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Notícias altistas embutidas no preço

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 16/05/2011

4 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - de 9 a 13 de maio

A semana se encerrou com mais um capítulo temeroso da crise de débito soberano que afeta principalmente os países periféricos da Comunidade Europeia. Com uma taxa de desemprego acima de 20% para a população jovem, mais uma retração do PIB, e medidas austeras de controle de gastos, a Grécia será forçada em algum momento a "renegociar" suas dívidas. Pior é que Portugal muito provavelmente entrará em uma recessão, e a Espanha também tem uma taxa de desemprego altíssima.

Agora, imagine o cidadão que não consegue arrumar um trabalho para sustentar sua família tendo necessidades mais imediatas, em quem votará: na situação que está rezando a cartilha do FMI sem poder de ajudá-lo, ou na oposição que prometerá resolver seu problema - e que para isso terá que colocar em segundo plano o débito do país (ou porquê não a moeda única)?

A novela está longe de terminar, e enquanto isso o motor da região, a Alemanha, teve o maior crescimento do PIB desde a reunificação, e a taxa de desemprego do país está em 7.1%.

Fato é que as incertezas sobre como os problemas serão equacionados em uma mistura tão heterogênea, direcionou investidores para a moeda americana.

Nos últimos cinco dias o dólar teve uma valorização de 1.74% contra o Euro, e de 1.16% sobre o real. Uma parte do chamado carry-trade tem sido desmontado, e ativos que vinham se beneficiando, como os junk-bonds e as commodities, têm sofrido quedas maiores.

Os altistas dizem que é uma grande oportunidade para se posicionar comprado em matérias-primas, apontando para a demanda que continuará sendo forte pelos mercados emergentes. Por outro lado os baixistas dizem que estes mercados terão que conter a inflação e moderar o crescimento, sendo que alguns deles como a China tem um estoque razoável de commodities como grãos e cobre, que inclusive foram importados para serem oferecidos de colateral para empréstimos que geraram investimentos em mercado imobiliário - olha a confusão!!

Enfim, muito embora o CRB tenha fechado a semana com um ganho de 0.25%, o café perdeu outros 6.18%, seguido pelo algodão que caiu 5.62%, o cacau -4.27% e o trigo com -3.93%.

O contrato "C" em Nova Iorque foi o mais atingido apesar de estarmos em um momento que a disponibilidade de cafés nas origens é bem pequena, problema que logo será amenizado com o aparecimento de grãos no Brasil que está colhendo sua safra. Safra esta que segundo a CONAB divulgou no último dia 10 de maio será de 43.54 mln de sacas, divididas entre 32.18 milhões de arábica e 11.36 milhões de conillon. Vale destacar que muitos agentes do mercado trabalham com uma safra maior para o conillon, mas a diferença não é muito grande com relação ao arábica.

Na sexta-feira foi a vez do USDA soltar sua estimativa da safra brasileira de 11/12. O órgão crê que a produção será de 49.2 milhões de sacas (34.7 de arábica e 14.5 de conillon). Segundo os dados, o estoque de passagem será de 4.9 milhões, e as exportações previstas em 28 milhões. A produtividade média esperada é de 22.88 sacas por hectare, menor claro que as 25.06 sacas por hectare da safra corrente que o relatório indica em 54.5 milhões de saca.

Acho importante salientar que a qualidade de 11/12 tem tudo para ser melhor do que a da safrona 10/11, inclusive se o tempo ajudar o volume de "fine-cup" deve ser maior neste ano (apesar da "baixa" bianulidade), o que deve aliviar um pouco quem procura pelo produto.

O mercado físico na semana teve giro melhor do que poderia se imaginar, mas a procura é menor para os cafés finos que estão com preços virtualmente inalterados (e caríssimos), e os torradores e intermediários tem procurado por qualidades mais baixas. Neste campo a 2ª maior indústria de torrefação do mundo declarou que o consumo de robusta deve ter maior crescimento na Europa, confirmando o que temos falado neste espaço há algum tempo. Creio inclusive que não é só na Europa que isto está acontecendo, e as revisões para cima do potencial de produção do Vietnã, que alguns dizem que colherá 22/23 milhões de sacas a partir de outubro, ajudará quem estiver usando mais deste nos seus blends.

Em resumo, eu acredito que as notícias altistas já estão descontadas no preço/quadro fundamental (salvo, óbvio, algum problema climático). Sendo assim as surpresas que podem aparecer muito provavelmente deverão ser mais para o lado negativo dos preços, como um eventual ano em que ao invés de déficit possamos ter um equilíbrio ou até um leve superávit. Isso sem falar do consumo, que segundo a declaração de um diretor da OIC nesta semana, não crescerá neste ano.

Para finalizar a Federação de Café Europeu divulgou que os estoques na Europa subiram 803,408 sacas no mês de março, totalizando 11.07 milhões de sacas, dos quais 5.5 milhões são cafés certificados da LIFFE e ICE. Ou seja, para um ano mais apertado, os compradores esperam que o pior tenha passado.

Mais uma vez o fechamento da semana foi negativo, e embora os fundos tenham liquidado pouco mais de 6 mil lotes dos seus longs, nada impede que eles comecem a ficar vendidos, o que em algum momento (aparentemente não agora) sinalizará que os preços poderão voltar a recuperar.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos!

RODRIGO CORREA DA COSTA

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