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Um debate sobre a infidelidade dos cafeicultores em Cooperativas

ESPAÇO ABERTO

EM 20/06/2014

2 MIN DE LEITURA

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Foto: Ivan Padovani / Café Editora
 
Foto: Ivan Padovani / Café Editora

Por: Samuel Lopes, coordenador de cooperativas de café do Sescoop/ES, com contribuições de Alex dos Santos, mestrando em Administração pela Ufla.

Em um cenário marcado por fortes oscilações no mercado do café, com diferentes quantidades colhidas, em algumas localidades, fortes prejuízos e em outras, uma expectativa de recuperação dos ganhos de prejuízos de safras passadas, somado a discursos desconexos de algumas lideranças políticas quanto ao momento da cafeicultura, cabe refletirmos sobre o papel do produtor rural associado às cooperativas.

Esse é um ponto que precisamos debater e compreender melhor. É um problema antigo, mas sempre necessário ser debatido e combatido. Vejamos, se todas essas variáveis externas tendem a minimizar a competitividade das cooperativas que tentam trabalhar de forma honesta, profissional, respeitando a ética do mercado, onde estaria a força dessas organizações? Esse questionamento pode ser melhor compreendido quando pensamos que, a força destas organizações está na sua base, nos milhares de cooperados que as possui. Para tanto, é preciso compreender o papel destas cooperativas.

Considerando que são sociedades de pessoas, tanto por definição quanto por verdadeira formação, e ao somarmos um quantitativo que por natureza singela de organização já traz relevantes vantagens, no que tange a força de balizamento de mercado, aqui sim, podemos enxergar com mais clareza o papel do cooperado e força das cooperativas, que são os seus cooperados, ou melhor, os produtores rurais (cafeicultores). Ainda sim, aproveitando o pensamento de Horta Valadares, que definiu a sociedade cooperativa como sendo a extensão do cooperado no mercado, os pensamentos começam a clarificar.

Nesse momento de colheita, algumas atitudes são mais intensas, entre elas a tão conhecida infidelidade do quadro social no momento da entrega e comercialização do produto via cooperativa. Talvez você, leitor, se assuste da forma como colocamos esse assunto, mas esse ponto é crucial. Vamos lá, talvez você tenha em mente que isso possa realmente acontecer, mas será que nós sabemos os motivos, os fatores que levam os produtores a agir de forma destoante da tão sonhada competividade ao estarem organizados em cooperativas? Haveria razões para o produtor rural agir desta forma, pois, se os objetivos coletivos fossem atingidos, por consequência seus objetivos pessoais também não o seriam?

Bom, talvez a falta de clareza dos serviços que as cooperativas oferecem (essa tal vantagem competitiva é rotineiramente esquecida), preços nem sempre competitivos, Funrural (ainda um assunto em aberto), ausência de um processo de formação do quadro social quanto em questões de educação cooperativista, lideranças cooperativas e dirigentes distantes do quadro social, sem conhecerem as necessidades dos cooperados e da oferta de serviços condizentes com a realidade dos mesmos, possam figurar como alguns dos fatores possíveis que os levem a serem infiéis à sua organização. Outras questões podem ser o fato, desses produtores serem infiéis a elas por não se sentirem parte do processo, por não enxergarem-se dentro da cooperativa, por não perceberem nenhum incentivo a parte daquele oferecido aos demais membros do grupo. Para finalizarmos, será que nossas cooperativas estão refletindo sobre qual é a verdadeira necessidade de nosso produtor rural ou estariam elas olhando para o horizonte e esquecendo de olhar para dentro, para sua base, para o que realmente ela se propôs a ser, a extensão da economia de seus produtores rurais.


Por: Samuel Lopes, coordenador de cooperativas de café do Sescoop/ES, com contribuições de Alex dos Santos.

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EDMAR T.

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 09/08/2014

Concordo com a afirmação do Luciano,  o produtor é para a cooperativa o que a cooperativa demonstra ser a ele. Então, em vários casos a infidelidade dos produtor esse deve muitas vezes a infelidade da cooperativa em ser-lhes claro quanto aos balanços patrimoniais, redistribuição dos lucros, preços competitivos de venda, entre outros. Não basta vir a financiar adubos, fertilizantes, defensivos. Cabe também aqui proporcionar ao agricultor que haja o seu melhor bem estar. Se o cooperado não vê isso é porque a cooperativa é falha ao proporcionar os ditos beneficios. Ah...não se esqueçam de que quanto se vê enriquecimento escancarado de seus diretores, se espera alguma fidelidade do cooperado?
LUCIANO

LAJINHA - MINAS GERAIS

EM 04/07/2014

Parabéns Samuel, o produtor é para a cooperativa o que a cooperativa demonstra ser a ele. Precisamos a cada dia começar do zero com a educação do cooperativismo. Tocar nesse assunto é palavra de ordem para nós do meio cooperativista. Muito obrigado pela sua contribuição.
FREDERICO DE ALMEIDA DAHER

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/06/2014

    Prezado Samuel;

    Artigo instigante!

    Bastou tocar no assunto cooperativista e muitos se pronunciam.

    O Ser Humano,por índole,é ainda um Ser individualista e fixado em si mesmo,enquanto o cooperativismo conclama a todos para uma ação conjunta,nos momentos de bonança como também nos momentos de dificuldades.Infelizmente ainda estamos na ideia egoica  de que podemos privatizar os lucros e coletivizar os prejuízos.

     Não obstante essa realidade o sistema cooperativista em café tem exemplos extraordinários de sucesso.

