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Diretor do Cecafé destaca a questão dos fertilizantes, consumo e embarque dos cafés

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/03/2022

4 MIN DE LEITURA

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Por Natália Camoleze

Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, tem se falado sobre a questão dos fertilizantes e preocupado o agronegócio, afinal, o Brasil importa 85% dos fertilizantes que utiliza, e a Rússia responde por 23% dessas importações. Como isso pode afetar na produção? 

Entramos em contato com o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, que nos explicou um pouco sobre essa questão. “O Brasil tem uma dependência muito grande de fertilizantes. Importamos 40 milhões de toneladas e 20% vem da Rússia, que é o terceiro maior exportador de potássio; terceiro maior de fosfatados, e o maior de nitrogenados A única solução a curto prazo é o fim da guerra. Temos algumas iniciativas que existem como as ações da Embrapa e a questão da produção de biomassa que é fonte de nitrogênio, fósforo e potássio , cálcio e magnésio, então há uma importância muito grande que já existe no Brasil e no café com o uso do bioinsumos”, destaca. 


Marcos Matos, diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil - Foto: Cecafé

Marcos aponta que já foram mapeadas as minas pelo Brasil, mas que isso depende da viabilidade econômica para que as extrações de fato aconteçam e para isso é necessário uma logística interna e tributação com isonomia em relação ao adubo importado, já que esse vem sem impostos. “Todos esses trabalhos são de longo prazo, é necessário o apoio do estado junto ao setor privado”. 

Em relação ao conflito Rússia e Ucrânia, o diretor do Cecafé destaca que trouxe insegurança ao café, até mesmo em relação à redução dos preços dos grãos, que chegou a cerca de US$ 2,20 por libra peso, mas o valor em tempos positivos já alcançou uma média de 2,60/2,50. 

“Juntos, Rússia e Ucrânia consomem cerca de 6 milhões de sacas. No nosso ranking de exportações a Rússia aparece na sexta posição, com cerca de 1.3 milhão de sacas. No caso do solúvel, o país é o segundo maior destino e Ucrânia tem uma relevância significativa. Nesse cenário para o solúvel é ainda mais impactante. E além disso, ainda temos os impactos na logística da região, como por exemplo, o anúncio da empresa MSC que suspendeu o envio de navios para os países, por conta de toda insegurança”. 

Consumo 

Marcos destaca o aumento do consumo do café no mundo todo, mesmo com pandemia as pessoas não pararam de degustar a bebida e passaram a consumir em casa, ou seja, praticamente equalizou a queda do consumo fora do lar. “Hoje com a reabertura notamos dados expressivos das redes de cafeterias europeias, torrefações. O Brasil representa 36% da produção mundial e sabemos das dificuldades desde a safra de 2020, que foi recorde em qualidade e volume, mas a safra seguinte já foi marcada pelas irregularidades climáticas, com período de seca, sem chuva e altas temperaturas. Já 2021/2022 foi muito baixa quando comparada com 2020, principalmente para o arábica, cerca de 36%, já o canéfora (conilon) vai muito bem, pois não foi tão afetado pelo clima. Ainda estamos com dúvidas sobre os valores da safra atual, vamos aguardar os próximos levantamentos, mas teremos um cenário apertado de oferta e demanda, com baixos níveis de estoque e consumo firme e forte”. 

Logística 

Segundo o Cecafé, o Brasil deixou de exportar 3 milhões de sacas, cerca de 500 milhões de dólares, por falta de espaço nos navios, de containers, enfrentou dificuldades com o  cancelamento de booking, que é a reserva de espaço nos navios, esse quadro foi constante e contínua ao longo de 2022. 

“Em janeiro e fevereiro tivemos um certo alívio, o problema continua, houve uma exportação de 3,23 milhões de sacas em janeiro e 3,4 milhões em fevereiro, dada a realidade da safra brasileira, são números positivos e aquelas cargas que estavam paradas que não foram exportadas no tempo certo, acabaram sendo escoadas nesse período mas o problema continua, tanto que estamos estudando outras modalidades como o breakbulk foram feitos cinco embarques, totalizando cerca de 550 mil sacas na modalidade, numa roupagem moderna, com procedimentos operacionais, que permitem ser uma alternativa e vários exportadores têm estudado essa questão”.

Break Bulk é um termo derivado da frase “breaking bulk” e significa carga geral ou carga de projetos. É uma forma de transporte utilizada para movimentar cargas ou mercadorias que não cabem em contêineres ou caixas de carga de tamanho convencional, são versáteis e transportam diferentes tipos de produtos. O principal objetivo de seu design é facilitar ao máximo o embarque e desembarque, sendo um tipo de transporte muito utilizado para mercadorias de grandes dimensões.

Marcos destaca a criação de um grupo de trabalho para infra estrutura e o Cecafé coordena a comissão de logística, que congrega 50 organizações do agronegócio, “reunimos as entidades que exportam por container como açúcar, soja, celulose, criamos um grupo de trabalho para entender os investimentos que estão sendo feitos nas linhas de navegação, novos navios para o Brasil e soluções a curto prazo, pois entendemos que esse problema poderá se arrastar até o segundo semestre, mas o diálogo, a busca por esforços, o plano emergencial é muito significativo”. 

China 

É um mercado em ascensão do ponto de vista cafeeiro, o diretor do Cecafé destaca que já são mais de 14 mil cafeterias no país, “em 2013, 190 milhões de chineses conheciam o café e hoje são 330 milhões. Estamos começando um projeto com a Embaixada Brasileira em Pequim, que consiste em uma ação dos cafés brasileiros, definimos sete regiões no ano passado, enviamos amostras para as redes de cafeterias e quatro foram escolhidas. A iniciativa apresenta as características dessas origens em vídeos apresentados aos compradores e oferece o produto aos consumidores chineses, com o objetivo de promover as variedades brasileiras no mercado local”. 

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