A curta semana foi negativa para as principais bolsas de ações no mundo e principalmente para os mercados emergentes, que também sofreram com a desvalorização de suas moedas frente ao dólar americano.

Os índices de commodities subiram ajudados pela alta de 19.79% do gás natural (em cinco dias) do óleo de aquecimento, cacau e do petróleo, sendo que as duas primeiras em função do inverno rigoroso aqui no Nordeste Americano.

O café caiu US$ 3.64 por saca em Nova Iorque e ficou de lado em Londres, com os fundos voltando a vender o mercado e origens pressionando depois de várias falhas recentes dos rallyes. No mercado físico a movimentação melhorou, tanto nos países produtores quanto nos destinos, ainda que os diferenciais não tenham alterado tanto para o arábica.

As exportações da América Central para os três primeiros meses da safra na região estão 9.5% menores do que o ano anterior, e devem cair ainda mais durante o ciclo atual em função da quebra de produção por causa de problemas de fundos nos cafezais.

O clima mais seco durante o mês de janeiro no Brasil também tem causado preocupação aos produtores, que temem um pobre “enchimento” dos grãos e por consequência uma redução ainda maior da produtividade da safra 14/15.

A semana que começa no dia 27 de janeiro terá o inicio do ano-novo lunar, e com “ele” a comemoração durante nove dias no Vietnã, parando as comercializações de café o que certamente vai contribuir para a manutenção do baixo volume de embarques por mais um mês. Para registrar: entre outubro e janeiro o país embarcou 6.87 milhões de sacas, bem abaixo das 10.1 milhões embarcadas há um ano – em uma safra de tamanho parecido.

A volatilidade do Real Brasileiro não deve ajudar uma recuperação significativa do terminal (se acontecer), e caso a moeda atinja os 2.50 rapidamente podemos experimentar uma pressão vendedora ainda maior tanto das origens quanto dos fundos.

Uma boa semana e muito bons negócios a todos.

Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.