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Professora do Departamento de Administração da USP e coordenadora do Center for Organization Studies (CORS)
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Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri
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CARLOS RENATO A. THEODOROMUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 10/10/2008
Concordo com o Ismael Terra e acrescento que além da mão-de-obra, que no Vietnã pode ser considerada escrava, temos os custos dos insumos, que não acompanharam a baixa do dólar. Agora que o dólar voltou a subir, o que temos visto são reajustes abusivos. No caso dos adubos, temos um mercado praticamente sem concorrência, em que apenas um grupo detém a maioria das empresas do mercado.
Todos os países desenvolvidos protegem seus agricultores e quando isto é feito no Brasil somos chamados de atrasados. É lógico que precisamos fazer o dever de casa e aqui no Espírito Santo pelo menos estamos fazendo. Hoje temos lavouras de conilon produzindo até 120 sacas por hectare, aumentando a produtividade e, consequentemente, reduzindo custos. Conseguimos aumentar nossa produção sem aumentar a área plantada. Tudo isto graças à competência de nossos pesquisadores do Incaper que têm pesquisado novas variedades e colocado a tecnologia à disposição dos agricultores. |
JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVABELO HORIZONTE - MINAS GERAIS EM 08/10/2008
Simples? quem falou em simples? Acontece que perdas e ganhos devem ser medidos não só pela ótica do produtor (que, óbvio, é o elo mais fraco) mas também por perdas e ganhos na cadeia de suprimentos toda, perdas e ganhos para consumidores, outros agentes públicos e privados, etc. Acho que os ganhos líquidos serão maiores que as perdas. É uma questão de verificar (medir) esta hipótese.
Concordo com você Ismael em relação à brutal desvantagem dos produtores (e demais atores econômicos brasileiros) quando confrontamos alguns centros de custos com nossos concorrentes externos. E o que mais pesa, no final das contas, é o chamado custo Brasil. Repare como o fator "governo" (juros, câmbio, impostos, "populismo", falta de investimentos em logística, energia, etc) pesa decisivamente sobre os ombros de todos nós (produtores, profissionais, consumidores, empresas...). E tem mais: uma enorme bomba relógio está armada e vai explodir a qualquer tempo, pois as despesas correntes do governo crescem (mais concursos, mais gente, mais despesas, vis-à-vis serviços débeis), os gargalos se avolumam e a conta terá que ser paga por todos (mais impostos, menos competitividade, e o círculo vicioso está formado). Mas acho que devemos acreditar sempre na enorme força de adaptação dos agentes econômicos, na capacidade de mudar e transformar as ameaças em oportunidades. |
ANA LUCIA MASCARENHAS ARAKAKICARANGOLA - MINAS GERAIS - TRADER EM 07/10/2008 Importar café significa também exportar salários,empregos,divisas,indústrias de insumos, máquinas agrícolas,...enfim,fortalecer em outros países essas estruturas e outras advindas do processo,tais como indústrias de têxteis (roupas,sacarias),construção civil (casas) ,alimentação,petróleo,automotivos (motos,automóveis,tratores), famacêutica(remédios),calçados,etc. É preciso de um pouco de cuidado ao se propor soluções para a cadeia (ou rede) produtiva do café ou qualquer outra. É recomendado que se tenha uma visão holística (ampla) sôbre o assunto, e não focalizando apenas um setor da rede ,o que pode acarretar conclusões inadequadas ,privilegiando sómente alguns setores em detrimento de outros,o que não beneficia a cadeia integralmente. Como citado aqui, há pessoas que se beneficiam do mercado da café sem no entanto conhecer um pé de café. O que se pode fazer,se isso faz parte do mercado,como jà foi esclarecido aqui? Nota-se que o produtor ainda não utiliza as opções de comercialização (cpr,hedge,venda/compra futura,fixação de preços,etc) sendo que