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Moeda fraca de emergentes e a queda das commodities

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 10/06/2013

3 MIN DE LEITURA

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O mercado de trabalho nos Estados Unidos tem se mostrado estável em geral, com o setor público perdendo algumas vagas depois do “sequestro de recursos”, mas ajudado por contratações das empresas privadas.

Nas duas últimas sessões da semana as bolsas de ações estancaram a queda que durou vários dias, recuperando levemente e se mantendo basicamente no mesmo patamar do meu último comentário (há duas semanas).

Dois dos principais índices de commodities, o CRB e o SPGSCI subiram 1% desde o dia 24 de maio, enquanto os DJUBS (antigo AIG) caiu 0.51%. Apenas o gás natural, prata e açúcar sofreram quedas nos últimos 9 dias úteis – houve um feriado dentro do período.

O café em Nova Iorque testou os US$ 125.00 centavos, no final de maio, com os fundos aumentando suas posições vendidas, mas encontrou boa compra de indústria evitando que o estrago fosse maior. Londres por outro lado caiu US$ 6.24 tendo como pano de fundo a boa disponibilidade de cafés (estoques) e a perspectiva de uma grande safra vietnamita.

No mercado físico a principal origem vê a safra nova chegar e os diferenciais ficarem nominalmente mais fracos, embora menos do que se esperava talvez em função de esperanças de alguma ajuda do governo. Uma nova linha de crédito governamental deve ser aprovada em breve, entretanto nada de programas de “enxugamento” de estoques. O carrego está longe de ser pequeno, assim como a produção do ciclo 13/14 deve surpreender (para cima segundo a percepção do mercado).

A fraqueza das moedas dos países produtores frente ao dólar torna menos amargo o comportamento do “C”. O fechamento de sexta-feira, em centavos de Real por libra peso foi de R$ 2.7086, melhor do que de duas semanas atrás que estava em R$ 2.6037, e isto em parte deve explicar o volume melhor de vendas no mercado futuro que tem aparecido – que diga-se de passagem tem companhia de Peru e Colômbia.

No que tange a moeda brasileira parece que o BC quer evitar que o nível de 2.15 do Real seja rompido rapidamente, o que não significa que não vai acontecer ainda mais depois da revisão negativa do débito soberano pelo S&P. Alguns analistas apostam em 2.30, fato que trará mais vendas por haver bastante café a ser vendido.

Por falar nisto é uma pena notar como o Brasil tem negligenciado instrumentos importantes de negociação de café, como os futuros na BM&F e CPRs. O país sempre se destacou em prover alternativas para de comercialização para seus produtores, diferente de praticamente todas as outras origens. Tanto o volume da bolsinha (termo que caiu em desuso) quanto das vendas a termo (incluindo CPR) indicam que o país deu passos para trás, prejudicando a todos os envolvidos da cadeia. Alguns dizem que a culpa é do próprio produtor que ficou mal acostumado com o mercado subindo por dois anos consecutivos, entretanto muitos fazendeiros profissionais e disciplinados discordam desta visão.

Vale a nota e os parabéns à Coocacer por mais um excelente simpósio que pelo terceiro ano consecutivo tem sido promovido no Cerrado. O fórum se firmou no calendário cafeeiro e é riquíssimo em trocas de idéias instrutivas à seus participantes que se destacam na cafeicultura mundial pelas práticas e lucidez no trato e comercialização de café – para não nos atermos a qualidade apenas. Nestas “conversas” (que tenho tido o prazer de dar palestra até agora em todas as edições) sempre surgem pontos e discussões que reforçam a atitude e disciplina de seus produtores e associados.

Voltando às perspectivas de preço, não há indicações de uma recuperação significativa, salvo algumas coberturas pontuais dos fundos que estão com uma posição grande vendida. Londres tem espaço para maiores quedas, e a firmeza do dólar contras as moedas dos países emergentes mostram uma correlação negativa forte, o que me faz crer que as commodities ainda possam cair mais. Os investidores neste ano já retiraram mais de 22 bilhões de dólares dos mercados de commodities, relacionado com os números que apontam para um superávit na maior parte dos metais e produtos agrícolas e dos estoques elevados.

As exportações do Brasil, que devem ficar no mesmo patamar do ano anterior cuja safra foi menor, dão sinal aos compradores de que há um estoque grande que vai forçosamente aparecer no mercado em algum momento, principalmente com a colheita avançando. Mesmo que o governo libere mais dinheiro para financiamento, tudo o que isto faz é dar mais corda para o enforcamento que só não acontecerá se houver algum evento climático que provoque perdas na produção. 

Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café periodicamente, como colaborador da Archer Consulting.



RODRIGO CORREA DA COSTA

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JOÃO CARLOS REMÉDIO

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/06/2013

Parabéns pela análise, Rodrigo. Infelizmente, se tudo correr dentro dos padrões da normalidade, parece que o otimismo estará longe da cafeicultura. Com estoques remanescentes em boa quantidade, produção de ciclo baixo prometendo bater recordes e uma produção futura ainda maior, não temos nada em vista que possa impulsionar o mercado no curto prazo.

Por aqui, seguem as colheitas com produtor empobrecido e muitos, aguardando recursos públicos até para iniciá-la. Nas cidades que têm o café como o principal produto, o clima é de tristeza e a falta de dinheiro circulante é gritante, o que denota o momento vivido e a importância do café para a econonomia desses municípios.

Como os recursos governamentais são morosos para chegarem nas mãos do produtor, a ansiedade está nos limítes da tolerância. Instrumentos de negociações de cafés como as CPRs, PEPRO, ente outros, parecem que foram abandonados.

A situação é muito crítica na cafeicultura. Para quem já mandou segurar café quando os preços chegaram em R$550 em 2011, dizendo que chegaria aos R$1mil a saca, mudou o discurso e está mandando vender café se os preços retornarem aos R$300. É muita adrenalina para o produtor de café. Prudência e um bom cafezinho não faz mal a ninguém. Que tenhamos uma semana melhor!

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