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África esboça novos rumos no mercado internacional do café

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 26/02/2013

3 MIN DE LEITURA

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Os países produtores da África vêm historicamente exportando matéria-prima para o resto do mundo, mas os produtos processados no continente ainda são raros nos supermercados ocidentais.

Andrew Rugasira está tentando corrigir essa situação. Trata-se de um empresário de Uganda que visa construir sua própria companhia de café, a Good African Coffee (GAC), em uma multinacional que pode competir com gigantes como Nestlé e Kraft
Em um livro publicado nesse mês, Rugasira conta a história de como a GAC, fundada em 2003, se tornou a primeira marca de café da África a vender diretamente em varejistas britânicos, como Sainsbury e Waitrose, superando desafios significantes no caminho.

A marca também está disponível online nos Estados Unidos, o maior mercado consumidor de café do mundo, cujo valor de US$ 30 bilhões é maior que a economia inteira de Uganda.

A GAC trabalha com cerca de 14.000 produtores em Uganda, o maior exportador de café do continente africano, e os treina para produzir variedades de arábica de qualidade. A empresa também tem uma planta de torrefação e embalagem na capital, Kampala.

Rugasira disse que queria mostrar porque tão pouco valor é agregado às nações produtoras de commodites como Uganda e porque é tão difícil para esses países penetrar nos mercados ocidentais com produtos terminados.

A participação da África no processamento global com valor agregado é de cerca de 1%, de acordo com as Nações Unidas. Enfrentando barreiras como falta de acesso a capital, infraestrutura ruim, competição com produtores e processadores altamente subsidiados da Europa e barreiras tarifarias e não tarifarias nos países desenvolvidos, a maioria das empresas africana opta por se tornar funcionários e não empregadores, acredita Rugasira.

“Eu não vejo muitos africanos donos de marcas de café nas prateleiras”, disse ele. “É muito difícil. As pessoas provavelmente têm melhores coisas para fazer com seu tempo e seu capital”.

No livro “A Good African Story: How a Small Company Built a Global Coffee Brand” (Uma boa história africana: como uma pequena companhia construiu uma marca global de café), Rugasira escreve que ter acesso a capital a preços acessíveis tem sido o maior desafio desde a fundação da GAC. Para ele, esse é o motivo pelo qual a maioria das pequenas e médias empresas na África não consegue ir para a frente.

Em 2010, uma pesquisa feita pela Consultative Group to Assist the Poor descobriu que somente 28 por 1000 pessoas na África Subsaariana tinha acesso a créditos, comparado com 245 no mundo em desenvolvimento e mais de 800 nos países de alta renda.

Rugasira disse que os governos africanos precisam resolver isso, tornando capital disponível em longo prazo e investindo em áreas onde o setor privado não pode ou não quer investir. “O maior problema aqui é uma falha de mercado. Os mercados não são totalmente capazes de distribuir capital financeiro em áreas que gerarão muito crescimento”.

A baixa infraestrutura e os altos custos do transporte também evitam que os exportadores africanos distribuam de forma competitiva seus produtos e serviços para mercados externos.

Barreiras tarifárias e não tarifarias nos mercados desenvolvidos, como subsídios dados ao setor agrícola, contribuem para tornar o comércio internacional desigual, diz o livro.

No final, a falha da África em processar a maioria de sua matéria-prima significa “que os países desenvolvidos que fazem o processamento ficam com a maior parte do valor agregado”, disse ele, dificultando a criação de empregos no continente e o crescimento na base tributária nacional.

Ele vê um papel das nações doadoras ocidentais, dizendo que elas deveriam desviar seu financiamento para o setor privado da África ao invés dos governos. “Eles precisam reconhecer que o motor para o crescimento é o setor privado. Suas economias desenvolveram-se de empreendorismo, inovação e criatividade do setor privado, e quando isso chega para nós, eles colocam a maioria do dinheiro nos tesouros do governo”.

Rugasira reconhece que escolheu um setor difícil, mas diz que a agricultura fornece sustento para 70% da população da África Subsaariana e tem um enorme potencial para gerar prosperidade. Ele tem visto um impacto nas comunidades com as quais trabalha, onde os produtores se tornaram mais seguros financeiramente e foram capazes de escapar das garras dos agiotas rurais.

Rugasira tem grandes ambições para sua companhia, incluindo a diversificação em chá e chocolate, expandindo para o resto da África e expandindo sua presença na Inglaterra e Estados Unidos. “Estamos tentando ver como podemos ampliar, como podemos fazer com que a Good African se torne uma marca global. Eu quero que nos tornemos uma multinacional, como a Nestlé”.

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pelo CaféPoint.

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