As condições climáticas mais adversas, um surgimento mais agressivo da ferrugem e a falta de políticas de apoio ao setor cafeeiro têm mantido baixa a produção de café do México há 15 anos e, atualmente, essa está em seu menor nível em quase quatro décadas.

A produção do grão fechou o ciclo cafeeiro de 2014/2015 em 3,3 milhões de sacas, a menor colheita em 45 anos. Enquanto que para o ciclo de 2015/2016, a previsão é de uma produção de 3,4 milhões de sacas.

Esse desempenho tem feito com que atualmente o México ocupe o novo lugar como produtor de café a nível mundial, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Nos anos noventa, o México estava em quinto lugar, somente depois de Brasil, Colômbia, Indonésia e Vietnã.

Registros do Serviço de Informação Agroalimentar e Pesqueira (SIAP) mostram que, até março desse ano, a produção do grão teve um rendimento por hectare de 1,2 toneladas. Se o ano terminasse nessa tendência, seria o rendimento mais baixo, ao menos desde 1980, ano em que começa o registro do indicador.

O novo foco do fungo da ferrugem mais agressivo em 2012 teve consequências para a produção de café. “Esta colheita (2015/2016) é a mais baixa em 50 anos, talvez não cheguemos as 2,5 milhões de sacas”, afirmou o professor e pesquisador da Universidade Autônoma de Chapingo, Esteban Escamilla.

Ele disse que existem apoios do governo mexicano para o cultivo do café, através do programa Procafé, mas faz falta uma declaração de emergência, dado que algumas regiões se encontram em uma situação bastante crítica, já que o café é seu único rendimento.

De acordo com especialistas, 95% da produção é de café arábica e o restante, robusta. Nesse contexto, desde 2015 tem-se observado um desabastecimento do café arábica, de forma que se importaram já 400 mil sacas, enquanto esse ano o volume pode aumentar até um milhão de sacas.

As informações são da El Informador/ Tradução por Juliana Santin