem. Mas o artigo e a carta de Jorge Humberto Toldo, fazem renascer esperanças em nossos corações.
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JORGE HUMBERTO TOLDOJUSSARA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 06/10/2006
Gostaria de parabenizar o artigo, não é só o que critica mas oferece soluções também, e boas soluções, isso muito importante.
Gostaria ainda de acrescentar, se me permite, que essa visão do agronegócio brasileiro por parte do governo, estende-se também aos outros setores produtivos do país. Em resumo, acho que podemos dizer que o país não terá crescimento e desenvolvimento enquanto não mudar esse pensamento, que na verdade só beneficia as grandes corporações. Essas mesmas com ideais escusos, com políticas extrativistas voltadas às suas matrizes, com objetivo único de manter o velho Brasil ainda colônia. Enquanto não tivermos um governo que pense (e age) no Brasil como país soberano e em desenvolvimento, com políticas voltadas para o Brasil e não interesses escusos de uma minoria, não teremos chance de crescer. Seremos sempre colônia. Jorge H. Toldo |
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