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Densidade dos cafezais e produtividade

POR CARLOS HENRIQUE JORGE BRANDO

P&A MARKETING E EQUIPE

EM 22/09/2015

2 MIN DE LEITURA

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A densidade de plantio – número de pés de café por hectare – evoluiu no Brasil de menos de 800 para 5000 e até 10.000 em casos extremos nos últimos 40 a 50 anos. Um dos resultados deste processo foi um aumento marcante na produtividade como mostrado pelos resultados dos experimentos indicados na tabela abaixo e confirmado pela produtividade média atual do país como um todo.


Pode-se argumentar que o aumento da produtividade foi um efeito colateral já que a densidade do plantio mudou por outros motivos que vão desde o controle da ferrugem até a necessidade de mecanizar o cultivo, primeiro, e a colheita depois. Efeito colateral ou algo planejado, esta notável relação entre densidade e produtividade foi comprovada além dos experimentos através do aumento da produtividade brasileira (média de 4 anos) que passou de 14 para 23 sacas/hectare no período de 2001 a 2013 enquanto a densidade de plantio aumentou de 1.200 para quase 4.000 plantas por hectare, em média (ver gráfico abaixo).



Obviamente, o aumento da densidade não foi a única causa do aumento da produtividade – tecnologia também teve um papel chave – mas não pode ser ignorado o fato de que o maior espaçamento entre as linhas foi um grande facilitador no controle de doenças e pestes, mecanização e mudanças tecnológicas que, juntos, trouxeram o aumento na produtividade e a redução de custos que fez do Brasil uma das origens mais competitivas de café no mundo, como evidenciado por sua participação crescente no mercado global.

O fato do Brasil possuir apenas 18% da área com café no mundo, mas 35% da produção, levanta a questão de se outros países produtores deveriam considerar incrementos de densidade como fator importante para aumentar a produtividade. A contra-argumentação imediata é que há casos – regiões e países – onde altas densidades são utilizadas mas a produtividade ainda fica abaixo dos patamares observados no Brasil. A explicação pode ser que o Brasil não apenas aumentou a densidade, mas também passou a adotar o plantio em renque (grandes espaços entre linhas de cafeeiros e pequeno espaço entre os cafeeiros na mesma linha), que trouxeram resultados que não foram alcançados em outros locais onde o adensamento ocorreu usando outros sistemas de plantio.

Se o que o Brasil fez é viável em outras regiões produtoras de café do mundo e mesmo em áreas do Brasil onde a declividade é alta deve ser analisado e avaliado. Mas o cenário de falta de mão de obra e de aumento de custos de produção no mundo torna recomendável que o paradigma brasileiro seja considerado, se não como uma solução, pelo menos como um motivo para que os arranjos e densidades atuais destes locais sejam questionados.

*Este artigo foi inspirado no artigo “Espaçamento de cafezais evolui muito”, de J. B. Matiello. Mesmo tendo usado informações e conceitos do excelente artigo de Matiello, as ideias e proposições são de minha autoria e exclusiva responsabilidade.

CARLOS HENRIQUE JORGE BRANDO

Engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP; pós-graduação à nível de doutorado em economia e negócios no Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA; sócio da P&A Marketing Internacional, empresa de consultoria e marketing na área de café

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EDSON LEITE

TAUBATÉ - SÃO PAULO

EM 24/09/2015

O produtor deve sempre estar atento às atualizações das otimizações tecnológicas por conta dos ganhos de produtividades e de qualidade, o resultado com certeza será sempre maior rentabilidade econômica. Não existe milagre, existe a busca permanente por melhorias.
SERGIO CASTEJON

MONTE SANTO DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/09/2015

Possuo ambas soluções em minha propriedade. Há aspectos relevantes não mencionados.

Entre os problemas na adoção do adensamento. Entre eles, mais custo da colheita e pre-colheita - inviabiliza a mecanização. Tratamentos por folha, somente do máquina costal - maior custo e menor aproveitamento dos insumos, além de ser pior para a saúde do trabalhador. Os adensados requerem maior frequência de poda/esqueletento/ ressepa e conseqüente aumento de custo, isso se houver mão de obra para isso. Em regiões de pouca disponibilidade de mão de obra, pode se tornar inviável.  



Entre as vantagens, melhor retenção de umidade em momentos de restrição hídrica. Em anos de seca, estes talhões tem reduzido o impacto nos resultados de produção da propriedade como um todo.
VICENTE CASTRO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/09/2015

Excelente matéria. Informações práticas contribuem muito para um planejamento mais eficaz. Isso permite prever resultados mais acertados.

Parabéns.

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