Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 86- n° 16
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Santos, quinta-feira, 18 de abril de 2019
Após a publicação pelo governo federal na última sexta-feira, dia 12, do Decreto nº 9.759, que extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações para colegiados da administração pública federal, entre eles o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), a cadeia produtiva do café se uniu para defender a continuidade desse conselho, considerado fundamental para o bom exercício da atividade cafeeira no Brasil e para a gestão público-privada do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
O Funcafé foi criado em 1986 a partir de recursos dos próprios cafeicultores e conta atualmente com aproximadamente R$ 6 bilhões para ordenar a oferta brasileira de café. Esse capital não é proveniente das receitas anuais da União, mas de contribuição que foi imposta sobre as exportações de café entre 1986 e 2005. A existência do CDPC é imprescindível para garantir a preservação do Fundo, evitando que seus recursos sejam utilizados para fins político-partidários ou para beneficiar determinada região produtora em detrimento de outras (veja mais informações no clipping de nosso site). Concordamos e apoiamos o posicionamento da cadeia produtiva do café.
Nesta semana que se encerra hoje, para os negócios no Brasil em razão do feriado da Sexta-Feira Santa amanhã, o mercado físico de café permaneceu calmo, praticamente paralisado. Na segunda e na terça-feira, o baixo valor das ofertas já vinha dificultando bastante o fechamento de negócios e ontem, quarta-feira, as cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque desabaram. Os contratos com vencimento em maio próximo perderam 345 pontos e fecharam a US$ 0,8705 por libra-peso, o menor valor dos últimos 14 anos. Hoje, os contratos de café na ICE trabalharam por todo o pregão em alta. Os com vencimento em maio chegaram a bater em 445 pontos de alta e fecharam a US$ 0,9020 por libra-peso. Alta de 315 pontos. Na semana, até o fechamento de hoje, quinta-feira, a queda foi de 20 pontos.
Não adianta procurar explicação nos fundamentos de mercado para uma queda, ontem, de 345 pontos, e uma alta, hoje, de 315 pontos. Nada mudou, apenas o ambiente é bastante propício para os fundos e especuladores em Nova Iorque. Eles estão focados apenas nos ganhos de curto prazo. Não plantam nem industrializam café.
Esses preços não interessam para ninguém que trabalhe com o mercado físico. Reclamam os produtores, que arcam com os prejuízos ao vender a preços abaixo dos custos de produção; os exportadores, que vêm suas margens estreitarem e enfrentam muitas dificuldades para comprar café nos volumes que necessitam; e também os torradores, com a disputa de preços nos pontos de venda que destroem suas margens. A colheita já começou em diversas regiões produtoras. A primeira florada para esta safra aconteceu precocemente em agosto de 2018 e muitas lavouras tiveram até cinco floradas. Com o calor deste verão, mais a falta de chuvas no final de dezembro e em janeiro, para depois, em fevereiro, acontecerem boas chuvas, as plantas apresentam diversos estágios de maturação dos frutos. Desde frutos bem secos já caindo na terra, até frutos bastante verdes e alguns “chumbinhos”. Essa heterogeneidade está obrigando os cafeicultores a anteciparem o início dos trabalhos de colheita. Já dão como certo que terão uma safra de pior qualidade devido aos diversos estágios de maturação. Levará ainda algum tempo para sabermos a renda média desta safra atípica.
Até dia 17, os embarques de abril estavam em 1.014.387 sacas de café arábica, 61.367 sacas de café conilon, mais 62.005 sacas de café solúvel, totalizando 1.137.759 sacas embarcadas, contra 1.576.991 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 17, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 1.847.463 sacas, contra 2.220.799 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque (ICE) do fechamento do dia 12, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 18, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 20 pontos ou US$ 0,26 (R$ 1,02) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam, no dia 12, a R$ 464,93 por saca, e hoje, dia 18, a R$ 468,91. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 315 pontos. No mercado paralisado de hoje são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:
R$390/400,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$380/390,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$370/380,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$350/360,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$340/350,00 - RIADOS.
R$330/340,00 - RIO.
R$340/350,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$330/340,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE QUINTA-FEIRA: R$ 3,9300 PARA COMPRA.