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Porta estreita

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 09/05/2011

4 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - de 2 a 6 de maio

Depois de 10 anos sendo o homem mais procurado do planeta, Osama Bin Laden foi encontrado, e morto, em uma cidade há pouco menos de 100 quilômetros da capital do Paquistão. A reação imediata para os mercados foi positiva para as bolsas e negativas para algumas commodities, principalmente o petróleo. Porém, na sequência o risco de uma revanche da Al Qaeda, ou de grupos terroristas ligados ao líder, neutralizou os efeitos iniciais.

A semana foi turbulenta, e com a divulgação de indicadores econômicos diferentes dos previstos por analistas acabou provocando a maior queda dos índices das commodities desde o colapso do banco de investimentos Lehman Brothers em 2008. Na quarta-feira o número de vendas ao varejo da comunidade europeia referente ao mês de março, mostrou a maior desaceleração em quase um ano, efeito proveniente do aumento dos preços de matérias-primas que estão diminuindo o poder de compra dos consumidores. O prenúncio da criação de trabalhos nos Estados Unidos, que se dá através de números compilados pela principal empresa americana que emite holerites, também foi negativo.

O cataclismo no entanto aconteceu no dia seguinte, quando o Banco Central Europeu surpreendeu os mercados não apenas mantendo a taxa de juros inalterada, mas sinalizando em seu comunicado que pode postergar uma nova elevação dado o efeito negativo no crescimento econômico na região provocado pelo fortalecimento do Euro e pelas altas das commodities.

Pronto, a porta ficou estreita para tantos investidores que tentaram sair juntos das commodities - também impactadas pela forte valorização do dólar de 2% em um dia. O petróleo do tipo Brent teve a maior perda absoluta diária da história, US$ 12.17 por barril, ou 10% de baixa em apenas uma sessão. A prata, que por muito pouco não fez uma nova alta de todos os tempos, despencou nos últimos cinco dias incríveis 28.60%. Com exceção do mercado de robusta em Londres, todas as commodities caíram entre a sexta dia 29 de abril e sexta dia 6 de maio. Nem mesmo o número oficial de criação de postos de trabalhos nos Estados Unidos divulgados na sexta, melhor do que esperado, ajudou a recuperação dos índices das commodities, com o CRB encerrando a semana com perdas de 8.97%, o SPGSFI -9.88%, e o DJUBS -7.81%.

Como não podia deixar de acontecer, houve um rumor que um fundo de investimentos foi forçado a liquidar posições no mercado da prata depois das sucessivas altas das margens iniciais e dos movimentos bruscos vistos (certamente muitos investidores pequenos que estavam rindo a toa ficando comprados em commodities perderam muito dinheiro). Fato é que o café não conseguiu se esquivar do pânico dos mercados, e depois de Nova Iorque ter feito uma nova alta na terça-feira, encerrou a semana com perdas de US$ 16.27 por saca. BM&F perdeu menos, US$ 12.35 por saca. Já na LIFFE o robusta subiu US$ 2.58 por saca, estreitando a arbitragem contra o "C" para US$ 169.71 centavos por libra - ou uma diferença de preço de US$ 224.49 por saca.

O mercado físico teve um fluxo melhor de negócios antes da queda das bolsas, mas não estancou completamente com os preços mais baixos. Parte por causa do começo da colheita no Brasil, e parte em função dos vendedores terem cedido ao interesse dos compradores. A demanda para o curto-prazo continua tépida, enquanto que para o segundo semestre foram reportadas vendas no FOB de café brasileiro à diferenciais mais abertos. Com a sazonalidade reduzindo o consumo reduzido no hemisfério norte (chegada do verão), quem está comprado em café suaves está tendo dificuldade de encaixar vendas, e com isso os estoques certificados da ICE subiram no mês de abril pela primeira vez desde outubro de 2008 - quando começaram os problemas de abastecimento deste tipo de café.

Aumentam as preocupações com relação a uma não-recuperação de produção na Colômbia, impactada em alguma proporção (ainda não se sabe se significativa ou não) pelas chuvas excessivas que assolam o país.

O CECAFE divulgou as exportações brasileiras de abril, totalizando 2.7 milhões de sacas. O destaque fica por conta do volume exportado de conillon no mês, 318,598 sacas, a maior quantidade desde fevereiro de 2003. O motivo muito provavelmente foi a inversão forte do spread de maio/julho em Londres.

O fechamento da sexta-feira deixou a impressão que o mercado pode cair mais, dado que as compras que estavam sendo feitas para levar os preços a altas consecutivas tinham uma ajuda da figura técnica que era positiva. Com a liquidação forte dos ativos e indicadores comprovando que a recuperação das economias está sendo revisada para baixo com o impacto dos preços fortes das commodities, fica a dúvida se os investidores (muitos machucados) optem por não voltar a comprar esta classe de investimento.

Para os produtores que ainda não garantiram a venda de uma porção de sua produção é bom aproveitar o momento.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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