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Safra 2018/2019 ainda que grande não é tão negativa para preços

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 12/06/2017

3 MIN DE LEITURA

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No sempre bem organizado Coffee Dinner do Brasil, as conversas nas mesas e ao redor da área de cafezinhos do fórum em grande parte giraram em torno do potencial da safra 2018/2019, principalmente por parte daqueles que tiveram a oportunidade de andar pela zona produtora antes do evento.

Foto: Felipe Gombossy/Café Editora
                                   Foto: Felipe Gombossy/Café Editora

As generosas chuvas do começo do ano aliadas ao bom trato e preços remuneradores embelezaram as árvores, vestindo o cafezal para potencialmente o Brasil finalmente produzir a mãe-de-todas as safras, segundo os mais animados.
Em minha apresentação sobre a Oferta e Procura Mundial abordei a queda constante do terminal nestes dois primeiros trimestres, período que poderia existir um aperto de oferta, e exercitei o quadro de produção e consumo mundial dos últimos anos até 2018/2019.

Para a primeira parte, a explicação ficou por conta da indústria torrefadora no destino ter se estocado apostando que a demanda do segundo semestre de 2016 fosse ser mantida na primeira metade de 2017 (o que não aconteceu) e também pela liquidação geral das commodities – falando de forma mais simplificada, claro.

Quanto ao quadro mundial, imaginando que o Brasil produza este ano 52 milhões de sacas, Vietnã 27 milhões, Colômbia 14,3 milhões e Honduras 6,3 milhões de sacas, para citar as origens que tem potencial de crescimento, o déficit ficará em 4,2 milhões de sacas. Se estes números se confirmarem, os estoques mundiais vão cair 13%, nada amedrontador, mas longe de ser confortável o suficiente para eventuais perdas de produção.

Tracei também um comparativo com dois anos atrás, quando então no fim do ano, pós-florada brasileira para o que seria a mãe-de-todas-as-safras, o mercado caiu. Curiosamente a perda foi de apenas US$ 20 centavos por libra-peso, performance excelente diante da expectativa e ainda mais impressionante dada a desvalorização do Real Brasileiro de R$ 3,20 para R$ 4,10.

Para finalizar, apontei que os fundos venderam de novembro de 2016 até a última terça-feira (06) 90 mil contratos de café na ICE e o mercado perdeu US$ 55.00 centavos. É óbvio que a perda é significativa, mas à luz do volume de venda dos fundos poderia ter sido muito pior.

A razão para a queda não ter sido maior é a disciplina de compra dos comerciais, ou os participantes que pretensiosamente podemos considerar melhor informados, já que vivem de negociar café. A decisão da indústria em aproveitar a cobertura do flat-price parece acertada diante do quadro atual e com tanta água ainda para rolar debaixo da ponte até chegarmos a esperada super-safra. Como apontei na palestra, mesmo que se confirme 65 milhões de sacas no próximo ciclo de produção do Brasil e se considerarmos poucas variações nas demais origens, o superávit mundial será de 4,5 milhões de sacas, ou basicamente reporá os estoques em um mundo que tem crescimento de consumo de café no mínimo à taxa vegetativa.

Não custa lembrar, também, que se o ciclo de 2018/2019 é de alta na produção, o de 2019/2020 será de baixa, pouco prático falarmos disso, mas não muito diferente em praticidade do que estar contando com 65 milhões de sacas para 2018/2019 em pleno junho de 2017.

A posição bruto-vendida dos fundos está próxima ao recorde, que foi de 72,980 lotes em 13 de março de 2013. Na época, o número de contratos em aberto não era muito diferente do que temos hoje, ou seja, há espaço para os especuladores venderem mais, caso queiram. Pressionar muito mais a mola para baixo deve continuar a atrair compra de indústria e vai apertar o diferencial no Brasil.

Os baixistas dizem que não importa tanto o Brasil estar “caro” quando pode-se originar café de alguns países africanos e da América Central com descontos mais vantajosos. Sabemos que isto é momentâneo, não apenas pela bolsa refletir em geral muito mais o que acontece no Brasil, já que o país abastece 1/3 do comércio internacional de café, mas também pelo volume limitado destes outros produtores.

O fechamento da semana foi virtualmente inalterado para Nova Iorque e levemente positivo para Londres. O relatório do CFTC mostrando os fundos incrementando a posição vendida em 8,159 lotes deixa o mercado vulnerável para atrair recompras caso o contrato “C” consiga romper US$ 128.65 e US 129.70 centavos por libra-peso.

Uma ótima semana e bons negócios a todos,
Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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EQUIPE CAFÉPOINT

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 16/06/2017

Olá!

A equipe do Cafépoint havia alterado o título original do artigo para "Expectativa para a safra 2018/2019 é de 65 milhões de sacas de café". Voltamos agora ao título original do colaborador.

Abraços.
RODRIGO CORREA DA COSTA

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/06/2017

No meu comentário eu quis dizer que mesmo que a safra seja os 65 milhões de sacas que se comenta entres os comerciantes locais e internacionais, ainda assim o mundo absorveria este café e não deveria ser negativo para os preços do café.



A analise é baseada em perspectivas de produção e números de posicionamento dos participantes no mercado de Nova Iorque.



Abraços,

Rodrigo
ELDER G. BALDON

NOVA VENÉCIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/06/2017

Ano passado foi safra cheia do arábica no Brasil, com o país produzindo 55 milhões de sacas.  Esse ano, na safra baixa, vai produzir 52 milhões de sacas. Sem mencionar que o conilon do ES foi  ruim em 2016 e 2017 e vai ser menor ainda. Me engana que eu gosto. Papel aceita tudo.
ELDER G. BALDON

NOVA VENÉCIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/06/2017

Sabe o que penso? Tem algumas notícias no mercado de café muito conveniente. Justo nesse momento que arábica é de baixa e conilon, então, nem se fala. Esse ano, no Espírito Santo, teremos 2 milhões a menos que 2016. Funciona assim essa notícia, como um aviso ou ameaça: corram e vendam seus cafés.

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