em países mais desenvolvidos é amplamente utilizada ;essas ferramentas ainda não são difundidas adequadamente entre os produtores , com eficiência e nem com a devida relevância,sendo colocadas em terceiro ou quarto plano. Citação:interferência governamental para ampliação do plantio: Como todos sabemos ,o que determina a decisão , por parte do produtor, de ampliar a área de qualquer produto, é a perspectiva de lucro.Vide o caso do leite,que,devido a um aumento no preço anterior, a produção aumentou,e estamos numa fase de baixa. Só que o preço do café é determimado no exterior (arábica:NY ,conilon:Londres);e como no nosso país ainda não temos uma política agrícola (seguro rural, na minha opinião) ,a não ser casos pontuais,o que nos resta é saber votar nas próximas eleições. Citação:drawback (globalização) É preciso entender mais um pouco sôbre globaliza ção,a quem interessa,vide os recentes acontecimentos no caso do sub prime dos USA,afetando o resto do globo. O que se está propondo é a abertura da economia brasileira para importações,enquanto os países mais desenvolvidos impõem barrei ras tarifárias/sanitárias (vide caso da carne brasileira). Além de tudo,quem garante que a indústria não deixará de comprar o café produzido no Brasil? Só depende do preço . Citação:competência/concorrência- A concorrência é saudável ,desde que em igual dade de condições. Há que se levar em conta o custo Brasil ,com os impostos e taxas ,que soman até 60,00% em cima de alguns ítens.Informação: há uma taxa que é destinada para a manutenção/modernização dos portos brasileiros,pode? Se a exposição á concorrência é saudável,então devemos convencer os países mais desenvolvidos a retirarem as barreiras tarifárias/sanitárias referentes aos pro dutos agropecuários,não acha? Parabéns aos expositores:Roberto W. Travençolo,Ismael T. Silva. Estou enviando desculpas ,se não |
ISMAEL TERRA SILVAJURUAIA - MINAS GERAIS EM 07/10/2008
Em consideração à afirmativa do colega eng° agrônomo José Eduardo, concordo plenamente que o crescimento é, na maioria das vezes, impulsionado pela pressão da concorrência, gerando competitividade e todos os atributos necessários ao crescimento. Por outro lado, devem-se observar os parâmetros a serem analisados. A abordagem do tema não é tão simples quanto parece ser. Os fatores a serem comparados, para avaliar a abertura do mercado, devem ter no mínimo uma relação próxima, para que possa gerar uma concorrência sadia entre seus participantes.
Dados demostram a discrepância entre um dos principais fatores limitantes na formação de preço do café: o custo de mão-de-obra no Vietnã é de cerca de US$2,00/dia, sem incidir encargos, enquanto que no Brasil custa cerca de US$ 8,5/dia, mais encargos trabalhistas, ou seja, o custo de mão-de-obra da concorrência é apenas 23,5% do custo brasileiro. Esses números certamente demostram que a entrada de cafés vietnamitas no país poderia levar a indústria de processamento a adquirir produtos importados a custos mais baixos, a não ser que a adoção de políticas para este tipo de operação venha a tomar uma medida protecionista de cotas de importação ou tributação portuária, de modo que o produto importado possa chegar ao país com um preço competitivo, diminuindo o RISCO do setor produtivo. |
JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVABELO HORIZONTE - MINAS GERAIS EM 06/10/2008
Sempre que criaram barreiras, sempre que empresas e produtores estiveram expostos à concorrência, foi quando verificaram-se os saltos de produtividade, de qualidade, de competência.
Exposição à concorrência, é isso que oxigena o sistema, é isso que proporciona o avanço de competitividade. Você, competente, tem medo de quê? |
JULIANO TARABALPATROCÍNIO - MINAS GERAIS EM 03/10/2008
O regime de drawback, sem dúvida alguma, é importante para qualquer país que queira crescer globalmente. Mecanismos que emperram operações como essas devem acabar, precisamos agir com mais fluidez. O próprio mercado deve se ajustar.
