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Brotaram 65 milhões de sacas de café no Brasil no 3º milênio

ESPAÇO ABERTO

EM 02/10/2017

3 MIN DE LEITURA

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Por José Luis Rufino e Sammy Guedouani

Analisando as estatísticas brasileiras de produção e estoque anuais de café divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em conjunto com as de consumo estimadas pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic),  e as de exportação divulgadas pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), pode-se concluir que, ao longo desse início do terceiro milênio, surgiram cerca de 65 milhões de sacas de café no Brasil. Explicamos!

Foto: Aislan Henrique da Silva/Café Editora
                               Foto: Aislan Henrique da Silva/Café Editora

Como parte do seu estágio acadêmico, o coautor desse artigo organizou informações para elaborar o panorama da cafeicultura brasileira e sua evolução recente. Assim, dentre suas atribuições, coube-lhe levantar os dados anuais de produção, estoque, consumo e exportação de café no Brasil entre os anos 2000 e 2017, conforme apresentado no Quadro 1, a seguir:

Foto: Divulgação
                                                      Foto: Divulgação

QUADRO 1 – Balanço entre a disponibilidade de café no Brasil e sua utilização no início do século XXI, conforme estatísticas oficiais de produção, estoque, exportação e consumo.

Quando da análise desse quadro, surgiu uma dúvida. O estoque de café, em março de um determinado ano, deve guardar relação com o saldo (diferença entre a disponibilidade de café e o quanto foi utilizado em consumo e exportação) do ano anterior? Parece razoável pensar que sim. Então, por que, ao se elaborar a evolução utilizando os dados oficiais, não se observa nenhuma relação entre essa duas informações? Ou seja, parece lógico supor que o saldo em determinado ano deve ser maior ou igual ao estoque registrado em março do ano seguinte.

Consultando o Quadro 1, o leitor pode constatar que não há nenhuma relação entre os dois dados. Em decorrência dessa constatação, fez-se uma simulação para verificar como ficaria essa evolução de dados, se o saldo de um ano fosse considerado o estoque do ano seguinte. Para tal, utilizou-se o estoque do ano 2000 como base de cálculo e as informações oficiais de produção, exportação e consumo como válidas para todo o período considerado. Com esses parâmetros estabelecidos, o Quadro 2 mostra a evolução ao longo dos anos recentes.

Enfatizamos que única mudança nessa nova tabela foi desconsiderar as estatísticas de estoque, tornando o saldo de um ano igual ao estoque do ano seguinte.

Foto: Divulgação
                                                        Foto: Divulgação

QUADRO 2 – Balanço simulado entre a disponibilidade de café no Brasil e sua utilização no início do século XXI, calculando-se o estoque anual de café de um ano igual ao saldo do ano anterior, conforme estatísticas oficiais de produção, exportação e consumo interno.

Tendo por base o raciocínio elaborado, verifica-se que no ano de 2017 teríamos um
saldo negativo de aproximadamente 50 milhões de sacas de café. Volume que somado ao estoque em torno de 15 milhões de sacas que, segundo a Conab existe em 2017, teremos um total de 65 milhões de sacas de café. De onde surgiram?

Como é possível explicar esta diferença? Com certeza algum erro persistente existe nas estatísticas oficiais ao longo dos anos. Ou a produção está sendo subestimada, ou as estimativas de exportação e consumo estão superestimadas. Ou as duas coisas simultaneamente. Assim, em boa hora acontecem as ações do Governo de Minas Gerais para mapear o parque cafeeiro do estado, trabalho que, segundo os esclarecimentos recebidos, servirá de base para conhecer com mais detalhes a cafeicultura mineira e, em consequência, para balizar melhor a previsão de safra do maior produtor de café do Brasil.

Certamente, outras ações precisarão ser somadas para disponibilidade de estatísticas mais precisas. Esforços para elaborar estatísticas confiáveis são sempre produtivos. Tomar decisões com base em estatísticas falsas é como atirar com a arma de mira torta: nunca se acerta o alvo.

José Luis Rufino:Superintendente do Centro de Excelência do Café das Matas de Minas
Sammy Guedouani: Estudante do curso de Agronegócio da UFV, estagiário do CEC-Matas de Minas

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JOSÉ LUIS RUFINO

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 07/10/2017

Caro Renato,



Obrigado pela participação.



Já encaminhei meu contato de zap. Vai se bom reatar o contato com o amigo.



É isso mesmo, vamos reforçar a necessidade de estatísticas confiáveis. Na última audiência pública da Câmara se falou do assunto. Vamos ver se, em consequência, providências serão tomadas. Queremos dar um empurrão nesse sentido.



Um abraço, 

Rufino.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 04/10/2017

Caro amigo, Rufino,



Parabéns pelo artigo! É a partir de análises sérias e sem invencionices, como esta, que se solidificam conceitos e percepções como a de que já passou, e muito, da hora da cadeia do café se mobilizar para resgatar a qualidade e a credibilidade das estatísticas da CONAB.



Estou sem seu número de celular. Me passa um zap para (73) 9.8802- 7943, por favor.



Parabéns para você também Sammy. Continue correndo atrás de sua formação!



Abraços,



Renato.

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