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Como as cooperativas FairTrade podem superar a crise dos 15 anos?

ESPAÇO ABERTO

EM 30/10/2017

3 MIN DE LEITURA

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Por Ulisses Ferreira

Muitas associações e cooperativas FairTrade estão completando seus 10 a 20 anos de existência. Muitas delas têm diretorias que estão desde a fundação e muitas já atingiram seus objetivos iniciais, sejam eles comerciais, sociais ou ambientais.

Foto: Alexia Santi/Agência Ophelia
                                  Foto: Alexia Santi/ Agência Ophelia

Por muitos anos participei, ajudei a constituir e apoiei associações e grupos de
produtores, podendo ver de perto o sucesso e o fracasso. Algumas nunca chegaram à fase adulta, outras chegaram mas sem nenhum projeto futuro e outras eram jovens
promessas, mas infelizmente não conseguiram superar a crise dos 15 anos.

A crise dos 15 anos, recentemente, é o tema que me faz refletir nos momentos de
descanso. Como podemos superar essa fase crescendo e amadurecendo?

O que mais me desperta interesse nesse assunto é que nosso país parece viver uma crise parecida, muito semelhante ao que muitas empresas, associações, cooperativas e organizações como um todo vivem no dia a dia.

A crise dos 15 anos nada mais é do que a dificuldade em superar a fase dos sonhos, das expectativas e das alegrias de quando foi criada a associação, a empresa ou o governo, passando para uma fase realística, quando muitos têm a perder se algumas mudanças não forem feitas. Nessa fase, os objetivos iniciais para os quais a associação foi criada já são rotineiros para o produtor, que não valoriza aquilo como sendo um benefício, mas sim um direito e uma obrigação da associação. Muitos começam a cobrar cada vez mais e também surgem, invariavelmente, disputas de poder (por alguns entenderem que a diretoria está
acomodada).

Nesse caso, quem está no comando da associação desde sua criação tem dificuldade de desenvolver novas visões, novos sonhos e se apega naquilo que já foi realizado, nas conquistas passadas e, muitas vezes, os novos membros ou novos grupos que entraram no decorrer dos anos acabam exigindo mudanças, melhorias (ou algo a mais).

Essas mudanças acontecem, mas de uma forma paliativa e não sistêmica. E este é um ponto em quem a crise dos 15 anos nos ensina: mudanças acontecem, por mais desconfortável que elas sejam, mas se a própria organização é a promotora das mudanças, essas podem trazer bons resultados na frente.

Nesses casos as mudanças precisam ser profundas e combater de frente os principais pontos que estão atrapalhando o crescimento e o desenvolvimento da associação (geralmente no Brasil a falta de planejamento e transparência). Diria que é necessário nessa fase se reinventar, pois fazer apenas mais do mesmo e se vangloriar do que já foi conquistado não funciona. Exemplos de associações e cooperativas que caíram nesse erro são vários no Brasil.

Mas vejam a analogia com a crise brasileira: cito o exemplo de uma associação da qual sou voluntário e que ao completar seus 15 anos de existência identificou que precisava crescer, fazer mais do que aquilo que se propôs a fazer no início, daí partiu para aproveitar uma oportunidade de vendas para a merenda escolar. Atualmente com mais de 4 anos nesse projeto, sabemos que precisamos nos reinventar ainda mais, pois os benefícios da agricultura familiar de comercializar com o setor público na verdade já são rotineiros e precisamos prestar esse serviço aos produtores com excelência, mas pensando em como podemos melhorar
ainda mais a qualidade de vida das famílias associadas.

São esses os pontos que as associações e cooperativas da agricultura familiar devem sempre focar: o que devemos fazer hoje para garantir a união dos nossos associados e proporcionar melhoria da qualidade de vida de todos? Qual será o diferencial que podemos oferecer que irá manter a associação forte e unida? Se nossa associação deixasse de existir faria falta? Por quê? O produtor percebe isso? Estamos dando oportunidade para novos desafios?

Na verdade, as rápidas mudanças têm obrigado qualquer organização a buscar a
inovação, por mais sucesso que a organização possa ter tido no passado é importante estar atento para essas mudanças, que podem ser percebidas através do diálogo com associados, de oficinas que utilizem metodologias de brainstorm, com o apoio e suporte de técnicos ou através do acompanhamento das tendências do setor.

Superar a crise dos 15 anos é começar de novo, mais forte, mais preparado e sem
perder de vista qual é realmente seu objetivo, a razão de existir da organização. Por mais familiar que seja sua associação é preciso um mínimo de gestão para o alcance dos seus objetivos, sejam eles sociais, ambientais, culturais, políticos ou econômicos. 

*Ulisses Ferreira é especialista em cafeicultura sustentável e consultor de associações e certificações agrícolas. 

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