Hoje as três bolsas voltaram a fechar em queda, com o agravante de que, em todas, houve bom aumento no volume negociado. A LIFFE negociou 23.395 contratos e fechou com queda de 1,87%. A NYBOT teve forte movimento, negociando 27.334 contratos, e queda de 1,22%. E, a BM&F, cuja queda de ontem tinha sido maior que a de Nova Iorque, perdeu apenas 0,46%, em dia de 2.918 contratos negociados.
No balanço da semana, o saldo foi bastante negativo, com os ganhos da semana passada tendo sido totalmente devolvidos, nas duas bolsas que trabalham com arábica. A LIFFE acumulou 2,81% de perda, a NYBOT, 3,62% e a BM&F 3,98%.
Desde a virada do ano, a LIFFE, única que chegou fechar, neste ano, em valor maior que o de 29/12, acumulou 4,21% de perda, na comparação entre os valores dos seus vencimentos mais líquidos (Mar/07, em dezembro, e Mai/07, agora). Nesta mesma comparação, a NYBOT acumula perda de 13,43% e a BM&F de 14,29%.
Mostrando que as altas acontecidas na sexta, 23/3, e na segunda, 26/3, por conta do anúncio das opções tiveram um forte componente de compras de fundos, o relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), com o posicionamento dos traders na NYBOT, em 27/3, apontou recuperação no saldo líquido comprado destes agentes (non-commercial), para 6.066 contratos, ante 3.663, no relatório anterior. Mostrou também os hedgers de indústrias e origens (commercial) elevando seu saldo vendido, de 7.156 para 10.256 contratos, e o aumento no saldo comprado dos especuladores (nonreportable), de 3.493 para 4.190 contratos. O número de contratos em aberto se elevou, de 143.287 para 151.347, entre 20 e 27/3, e, em 29/3, estava em 151.171.
No mercado físico brasileiro, houve novas reduções de preços e os produtores continuam incrédulos, perplexos e, por isso mesmo, retraídos. No entanto, quem tem necessidade de vender café para fazer caixa, a fim de custear o início de sua colheita, deve estar muito atento às oportunidades de alta, como a da semana passada, além, é claro, de procurar diluir seus riscos.
Com a tendência preponderante de queda no mercado de café e no dólar, a cotação do indicador Cepea/Esalq para o arábica é 16,79% menor que a observada em 29/12. No caso do conilon, a diferença é de 8,41%, pois a perda da LIFFE foi menor que a da NYBOT, no período. Em ambos os casos, a perda no físico é maior que a das bolsas por conta da sobrevalorização do real e, no do conilon, esta é quase que o dobro da ocorrida na LIFFE (-8,41% contra -4,21%), por conta de seu atrelamento ao mercado de arábica.
Bolsas em baixa implicam em restrição na liquidez do leilão de CPR-Física do BB. Mais uma vez, não houve arremates, dentre os 82 lotes em oferta, compostos de 32.400 sacas. Lote de café padrão BM&F, para entrega em dezembro, ofertado a R$ 270,00, já não encontrou comprador. O mesmo aconteceu com arábica rio, tipo 7, com até 220 defeitos, para entrega em outubro (no ES), a R$ 225,00; com arábica tipo 6, duro para melhor, para o mesmo mês, a 255,00 e com conilon, tipo 7/8, com até 260 defeitos, ofertado a R$ 190,00, para entrega julho.