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A estratégia de seguidores dos outros suaves

POR LUCIO CALDEIRA

ESPAÇO ABERTO

EM 01/07/2013

3 MIN DE LEITURA

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Os cafés conhecidos como outros suaves são, como os suaves colombianos, cafés da variedade arábica e produzidos pelo método despolpado. São também conhecidos como lavados e possuem um café ácido, assim como os colombianos. Seus principais representantes são México, Guatemala, Costa Rica, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Peru e Índia, e juntos representaram cerca de 80% da produção desse tipo de café.

Os outros suaves seguiram uma estratégia de seguidores de mercado. Seguiram a estratégia de posicionamento dos cafés colombianos. Praticam a colheita seletiva, o cultivo sombreado e o processamento via despolpamento (práticas utilizadas pelo café da Colômbia), e por isso ficaram posicionados como os substitutos naturais do café suave colombiano.

De início, não investiram em propaganda e, portanto, não adquiriram o mesmo status do café colombiano, mas participaram do efeito carona, em função do sucesso de posicionamento de marca da Colômbia. Por isso, criaram uma nova categoria localizada logo abaixo dos colombianos. O resultado é que recebem ágios em relação ao café arábica brasileiro porque, seu método de preparo e cultivo são semelhantes ao colombiano e recebem deságio em relação aos cafés produzidos pela Colômbia, Quênia e Tanzânia, que ficam no topo da escada de preço/valor.

Entre os anos de 1993/1996 e 1997/2000, a participação dos outros suaves nas exportações globais ficou praticamente inalterada, em cerca de 30%. Nesse período, a participação dos suaves colombianos caiu de 19,3% para 14,7% e houve como conseqüência um aumento do deságio entre os dois grupos, que passou de 8,7 para 14,2 centavos de dólar por libra peso. Ou seja, a queda de participação colombiana resultou em maior valor relativo para esse tipo de café.

Nos oito anos seguintes, (2001/2004 e 2005/2008), o diferencial entre os grupos voltou a cair, ficando em 3,8 e 2,5 centavos de dólar por libra peso. As participações relativas de mercado ficaram estabilizadas nesse período (os suaves representando cerca de 13% e os outros suaves cerca de 22% nas exportações globais). Ficava claro o sucesso do posicionamento dos outros suaves. Os torrefadores internacionais estavam satisfeitos com a qualidade dos outros suaves e não tinham motivos para pagar ágios relevantes para os colombianos. Entretanto, nos últimos quatro anos (2009 a 2012), a produção colombiana caiu e a participação nas exportações diminuiu de 13 para 8,5%. Isso fez com que o ágio em favor dos colombianos aumentasse para cerca de 22 centavos de dólar por libra peso. Esse resultado mostra que, embora ocorra um processo de substituição, quando há falta de café colombiano, o ágio sobe, visto que muitos torrefadores precisam de cafés colombianos para suprir a demanda de seus cafés industriais 100% colombiano. 

Fazendo-se uma comparação entre os outros suaves com os cafés arábicas do Brasil tem-se a seguinte situação. Entre os anos de 2001/2004 e 2005/2008, a participação dos outros suaves nas exportações globais ficou estabilizada em 22% e a de cafés arábicas do Brasil teve pequeno aumento (de 28,9% para 29,8%). O ágio de preço em favor dos outros suaves ficou praticamente inalterada, em 13,30 centavos de dólar por libra peso.

Nos últimos quatro anos (2009/2012), a participação de ambos os grupos teve pequeno aumento (a dos outros suaves passou para 23,5% e a dos arábicas do Brasil passou para 30,5%), enquanto que o ágio em favor dos outros suaves subiu de 13,30 para 26 centavos de dólar por libra peso, ou seja, dobrou. A explicação para isso está relacionada aos cafés suaves colombianos. A queda de 13 para 8,5% entre (2001/2008 e 2009/2012) provocou aumento de ágio em relação aos outros suaves e também proporcionou aos outros suaves cobrar mais caro em relação aos arábicas do Brasil.

Isso prova que a estratégia de seguidores de mercado (outros suaves parecidos com os colombianos) é bem sucedida pois tende a valorizar os outros suaves em relação ao Brasil, mesmo quando as participações relativas entre outros suaves e arábicas do Brasil fica praticamente inalterada. O resultado é que existe uma escada e quatro degraus, sendo que os mais altos são os mais valorizados. No degrau de cima está a Colômbia. No segundo, os outros suaves. O Brasil ocupa o terceiro degrau e é portanto o café arábica mais barato do mundo. O quarto degrau é ocupado por cafés de outra espécie: os robustas.

Pergunto: Há alguma dúvida que o não pensamento estratégico nos levou a ocupar essa posição ingrata?
 

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LUCIO CALDEIRA

Mestre em Estratégia, prof. de Mkt e Planejamento Estratégico do Unis-MG e escritor. Comentarista na TV da Alterosa/SBT - Café com TV. Doutorando em Administração na Ufla, participante do Gecom e consultor de Mkt pela Foco Soluções Empresariais.

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SANTO ADALBERTO GALEANE

EM 05/07/2013

Marco muito obrigado pela informação do café despolpado.

Você poderia me fornecer alguns contatos de Espirito Santo do Pinhal que tenham café cru beneficiado para expresso, uma média de 10 sacas por mês.

Obrigado.

Santo Adalberto Galeane.



Meu email : cafebrasiliense@hotmail.com
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/07/2013

Sandro ,



café despolpado ou lavado (washed) , é o café que quando esta no ponto maduro(cereja) é retirado a casca , ficando apenas no pergaminho , entretanto este pergaminho contem uma mucilagem , rica em açucares , porem para é necessario retirar este mucilagem , senão o café emplastra , deste modo podemos retirar esta mucilagem por processo mecanico ou deixando o café num tanque com água corrente afim de "lavar" esta mucilagem . Neste processo , devido a alta quantidade desta mucilagem rica em açucares , há uma fermentação natural destes , mas não prejudica o café em sí . Resumindo , estes cafés lavados/despolpados são bastante acídos , pois perderam seus açucares que num processo de seca natural seriam um pouco absorvidos. Para se fazer um bom espresso é necessário no blend café naturais , pois os mesmos tem um corpo e doçura diferenciado. Como os café despolpados são mais ácidos , eles suportam mais liga com robustas , dão vida ao robusta , então pode se aumentar a mistura do robusta. Mas importante destacar que o processo de lavar /despolpar café também é em função de nestes países produtores serem mais "equatoriais" , com uma umidade maior , secar naturalmente se torna difícil , podendo estragar o café , por isto optam em despolpar o café.
WILLIAN JOSÉ GOULART

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 01/07/2013

bom eu só sei que aqui na minha região o ágio do preço do café não justifica qualquer investimento em máquinas para despolpar café.

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