Não vejo possibilidade de uma operação de drawback prejudicar os cafeicultores brasileiros. Esse anseio da indústria por café importado é somente para aumentar sua produção, e não para deixar de comprar do Brasil. Além de tudo, não nos esqueçamos nunca da qualidade, não esqueçamos da mais brilhante das Rubiáceas: o arábica, cujos blends são bebidos pelo mundo todo. Portanto, até mesmo para fortalecer nossa indústria de café arábica precisamos dessa operação, ou então deixemos que a Alemanha leve fama às nossas custas. |
ISMAEL TERRA SILVAJURUAIA - MINAS GERAIS EM 02/10/2008
Considerando a afirmativa do colega engº agrônomo Leonardo Rabelo, realmente existem muitas pessoas envolvidas na cadeia do agronegócio café. Contudo, analisando a estrutura do mercado de café, é muito importante ressaltar que pessoas que com frequência são citados como "os que lucram com o café sem produzi-lo", chamados tecnicamente de especuladores, são fundamentais para a estrutura de comercialização, pois são eles que assumem o risco das posições em mercados futuros, gerando liquidez ao mercado e possibilitando a sinalização ou referência dos preços futuros das commodities.
O que existe, de concreto, é que a grande maioria dos produtores de café do Brasil não tem conhecimento das várias ferramentas de comercialização disponíveis, para efetivamente trabalhar a cafeicultura como uma atividade empreendedora |
ISMAEL TERRA SILVAJURUAIA - MINAS GERAIS EM 02/10/2008
Realmente seria muito interessante para a cadeia de processamento de cafés do Brasil a possibilidade de importação de matérias-primas para a composição de blends (a custos mais baixos) e o fortalecimento do setor industrial. Contudo, a abertura do mercado poderia acarretar sérios problemas à cadeia produtiva do café robusta no Brasil, se considerarmos os custos de produção, principalmente relativos à mão-de-obra do setor, já que este é caracterizado como um dos componentes mais oneroso na avaliação de custos de produção nacional, superior aos custos de países como o Vietnã, por exemplo.
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ISMAEL TERRA SILVAJURUAIA - MINAS GERAIS EM 02/10/2008
Realmente seria muito interessante para a cadeia de processamento de cafés do brasil, a possibilidade de importação de matérias primas para a composição de blends (a custos mais baixos) e o fortalecimento do setor industrial,contudo,a abertura do mercado poderia acarretar sérios problemas à cadeia produtiva de cafés robusta no Brasil, se considerarmos os custos de produção, principalmente relativos à mão -de-obra do setor cafeeiro brasileiro, já que este é caracterizado comoum dos componentes mais oneroso na avaliação de custos de produção nacional, superior aos custos de paises como o Vietnã, por exemplo.
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ROBERTO WAGNER TRAVENÇOLOCACOAL - RONDÔNIA EM 01/10/2008
O Brasil tem de ter políticas consistentes voltadas para produção, com maior incentivo e desburocratização das linhas de créditos para que possamos ter maior produção e não pensar em importar café robusta ou arábica.
Realmente somos uma nação de gigante geografia onde vemos derrubadas de florestas desenfreadamente, sem nenhum controle por parte do Governo Federal nem Estadual, para que seja substituida por pastagens e soja. Por que o Governo Federal não propõe uma iniciativa para plantio de café com linhas de crédito especias e um preço de insumos que sejam compatíveis com a produção? |
LEONARDO RABELO ADRIANOCOROMANDEL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 01/10/2008
Caros senhores, que coluna e que palavras bem ditas, porém o grande mal que aflige a cafeicultura, os cafeicultores do Brasil e do mundo, não é de onde vem o café e sim uma estrutura de mercado e de pessoas que ganham dinheiro com a cadeia produtiva do café e que muitas vezes nem conhece se quer uma planta de café.
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