Hoje, 16, NY já mostra ajustes técnicos, quebrando uma resistência importante de 141.65 cents. Se confirmar essa tendência, poderemos ter um belo rally na próxima semana, testando resistências ainda maiores, acima de 146.45, visto em 02 de julho deste ano.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
A BM&FBOVESPA continua mostrando resistência, com o diferencial para ICE se estreitando a cada dia. A Bolsa reflete com certeza a clara falta de café de qualidade que o mercado atravessa no momento e sua dificuldade em encontrá-lo - em setembro a BM&F registrou recorde de contratos de café entregues : foram 4.557 contratos, sendo a maioria do café da safra 2008. O número assusta porque, para se ter uma ideia do volume, foram entregues 4.652 contratos em todo o ano de 2008; em 2007, 3.244 e em 2006, 2.567. Ou seja, em um único mês, foi entregue quase o dobro do ano de 2006. Isto mostra que a safra foi pequena e de baixa qualidade, prometendo uma entressafra longa e dolorida pra quem trabalha com o mercado físico.
A expectativa de entrega das opções para o governo torna o mercado tenso e silencioso, no qual produtores esperam por preços melhores do que aqueles atuados no mercado. Por isso vimos esta semana comentários de que o vendedor sumiu e os negócios desapareceram.
O dólar continua ladeira abaixo e é exatamente isso que não dá coragem para grandes especuladores fazerem uma posição de vendido maior. A baixa do dólar, portanto, se por um lado está limitando altas no mercado físico quando a bolsa sobe, por outro também limita a queda para patamares que seriam bem piores do que aí estão.
O fechamento do dólar a R$ 1,70, bem abaixo das expectativas de alguns economistas até o momento, vem obrigando-os a jogar suas projeções de fechamento para o final do ano para patamares abaixo de R$ 1,65. Este fator tem que ser levado em consideração na hora da compra dos insumos, pois eles são importados e deveriam acompanhar essa queda. Portanto, companheiros produtores: hora de pechinchar.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Fonte: Banco Central. Elaboração: CaféPoint
Os países de origem não estão querendo fazer grandes posições, pois no ano passado houve dificuldades para as entregas e este ano a cautela está imperando. A florada continua aparecendo de forma desigual, trazendo grandes dificuldades técnicas para se avaliar com precisão a safra vindoura, sendo mais cauteloso no momento esperar um pouco mais para se falar em números.
Todos estes fatores contribuem para que o mercado se mantenha morno, esperando definições. Aguardemos por situações mais esclarecedoras.