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Boletim Carvalhaes: Impacto da geada na safra cafeeira 2022/2023 é irreversível

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 23/07/2021

6 MIN DE LEITURA

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Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 88 - n° 29
Se quiser consultar boletins anteriores, clique aqui e confira o histórico no site*
Santos, sexta-feira, 23 de julho de 2021

A forte frente fria, com geadas e ventos gelados, que atingiu, na madrugada da última terça-feira (20), os cafezais do Paraná e do sudeste brasileiro, desde a baixa Mogiana Paulista até o Cerrado Mineiro, surpreendeu pela intensidade e imensa área atingida. Foi a mais forte e extensa geada do século 21, com a intensidade variando de cafezal para cafezal. Experientes agrônomos acreditam que ela pode ter sido mais danosa que a de 1994. As perdas são sérias, maiores do que as primeiras avaliações já preocupantes, e ainda não foram totalmente contabilizadas. Muitos problemas decorrentes desse frio só aparecerão nos próximos meses.

Outro aspecto que o mercado não deu a atenção devida é que foi a primeira geada forte e extensa sofrida pelos cafezais do Cerrado Mineiro desde que, após a grande geada sofrida pela cafeicultura brasileira em 1975, considerada por muitos a maior do século 20, cafeicultores do norte do Paraná e de São Paulo trocaram suas terras por áreas no Cerrado, até então sendo abertas para produção de café por alguns poucos cafeicultores pioneiros. Eles foram atrás de terras, que por sua localização, eram, teoricamente, livres do perigo de geadas. Na madrugada da última terça-feira, o Cerrado Mineiro foi uma das regiões mais atingidas. Muitos agricultores que iniciaram sua vida de cafeicultor lá estão enfrentando sua primeira geada.

Ao longo dos primeiros 20 anos deste século, com o crescente debate sobre o aquecimento global, fomos aos poucos nos convencendo que extensas e fortes geadas não eram mais um grande problema para a cafeicultura brasileira. As preocupações maiores agora estavam voltadas para o aumento das temperaturas médias e para os períodos de seca, a cada ano mais longos. Esta semana percebemos que geadas extensas e fortes têm de continuar no radar do mercado.

Em nossa opinião, a quebra na produção de arábica para 2022 será significativa e está afastada a possibilidade de uma safra recorde ou com números próximos aos da safra brasileira 2020. É prevista a subida de uma nova onda de frio na próxima semana. Esperamos que não faça novos estragos. A perda de safra para 2022, com a severa seca do primeiro semestre deste ano e com as duas geadas que tivemos, já acumulou sérios problemas e prejuízos de monta para todos os segmentos envolvidos nos negócios de café no Brasil. Os anos safra, 2021/2022, iniciado neste mês de julho, e o 2022/2023 serão difíceis para os negócios de café e para o abastecimento do mercado interno brasileiro. Possivelmente teremos reflexos também para o ano safra 2023/2024.

Com a geada, os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque subiram forte na terça, quarta e quinta-feira. Hoje, esses contratos abriram em alta muito forte, superior aos mil pontos, e passaram boa parte da manhã com todos os vencimentos trabalhando acima de dois dólares por libra peso. Os contratos com vencimento em setembro próximo chegaram a bater em US$ 2,0950 na máxima do dia. Depois refluíram em um movimento de realização de lucros por fundos e especuladores. Os contratos para setembro fecharam com queda de 465 pontos, a US$ 1,8900 por libra peso (hoje, entre a máxima e mínima do dia oscilaram 2.230 pontos!). No balanço da semana, esses contratos acumularam alta de 2.765 pontos. Em nossa opinião, apesar de forte, a alta acumulada na semana em Nova Iorque ainda não reflete os estragos da geada desta semana para a safra brasileira de café do próximo ano. Na sexta-feira da semana passada, esses contratos para setembro fecharam valendo US$ 1,6135 por libra peso.

No mercado cambial brasileiro, o dólar trabalhou com muita volatidade por toda a semana. Fechou hoje em baixa de 0,06%, a R$ 5,2100. Na sexta-feira passada, fechou a R$ 5,1150. Em reais por saca, os contratos para setembro fecharam hoje valendo R$ 1.302,55. Ontem, fecharam a R$ 1.335,36. Sexta-feira passada fecharam a R$ 1.091,71.

Os agrônomos passaram a semana em campo, inspecionando e avaliando as perdas para as próximas safras nas extensas áreas atingidas pela forte frente fria que atingiu cafeeiros desde a baixa Mogiana Paulista até o Cerrado Mineiro. Já não existem dúvidas que as perdas com a geada e ventos frios da madrugada de segunda para terça-feira não foram desprezíveis. Aumentam, consideravelmente, as perdas já contabilizadas para 2022/2023 com o frio de duas semanas atrás e com a severa seca do primeiro semestre deste ano. Com certeza nossa próxima safra de café, de ciclo alto, não será recorde como muitos operadores imaginavam. Só em alguns dias poderemos ter números mais precisos sobre a extensão dos danos da geada na madrugada de terça-feira, mas as perdas são significativas e a produção perdida para 2022/2023 fará bastante falta em nossas exportações e no abastecimento de nosso consumo interno em 2022.

Mesmo que o clima, daqui para frente, venha a ser o ideal para nosso parque cafeeiro, a quebra já contabilizada para 2022/2023 é irreversível. A cada dia que passa, as informações coletadas mostram um quadro pior e mais preocupante do que supúnhamos na terça-feira.

Com Nova Iorque trabalhando em queda hoje no período da tarde, o mercado físico brasileiro que vinha lento por toda a semana, praticamente sem vendedores, parou completamente. O mercado é firme e comprador, as ofertas subiram de valor todos os dias e hoje se mantiveram estáveis em relação à ontem. Cafés arábicas de boa qualidade a finos, naturais e CDs, são cotados acima de mil reais. Os produtores continuam retraídos e com suas atenções voltadas para os cafezais danificados. Estão quantificando suas perdas com o frio e a geada desta semana. Os fundamentos sólidos já os mantinham cautelosos. A geada afugentou os vendedores, que mantiveram a posição defensiva, preferindo aguardar um quadro mais claro para vender café. O conilon também apresentou uma semana de altas significativas nos preços.

As indústrias que abastecem o consumo interno brasileiro, o segundo maior do mundo, encontram fortes dificuldades para a compra de café verde. Os preços subiram forte, mas os vendedores vendem com cuidado e pedem preços maiores.

Até dia 22, os embarques de julho estavam em 1.050.527 sacas de café arábica, 109.340 sacas de café conilon, mais 92.810 sacas de café solúvel, totalizando 1.252.677 sacas embarcadas, contra 1.604.545 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 22, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.038.302 sacas, contra 2.220.985 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 16, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 23, subiu, nos contratos para entrega em setembro próximo, 2.765 pontos ou US$ 36,58 (R$ 190,57) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam, no dia 16, a R$ 1.091,71 por saca, e hoje, dia 23, a R$1.302,55. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 465 pontos. No mercado firme de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2020/2021, condição porta de armazém:

R$ 1080/1200,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 1030/1100,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 990/1030,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 900/960,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 840/890,00 - RIADOS.
R$ 700/780,00 - RIO.
R$ 770/820,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 750/770,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,2100 PARA COMPRA.

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