     O trabalho realizado pelo sistema OCB/SESCOOP-ES é digno de nota e exemplo a ser seguido.Acredito no cooperativismo e no seu crescimento exponencial.
RAUL PETERSON

SÃO PEDRO DA UNIÃO - MINAS GERAIS

EM 24/06/2014

Impressionante é ver a maioria das cooperativa do mundo massacrar seus cooperados com preços nem sempre competitivos, altas doses de recomendações de fertilizantes e agrotoxicos, onde se ve claramente a saude dos pequenos produtores indo pro espaço devido a recomendaçoes agronomicas que na verdade nao expressam a verdadeira necessidade das lavouras mas se relacionam com interesses particulares lucrativos que giram em torno de si mesmos.

Mexe e vira estamos vendo os ban ban la de cima falar de cafeicultura sustentavel me pergunto agora, onde esta os pilares da sustentabilidade na cafeicultura, que sao ambiental> o meio ambiente ta indo pro espaço,prova disso é seca que enfrentamos esse ano, social> a mao de obra um absurdo, as leis cada vez mais duras em cima do coitado do produtor, a saude de tais decolando, o sangue todo contaminado com residuos, testes de acetilcolinesterase hahaha um sonho, economico> preços de toda a linha de produtos nas cooperativas sem comentarios a valorização dos cooperados jamais, entao pessoal acorda a ideia de cooperativismo infelizmente estao no momento somente nas teorias de beatrice potter webbe, luigi luzzatti e charles gide a situação que estamos enfrentando sem duvidas é lamentavel
SAMUEL LOPES FONTES

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 22/06/2014

Obrigado Marcus. Vamos em frente, essa questão é complexa e exige mais e mais provocações sadias para despertar os envolvidos para esse tema. Grande abraço.
MARCOS CARVALHO

CABO VERDE - MINAS GERAIS

EM 21/06/2014

As desconfiança com as cooperativas tem fundamentos, teve cooperativas que quebram e suas dividas ficaram todas para os cooperados, deveriam ter um maior controle para os dirigentes das cooperativas.

Existem produtores que ainda acreditam em Cooperativas e Associações, estamos começando a montar uma "ASSPROCAFÉ" os produtores estão motivados.
HEROILTON

NOVA RESENDE - MINAS GERAIS - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 21/06/2014

mas aonfde esta esses cafes?
ERÁSIO JR.

FRANCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 20/06/2014

   Parabéns por abordar esse relevante tema, onde realmente a infidelização dos cooperados é o ''calcanhar de aquiles'' do nosso sistema cooperativista. O produtor muitas vezes, é imediatista em relação ao resultado e não se sente dono da sua cooperativa, não esperando que os benefícios venham através das ferramentas que a mesma  geralmente oferece, ao longo do seu relacionamento comercial, como armazéns certificados, laboratórios, assistência técnica, comercialização pré e pós colheita, linhas de créditos em fertilizantes, etc, e acima de tudo, relacionamento.

             Na verdade, as cooperativas nada mais são, do que prestadoras de serviços e balizadoras de preços. Isso é fato e muitos dos cooperados, que já tiveram o ''SIM'' quando entrou como cooperado, mas querem continuar gozando de todos os benefícios sem ter  a contra-partida de fidelização, nesse caso, sendo individualista, oportunistas em relação a preços de produtos. A cooperativa tem que explorar seus pontos fortes na região onde atua e procurar sanar da melhor maneira possível seus pontos fracos e saber que há ameaças em todo segmento comercial, por isso explorar todas as oportunidades de negócios para levar lucro para o bolso do produtor e cooperado.

Acredito eu, que o élo que ligará o cooperado na cooperativa, terá que ser pelo BOLSO, ou seja, a cooperativa tem que estar focada em buscar novos nichos de mercado para obter lucros e automaticamente, gerar sobras em seus balancetes para devolver todo ou parte do lucro  para o cooperado. Só assim ele se sentirá dono do negócio e se fidelizará cada vez mais com a instituição.

     Um exemplo de eficácia de gestão, é a Cocapec da região de Franca - SP, onde estou inserido nessa cooperativa. Sempre zelosa na sua administração, depositou em juízo toda a diferença da comercialização do funrural, ou seja,  2,10% do preço do café dos últimos anos, desgastando muitas das vezes com cooperados na comercialização, mas agora há rumores que o governo quer esse dinheiro de volta e está depositado em juízo mais de R$ 18 milhões de reais. Será devolvido aos cooperados mineiros, cerca de 800 deles,  mais de R$ 9 milhões de reais de crédito de ICMS revertidos em caminhões da IVECO, que nas instituições privadas, não serão devolvidas. A Cocapec saiu na frente na granelização na região da Mogiana há 3 anos atrás, depois do sucesso da Cooxupé,  onde o grau de satisfação do produtor  aqui já é de 100% e a tendência é quebrar esse paradígma de sacaria e baixar seu custo a quase zero. Nos últimos 5 anos, a Cocapec já devolveu aos seus cooperados mais de R$ 15 milhões de reais de sobra revertido em compras nas lojas. Enfim, temos que conscientizar que no teto da pirâmede cooperativista, deverá estar o cooperado, que é o dono e não mais o cargo de presidente da empresa, que é cargo eletivo e que será substituido nos próximos 4 anos. É comprovado que municípios que possuem cooperativas sólidas, impactuam em toda a sua ecomonia na cadeia do agro.
MARCUS MAGALHAES

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO

EM 20/06/2014

Parabéns pela lucidez das palavras !

abs

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