Foto ilustrativa: Divulgação/WBC - Amanda Wilson

A qualidade, a diferenciação e o valor agregado são elementos fundamentais de competitividade para a indústria de café da Colômbia, destacaram especialistas internacionais que participaram do LXXX Congresso Nacional de Cafeicultores.

Os representantes de diferentes regiões cafeeiras da Colômbia que discutiram o novo Plano Estratégico 2015-2020 da Federação conheceram em primeira mão as previsões de demanda de café de alta qualidade em mercados tão importantes como Estados Unidos e Japão, e como organizações de produtores e companhias sofisticadas têm buscado alavancar a reputação de qualidade e os padrões como elementos de competitividade no mercado.

O diretor executivo da Associação de Cafés Especiais dos Estados Unidos (SCAA, da sigla em inglês), Ric Rhinehart, o mexicano, Ramón González, diretor do Conselho Regulador de Tequila e presidente do OriGIn (Rede Internacional das Indicações Geográficas) e Takashi Wasa, vice-presidente sênior de mercado da Coca-Cola Japão, participaram como convidados no segundo dia do Congresso.

Rhinehart revisou as perspectivas de mercado de café de qualidade tanto em mercados tradicionais, como internacionais. Ele destacou que muitos analistas desconhecem o que está acontecendo nos mercados mais maduros, onde o consumo fora de casa e de doses individuais está transformando a indústria e gerando maior interesse pelos cafés de alta qualidade em mercados supostamente “maduros”.

Além disso, as novas gerações de consumidores, conhecidos como “Millenials”, não somente exigem qualidade, mas sim, melhor informação sobre o produto que consomem e mostrou aos cafeicultores colombianos as importantes oportunidades que representam esses novos e jovens consumidores.

“Posso chegar aqui e ver mais jovens, mais mulheres, com mais coração, mais pessoas diferentes. Esse é o futuro da cafeicultura e do mercado de consumidores”, disse Rhinehart, em alusão à importância do relevo geracional na indústria, do produtor ao consumidor, e a diversidade e crescente demanda de cafés de qualidade e valor agregado.

No marco do Congresso Cafeeiro, Rhinehart destacou que a institucionalidade cafeeira colombiana é invejada em outros países produtores do mundo e que, em seu conceito, o realizado pela Federação em termos de conversão produtiva é outro exemplo de como se pode competir com ações articuladas que outros países produtores não podem replicar facilmente.

Por seu lado, González ressaltou como no mundo das denominações de origem é necessário trabalhar com padrões de qualidade para ganhar reputação, confiança e credibilidade dos clientes e consumidores.

“A experiência da tequila tem demonstrado que somente a partir da definição de padrões de origem e qualidade se pode construir uma indústria viável, que gera valor e viabilidade econômica”, disse ele.

Ao destacar a necessidade de estabelecer regras de qualidade e de rastreabilidade, González destacou que essas também são necessárias para evitar que uma Denominação de Origem se converta em um descritivo genérico que não gere nenhum valor aos consumidores e produtores, evitando os abusos por parte dos comerciantes e infratores.

González destacou também que a Federação de Cafeicultores da Colômbia é vista como uma referência internacional no mundo das denominações de origem por seu trabalho associativo e de defesa de sua origem e da qualidade.

“Pode-se constatar seu profissionalismo e dedicação, sua capacidade científica e de inovação. Vocês têm nessa organização e seu posicionamento de café um grande atrativo de competitividade que devem preservar, proteger e fortalecer”.

Por sua vez, Wasa mostrou o empenho e o trabalho associados à qualidade por parte dos cafeicultores colombianos são atributos diferenciais que sua companhia levará aos mercados em 2015.

Ele disse que esse ano a companhia celebrou os 20 anos da tradicional bebida “Georgia Emerald Mountain”, com uma edição especial com grãos de café Emerald Mountain 100% colombiano de alta qualidade. Wasa disse que a campanha de 2015 para a bebida, que é a número um do mercado japonês de bebidas “prontas para consumir”, será baseada na paixão e no esforço dos cafeicultores colombianos.

Campanhas de celebração à tradição e qualidade de produtos com café colombiano reconhecem a origem como um dos mais apetecidos e prestigiosos do mundo e brindam uma consciência aos consumidores e à indústria em geral sobre a diferenciação e a qualidade.

O posicionamento de uma marca como Georgia Emerald Mountain se baseia primeiro de tudo na qualidade como elemento diferenciador, disse Wasa. A partir desse posicionamento, podemos conquistar mais consumidores e gerar benefícios ao longo da cadeia, começando pelo produto.

Em 2013, o Japão foi o quarto importador de café a nível mundial com 8 milhões de sacas, depois dos Estados Unidos, Alemanha e Itália. É o segundo comprador de café colombiano depois dos Estados Unidos, com 1,1 milhão de saca em média anual nos últimos anos.

A reportagem é do https://www.federaciondecafeteros.org / Tradução por Juliana Santin