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Cafeicultura sai vitoriosa de ciclo de baixa, diz Vegro

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/01/2011

2 MIN DE LEITURA

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A cafeicultura brasileira, em particular de grãos arábica, comemora. O setor venceu o ciclo de baixa nos preços dos últimos sete anos apostando em qualidade e produtividade. "Nenhum outro país conseguiu isso", garante o pesquisador Celso Luis Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Desde o fim do Instituto Brasileiro do Café (IBC), no início dos anos 90, a produtividade média dos cafezais tem crescido na proporção de 1 saca de 60 kg a cada três sacas. "É incomparável no mundo", diz o pesquisador. Segundo ele, mesmo na crise, aflorou no Brasil um conjunto de cafeicultores altamente empreendedor. O ciclo de baixos preços não impediu que mostrassem dinamismo, investindo em tecnologia das mais avançadas.

Os cafeicultores estão aplicando avançada tecnologia, como a irrigação branca. A ideia é utilizar gesso na terra antes do plantio do cafezal. Com isso, a planta tende a aprofundar as raízes, para cerca de 2 a 3 metros em busca de água, dispensando o uso de irrigação. O custo com gesso é praticamente zero, pois se trata de resíduo nas fábricas de fertilizantes. "É claro que a tecnologia não é isolada. Deve fazer parte de um pacote e um dos elementos é a aplicação de gesso", ressalta o pesquisador, ao comentar as técnicas que têm avançado no campo.

Ele ressalta, porém, que o Brasil carece de mecanismos que possam valorizar esse esforço empreendedor. Segundo o especialista, um dos maiores absurdos ainda em prática no País é a classificação dos cafés como "bebida dura para melhor". "Isso não existe. A classificação define grãos bebida dura, mole ou extremamente mole. Classificar um café como bebida dura para melhor é uma forma pouco transparente de se apropriar, inclusive monetariamente, do esforço do cafeicultor em produzir um grão mais fino", reclama.

Mesmo assim, o pesquisador acredita que o Brasil tem todas as condições para se transformar em uma plataforma mundial para o café. O País é o maior produtor e exportador mundial de café. Em breve, deve superar os Estados Unidos como maior consumidor global. "Isso atrai a indústria mundial", comenta.

Produção assegurada

Vegro considera que a safra de 2011, embora seja de ciclo baixo, por causa da bienalidade da cultura, não deve diminuir muito em relação à produção de 2010. Isso porque a amplitude de variação entre os ciclos tem diminuído, em grande parte em virtude dos ganhos em produtividade. Segundo ele, isso é favorável ao Brasil na relação com o comprador internacional, "que sempre terá a garantia de oferta".

Com relação aos preços do produto, Vegro estima que as cotações deverão permanecer alavancadas por pelo menos mais duas ou três safras. A questão da baixa oferta mundial não deve ser equacionada no curto prazo. "O cafeicultor brasileiro deve aproveitar a boa maré para reformar cafezais, investir na produção, sanear dívidas para, nas safras seguintes, acumular capital, pois certamente virá um novo ciclo de baixa", sugere.

O pesquisador comenta que o cafeicultor precisa ter a questão do endividamento solucionada "seriamente". "O café tem condições de ocupar áreas da cana-de-açúcar, desde que o endividamento seja equacionado e a classificação "duro para melhor" seja eliminada.

Vegro diz que o ciclo de baixos preços prejudicou o setor produtivo da Colômbia e da América Central, fazendo com que alguns cafeicultores abandonassem a atividade. O Vietnã tenta se equilibrar, embora venha enfrentando pelo menos dois anos de baixos preços. "O Brasil é o único dos países produtores em que o ambiente é diferente, positivo", conclui.

A matéria é de Tomas Okuda, publicada na Agência Estado, adaptada pela Equipe CaféPoint.

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CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/01/2011

Prezado Cyro Takiute
De fato não se esgotou a agenda de reformas que o agronegócio café demanda para consolidar a competitividade de nossa lavoura e preservar a renda do cafeicultor. Gostaria de incluir nessa sua lista de ações necessárias, o draw-back que ainda padece de imensas resistências por parte das lideranças do agronegócio e que sem ela, o potencial do Brasil enquanto plataforma mundial para cafés não se concretizará.
Abçs
Celso Vegro
CYRO TAKIUTE

MARÍLIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/01/2011


Prezado Celso Luis Vegro:

Como sendo cafeicultor e empresário rural é importante a produtividade da lavoura cafeeira. No entanto, também deve-se levar em conta questões estruturais dentre as quais a cadeia produtiva do café está inserida, como por exemplo:a diminuição dos encargos trabalhistas, o problema da valorização do real e ausência de uma política cafeeira de longo prazo, além da agregação de valor ao produto pelos cafeicultores nacionais.

Temos que cobrar das autoridades competentes a apuração de certas irregularidades cometidas no passado, como a operação Patrícia(década de 90) e no ano 2000 a inundação de café no mercado internacional por outros países produtores em função do término do acordo de quotas internacionais, fato este que contribuiu para a depreciação dos preços do produto.

É muito sofrimento desnecessário para um setor importante para a economia brasileira. Att.;


Cyro Takiute.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 10/01/2011

Prezado Roberto de Campos Fernandes
Ainda aqui, amanhã esse assunto continua e desde já conto com sua atenta leitura e ponderados comentários.
Então até amanhã.
Abçs
Celso Vegro
FÁBIO LÚCIO MARTINS NETO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/01/2011

Questão para Celso Vegro:

Aliado a este aspecto do mercado mundial, interferindo nos preços, ainda estamos sentindo os efeitos da crise financeira internacional. Entretanto, há uma situação de economia fortalecida no mercado interno e aumento de consumo, notadamente, nas classes C e D, conforme as últimas pesquisas da Abic.

Assim, pergunto: não seria também o momento para os cafeicultores se organizarem, incluindo os familiares, visando verticalizar a produção e agregar valor ao seu produto com iniciativas de industrialização e lançamento de produtos para o mercado interno, especialmente dos cafés sem qualidade para exportação?

Abraços
ELI VALERA NABANETE

MARUMBI - PARANÁ

EM 07/01/2011

Previsao de Safra.

Tenho notado uma queda acentuada de graos na minha lavoura de cafe(provavelmente pela seca que antecedeu o periodo de floraçao)Gostaria de saber se tambem esta ocorrendo isso em areas de outros produtores.
Provavelmente nao teremos a produçao esperada quando da florada que foi realmente muito boa.
Agora a CONAB ja anuncia uma safra de tantos milhoes de sacas.Isso,penso eu,nao nos traz nenhum beneficio,pois fatalmente podera afetar os preços,que no momento sao bons.
Acho que os orgaos do governo deveriam ter um pouco mas de prudencia.
ROBERTO DE CAMPOS FERNANDES

CAMPOS GERAIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/01/2011

A partir do momento que em que a classificação do café cru seguir as determinações da Instrução Normativa do MAPA nº 8 de 11/06/2003, o próprio mercado vai se tornar mais transparente fazendo com que as cotações sejam diferenciadas pelos tipos de bebidas especificados na norma e não pela generalização do "duro para melhor" ou "cafés finos". Nessa norma há toda descrição de como deve ser o procedimento de amostragem visando proteger o produtor, porém, talvez, nenhuma cooperativa cafeeira ou comprador de café faça da Instrução Normativa, uma norma de conduta. Vale lembrar que até mesmo o indicador Cepea não diferencia os preços dos cafés finos. Que o Ministério da Agricultura tome providências visando a justa remuneração dos produtores. Parabéns ao pesquisador e à reportagem.

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