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Ações coletivas e o café: o futuro da ABIC

POR BRUNO VARELLA MIRANDA

E SYLVIA SAES

BRUNO VARELLA MIRANDA

EM 19/07/2011

3 MIN DE LEITURA

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A troca de comando na Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) e a saída de duas importantes empresas da associação nos convida à reflexão. Personagem central em diversos acontecimentos observados nas últimas décadas, a ABIC entra em uma fase de reacomodação dentro da dinâmica do setor. Se compararmos a realidade atual com aquela encontrada no início da década de 1990, por exemplo, veremos que o Brasil - e o mundo - mudaram muito. Como se adequar, então, aos novos tempos?

Graças ao eficiente trabalho realizado nos últimos vinte anos, já não nos preocupa a perda de interesse do consumidor pelo café. Na atualidade, o que ocupa nosso pensamento são as possíveis oportunidades de diferenciação, em um contexto marcado pela competição acirrada. O avanço de gigantes no setor no mercado brasileiro pode passar a impressão de que o futuro será de poucas empresas. Consideramos, porém, que em meio à concentração no setor, a conscientização progressiva do consumidor brasileiro abre espaço para a sobrevivência de muitas empresas de médio porte, especialmente aquelas capazes de entender as novas tendências.

É aí que entra a ABIC. Estratégias coletivas seguem fundamentais para o setor. Se há algo que aprendemos nas últimas décadas, é que essas ações são complexas. Confiar apenas no governo é um grave equívoco, pelas restrições adicionadas à ação econômica; apelar para a lógica "do cada um por si" pode ser ainda pior, particularmente para as pequenas e médias emrpesas. O que o setor precisa é da existência de canais de diálogo que possibilitem o amadurecimento de consensos, o aproveitamento de possibilidades de cooperação e o diálogo com a sociedade. Se algumas gigantes abandonaram o barco, por confiarem em sua capacidade de adotar estratégias individuais, tudo bem; ainda assim, segue incontestável a relevância da ABIC.

O trabalho da associação na divulgação de campanhas de esclarecimento aos consumidores é conhecido de todos. Na atualidade, é necessário nos questionarmos se o fluxo de informação entre os associados, ou ainda, a produção de informação relevante a essas empresas está sendo adequadamente realizado pelo setor. Embora a inovação seja algo realizado no interior das empresas e, portanto, dependente de transformações nas organizações, estratégias de ação coletiva podem auxiliar no fornecimento de informações fundamentais para a identificação de oportunidades de negócio. A ABIC, nesse sentido, pode contribuir para a criação de um ambiente propício para a produção e disseminação dessa informação relativa ao mercado.

Adicionalmente, vemos com bons olhos a ideia da nova diretoria de empreender a reorganização da associação e, em especial, de estimular as empresas a buscarem o mesmo caminho. Nesse espírito, é provável que vários desafios comuns possam ser enfrentados por meio do estabelecimento de ações coletivas no âmbito da ABIC.
Juntamente com o governo, consideramos ser necessária a estruturação de um plano para a inserção do café torrado e moído brasileiro no exterior. Que essa estratégia seja consolidada em um cenário marcado pela transparência e pelo debate entre as partes interessadas.

Oportunidades de diferenciação em mercados consolidados, ou a entrada nos novos mercados, devem ser analisados com o mesmo carinho; afinal, cada nicho pode esconder oportunidades para um determinado grupo de empresas. De qualquer maneira, consideramos que a inovação deve ser o foco, e não a ideia da existência de "campeãs nacionais" a qualquer custo, algo observado em outros setores.

O mais difícil na adequação aos novos tempos é a sua dificuldade de leitura. Os fatos vão ocorrendo no calor da luta, e a adaptação é um imperativo. Daí a importância de espaços em que os agentes possam estruturar planos de cooperação. Dividir as responsabilidades e aumentar a probabilidade de acerto constituem benefícios que superam qualquer vantagem derivada de uma ação egoísta no curto prazo. Para tanto, é preciso que os participantes sejam a razão de existência da associação. Independentemente do rumo que tomar, confiamos que a ABIC seguirá essa orientação.

BRUNO VARELLA MIRANDA

Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri

SYLVIA SAES

Professora do Departamento de Administração da USP e coordenadora do Center for Organization Studies (CORS)

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