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Monitoramento georeferenciado para a cafeicultura

POR MARCOS ANTÔNIO PIMENTA MENEZES

E MARCOS HENRIQUE OLIVEIRA E SILVA

ESPAÇO ABERTO

EM 26/07/2007

5 MIN DE LEITURA

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O monitoramento georeferenciado foi desenvolvido pelos doutores Steven Rogers e Peter Peng, passando a ser o primeiro coletor e integrador de informações georeferenciadas de uso agrícola específico para manejo fitossanitário que se tinha notícia até então.

O sistema consiste no uso de tecnologia de coleta ´Palm´, georeferenciamento e um software para o pós-processamento das informações coletadas em campo, juntamente com um GPS (Sistema de Posicionamento Global).

Após vários processos evolutivos, esta tecnologia migrou para a cultura do algodão e foi trazida ao Brasil pelo Dr. Peter Peng, devido ao fato deste ter vivido no Brasil e possuir vários contatos com produtores de algodão do Mato Grosso. No ano de 2003, o sistema, que já havia sofrido uma profunda reformulação, chegou ao oeste baiano, especificamente na região de Luís Eduardo Magalhães, onde foi testado pela primeira vez nas fazendas Busato da família Busato e Riacho Doce do grupo Mizote.

Na safra de 2005/2006, produtores de algodão, que também eram produtores de café, solicitaram o desenvolvimento de um sistema específico para café.


Foto 1. Monitoramento em campo

Como é feito o monitoramento:

- Em cada ponto são monitoradas 2 plantas;
- Cada fator identificado é selecionado no ´palm´ que já possui todos os eventos possíveis;
- O GPS é fixado em uma bolsa de forma que fique exposto para ter uma boa recepção dos satélites;
- Ao fim de cada ponto o monitor seleciona um comando no ´palm´ para que se abra uma nova tela para um novo ponto de amostragem;
- O caminhamento não obedece padrão pré-determinado, o monitor é orientado pela função "TripOdômetro" do aparelho GPS.


Foto 2. Gestão das informações de campo

Sequência de operações do sistema:

- Após finalizar o monitoramento, o ´Palm´ é colocado em uma base de sincronização para que os dados sejam descarregados no desktop do computador;
- O relatório e os mapas são calculados e plotados automaticamente;
- O administrador do sistema verifica a distribuição dos pontos no mapa de caminhamento que tem a grande função de validar os números do relatório;
- O monitor é o próprio gestor do sistema e é assistido pela consultoria.

É levantado durante cada atividade de campo 80 pontos por quadrante. Vale lembrar que no oeste baiano a cultura do café é conduzida, em sua maioria, sob sistema de pivô central, o qual é dividido em 4 quadrantes de aproximadamente 25 ha/quadrante, o que totaliza uma média de 100 ha/ pivô. Destes 80 pontos, são avaliadas 2 plantas em cada ponto, que totalizam 160 plantas/ quadrante.

Nesta coleta dos dados, o monitor vai a campo portando um ´Palm´ conectado a um GPS. No ´Palm´ existem telas com várias caixas de seleção onde encontram-se divididas por parâmetros de avaliação, como por exemplo, avaliação de insetos praga, doenças, fatores abióticos (deficiências, danos mecânicos, etc), ervas daninhas, fenologia de crescimento de ramos e fenologia de produção.

Ao chegar no ponto de monitoramento, o ´Palm´ alerta o usuário para que ele adquira a coordenada do GPS, para que, aquele ponto e tudo o que ocorrer nele, possa ser registrado posteriormente em um mapa de infestação e de caminhamento.

Desta forma, a chance de falhas no caminhamento é mínima, aumentando a precisão e confiabilidade dos levantamentos. As decisões, portanto, acabam sendo de cunho preventivo, sendo este fator a premissa básica deste sistema.

Ressalta-se que, na metodologia convencional, os erros de amostragens eram comuns, já que não havia como verificar se as coletas de folhas foram representativas. Os monitores, por exemplo, podem coletar muitas folhas de uma mesma planta, proporcionando erros em futuras análises.

Com estas coordenadas é possível rastrear em um mapa no sistema, a hora exata em que o levantamento foi iniciado, quanto tempo foi gasto entre os pontos, quanto tempo se levou em cada ponto, e a que horas se findou o levantamento. Outro ponto positivo do sistema é a blindagem dos dados que, uma vez lançados, somente podem ser alterados pelos engenheiros do software.

