ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

CNC: futuros do café ignoraram fundamentos em julho

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 07/08/2015

4 MIN DE LEITURA

0
0
Boletim Conjuntural do Mercado de Café
— Julho de 2015 —


- Futuros do café ignoram fundamentos e são contaminados pelo aumento da aversão ao risco.

Apesar da recuperação registrada nos últimos dias do mês, os futuros do café encerraram julho acumulando desvalorização. De forma geral, o verão no hemisfério norte mantém a demanda desaquecida e os produtores também seguram as vendas, no aguardo de preços mais remuneradores e que reflitam a realidade da quebra de safra no campo.

Diante da ausência de novidades nos fundamentos, o movimento das cotações futuras do café arábica seguiu a tendência generalizada de queda dos mercados de commodities, a qual tem sido influenciada pelo fortalecimento do dólar e preocupações com o desempenho econômico da China.

Desde o ano passado, o cenário internacional tem sido avesso aos investimentos em commodities, devido aos sinais de retomada de crescimento da economia dos Estados Unidos, que levam à antecipação da alta dos juros daquele país, resultando no fortalecimento do dólar. Paralelamente, a China, grande importadora de produtos básicos, tem emitido sinais de desaceleração do seu ritmo de crescimento. Esse fato pode ser evidenciado pela forte queda das bolsas asiáticas, ao redor de 30%, em julho.

Como consequência, o gráfico abaixo demonstra que o desempenho dos futuros da maioria das commodities foi ruim nos últimos 30 dias, com destaque para o petróleo, que registrou perdas próximas a 20%. O mercado futuro do café, por ter uma significativa participação de capital especulativo, acaba sendo contaminado por esse cenário.



O câmbio brasileiro desvalorizado acentua as perdas do mercado futuro do café negociado em Nova York. No âmbito externo, a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) da economia dos Estados Unidos do primeiro trimestre, de -0,2% para +0,6%, e a estimativa de crescimento de 2,3% para o segundo trimestre aquecem o clima de expectativa quanto à elevação dos juros norte-americanos. No Brasil, as incertezas econômicas e políticas contribuíram para a desvalorização cambial, de forma que o dólar comercial encerrou o mês no patamar mais elevado desde março de 2003, a R$ 3,4247, acumulando valorização de quase 10% nos últimos 30 dias.




Diante do cenário supracitado, os fundos que operam no mercado futuro e de opções de café arábica da ICE Futures US aumentaram o já elevado saldo de posições vendidas. Em consequência, o vencimento setembro do contrato C acumulou queda de 715 pontos, sendo cotado a US$ 1,2525 por libra-peso no último dia do mês. A cotação média mensal, de US$ 1,26, foi 27% inferior à do mesmo período de 2014. Porém, quando convertidas para reais, as cotações de Nova York superam em 5% o patamar médio de julho do ano passado devido ao fortalecimento do dólar no Brasil.

Os estoques certificados de arábica da bolsa nova-iorquina apresentaram queda de 47 mil sacas, encerrando o mês em 2,1 milhões de sacas. O volume estocado encontra-se em patamar 16% inferior ao observado no mesmo período do ano antecedente, que era de 2,5 milhões de sacas.







O mercado futuro da variedade robusta, negociado na ICE Futures Europe, também foi impactado pelo cenário financeiro adverso de julho. O vencimento setembro/2015 foi cotado a US$ 1.638 por tonelada no último dia do mês, com desvalorização de US$ 146 em relação ao fechamento de junho. A cotação média mensal, de US$ 1.694/t, foi 16,5% menor do que a de julho de 2014. Os estoques certificados de robusta monitorados pela Bolsa de Londres mantiveram a tendência de alta e atingiram cerca de 3,3 milhões de sacas em julho, quase o triplo do volume contabilizado no mesmo período do ano passado.

O resultado negativo dos futuros dos cafés arábica e robusta reforçam que o comportamento das cotações segue descolado dos fundamentos do mercado, que apontam para retração de oferta. Em relação à variedade arábica, informações de campo levantadas pelo CNC junto a suas cooperativas associadas denotam a quebra da safra 2015, já que para encher uma saca têm sido necessários 25% a mais de café em relação à temporada passada. Normalmente, são utilizadas medidas de 480 litros para o preenchimento de uma saca, porém este ano a média chegou a medidas de 600 litros. Além disso, apenas cerca de 15% dos cafés colhidos são mais graúdos, apresentando peneira 17 acima, ao passo que, em um ano safra normal, o percentual seria superior a 30 pontos. É nítida a redução dos estoques nacionais de café após duas colheitas aquém do potencial produtivo e dada a sustentação do volume recorde de exportação do Brasil.

Já no tocante à variedade robusta, o País apresentou quebra em torno de 20% na atual safra, principalmente devido às condições climáticas adversas que afetaram o desenvolvimento dos cafezais capixabas. No âmbito internacional, também há incerteza quanto ao desempenho das próximas safras do Vietnã e da Indonésia, em função do clima seco que predomina nesses países.

A respeito da colheita de café no Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou comunicado, no dia 30 de julho, informando que os trabalhos já se encerraram nas áreas produtoras de conilon. Sobre a variedade arábica, a instituição apontou que as principais regiões do Brasil chegaram ou superaram levemente a metade do previsto, com exceção para a Mogiana Paulista, cuja cata se encontrava em níveis levemente superiores a 40%.


No mercado físico brasileiro, com exceção de períodos pontuais de aquecimento, a comercialização continuou fraca, já que, apesar do impulso positivo dado pelo enfraquecimento do real, os preços se mantêm aquém das expectativas dos vendedores e dissociados da realidade vivenciada no campo. Os indicadores do Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados no final de junho a R$ 435,24/saca e a R$ 313,62/saca, acumulando altas de, respectivamente, 4,4% e 2% no mês.

* Conteúdo elaborado pela assessoria técnica do CNC.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures