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Produtores de café da América Central temem falência por causa de ferrugem

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/09/2013

4 MIN DE LEITURA

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Oficiais da indústria de café da América Central disseram que a colheita de café arábica da região está resistindo ao surto do fungo que causa a ferrugem do café, mas isto não é verdadeiro para os pequenos produtores, como Graciela Alvarenga. Sua fazenda de 0,3 hectares na região de El Paraíso, em Honduras, próximo à fronteira com a Nicarágua, foi muito afetada. Agora, ela usa as folhas secas e os galhos de seus cafezais como lenha para preparar seu café da manhã. “Nesse ano, não acho que produziremos alguma coisa”, disse ela. “Perdemos quase a fazenda inteira”.

Um crescente grupo de produtores de café na região, como Alvarenga, disse que suas colheitas estão sofrendo danos bem maiores do que as estimativas de suas próprias associações sugerem. Embora a Organização Internacional de Café (OIC) tenha previsto em março que a ferrugem do café, conhecida como “roya”, iria reduzir a produção regional em um quinto, uma pesquisa feita pela Reuters com líderes da indústria de café em julho previu uma queda mais modesta, de 4,7%.

“Existem cada vez mais vozes sugerindo que os danos foram menores do que o esperado anteriormente”, disse o presidente de operações da OIC, Mauricio Galindo. No ano passado, a praga atingiu nações produtoras de café da América Central e do México, que produzem 20% da produção mundial de café arábica, ameaçando reduzir muito os rendimentos e as receitas de exportação, tão importantes para alguns dos países mais pobres do hemisfério.

Somando-se ao problema para os produtores pobres estão as expectativas de colheitas recordes em importantes produtores, como Brasil e Vietnã, e melhores rendimentos na Colômbia, que estão mantendo os preços baixos. De fato, o preço dos contratos futuros de café arábica caiu mais de 60% desde o pico de mais de US$ 3 por libra em 2011, justamente quando os custos de produção estão aumentando na América Central e no México. “A ferrugem nos prejudicou o suficiente, mas os baixos preços vieram nos matar completamente”, disse Felipe Mendoza, que é dono de uma fazenda de 2 hectares em El Paraíso.

Entretanto, oficiais da região disseram que as perdas parecem ter estabilizado, devido a uma queda nas chuvas que promoveram um crescimento na ferrugem e ao uso efetivo de fungicida. Na Nicarágua, por exemplo, 36% dos 126.000 hectares de plantações de café do país estão atualmente registradas pelo Ministério da Agricultura como infectadas, mudando pouco com relação aos 35% do começo do ano.

Ao mesmo tempo, em janeiro, a safra de 2013/14 na Costa Rica teve previsão de queda de 20% com relação à safra anterior devido à ferrugem. Porém, a autoridade da indústria de café do país, o ICAFE, previu na semana passada que a produção na próxima estação cairá em apenas 13%, para 1,4 milhão de sacas de 60 quilos.

Isso soa muito otimista para Isidro Corrales, produtor da região de Perez Zeledon, centro da Costa Rica. “Eu disse a um homem do ICAFE recentemente. ‘Vocês devem estar mentindo para as pessoas. Eu não vi nem sequer 30% da colheita aqui’. Estou esperando por um milagre”.

Especialistas dizem que os pequenos produtores são mais afetados, porque frequentemente não têm fundos para comprar fungicidas caros, que tipicamente precisam ser aplicados várias vezes. “Eles têm menos flechas em sua aljava quando vêm perguntar o que você pode fazer em termos de remediação ou prevenção”, disse o porta-voz da Associação de Cafés Especiais da América, da Califórnia, Ric Rhinehart.

A ferrugem também afetou plantações maiores da região. Tomas Edelmann é proprietário de uma fazenda com 116 hectares no Estado de Chiapas, no México, o maior produtor de café do país e também o mais pobre. Ele disse que cerca de metade de sua colheita foi destruída pela ferrugem, significando que ele somente será capaz de contratar metade dos 600 a 1000 trabalhadores de temporada que ele normalmente emprega.

Em Honduras, o maior produtor de café da região, um quarto dos quase 280.000 hectares de suas plantações foi infectado pela ferrugem. Porém, o presidente do Instituto Nacional de Café do país (IHCAFE), Victor Molina, disse que os danos causados pela doença ainda não alcançaram o status de desastre. “Ainda está em um nível manejável”, disse ele, notando que a produção está apenas 5% menor nessa estação. “As áreas afetadas não aumentaram e estamos trabalhando especialmente para ajudar os produtores menores”.

Em El Salvador, o menor produtor da região, a ferrugem infectou metade das plantações de café do país e a produção da próxima safra deverá cair em 35%, para 843.500 sacas.

Então, com a severidade da epidemia de fungo variando entre os países, ninguém sabe o que acontecerá durante a safra de 2013/14, que começa em outubro. “Eles começam a colher em um mês e é aí que se começa a contar os ganhos e as perdas”, disse o porta-voz da importadora de café dos Estados Unidos, Wolthers América, Christian Wolthers. “Espero que o impacto seja muito notável, sério”.

A reportagem é da Reuters, adaptada pelo CafePoint

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