Desta forma, em propriedades certificadas, onde a rastreabilidade é fundamental, este sistema se encaixa bem, dando uma confiabilidade maior aos dados, quando na justificativa das intervenções nos controles de pragas e doenças.

A chance de se amostrar as mesmas plantas é mínima, pois os monitores são orientados a fazer o caminhamento ao acaso, evitando o mesmo ponto. Atuando assim, a coleta é sempre feita em plantas diferentes, tendo uma área amostral bem abrangente e evitando, desta maneira, surpresas de ataques.

Usando o aparelho de GPS, o monitor separa os pontos amostrados em 50 metros um do outro. Eles ficam distribuídos espacialmente na tela do próprio GPS, isso funciona como um guia, mostrando onde o monitor está versus para onde deverá ir. Ao percorrer os 50 metros, determinados pelo GPS, o monitor pára e verifica o local, independentemente se o ponto está infestado ou não.

O técnico responsável pelo monitoramento, ou o gerente da propriedade, faz todos os registros no sistema. Também faz o registro das pulverizações, e acompanha a eficiência dos produtos, pois o sistema cruza as informações dos monitoramentos antes das aplicações de defensivos, com os levantamentos após as aplicações.

Obtém-se, então, um relatório, tomando por base os níveis de danos, alertando caso algum produto não tenha uma boa performance. Com o resultado das pulverizações, poderá se correlacionar fatores como clima e eficiência de aplicação. Estas informações ficam armazenadas em um banco de dados, podendo ser consultadas ao longo das safras.

Em todas as avaliações, não existe a necessidade de se levar material para cálculos no escritório, já que tudo é feito a campo em cada ponto. Na instalação do sistema nas fazendas, é dado um curso de reconhecimento e quantificação das pragas e doenças do cafeeiro, por agrônomos qualificados para tal, no intuito de evitar diagnósticos errados.

Os monitores são orientados a fazer a coleta de folhas e frutos a campo onde há lesões das pragas e doenças em questão, e não mais ao acaso, evitando assim surpresas como a explosão populacional de uma praga e/ou doença, ocasionando futuros prejuízos.

Projetos de validação desta metodologia de amostragem estão sendo feitos, no intuito de aumentar a confiabilidade do sistema, de acordo com às metodologias utilizadas e preconizadas pela pesquisa.

Acredita-se que, este método preventivo de monitoramento de doenças e pragas do cafeeiro, venha a ocupar um espaço marcante, tendo os produtores uma maior confiabilidade nos dados levantados, pois consegue-se perceber ataques nas lavouras, antes de grandes desfolhas e/ou queda de botões florais.

A cafeicultura deve evoluir para maior precisão de suas operações, no sentido das exigências do mercado consumidor, onde se busca a produção de cafés de alta qualidade, ambientalmente corretos e com rastreabilidade total do processo produtivo.

MARCOS ANTÔNIO PIMENTA MENEZES

MARCOS HENRIQUE OLIVEIRA E SILVA

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MARCOS ANTÔNIO PIMENTA MENEZES

LUIS EDUARDO MAGALHÃES - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/08/2007

Sr. Paulo,

Agradecemos pelas suas palavras. Teremos enorme prazer em detalhar mais sobre o funcionamento do nosso sistema e para tanto, pedimos que nos envie suas dúvidas no nosso e-mail, detalhando sobre a vossa área (número de talhões, tamanho, variedades plantadas, localização, etc..), para que possamos lhe passar maiores informações, no seguinte e-mail: mapmenezes@mapmenezes.com.br.

Quanto a sua indagação sobre as áreas possíveis de implantação do nosso sistema, tenho a dizer que este sistema pode ser utilizado em qualquer área de café do país. Inicialmente levanta-se a área das lavouras com o GPS e em cima desta área são feitos todos os levantamentos georefenciados.

Aguardamos seu contato.

Att.:

Marcos Pimenta.
PAULO RAELE

LAJINHA - MINAS GERAIS - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 28/07/2007

Artigo exelente. Como faço para saber mais sobre o sistema? Qual o custo do sistema? É posível a implantação em regiões montanhosas?

Obrigado.

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