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Medo de recessão e geada

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 08/08/2011

3 MIN DE LEITURA

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A novela do incremento do teto da dívida americana terminou, entretanto o acordo fechado entre democratas e republicanos, ainda que indique uma preocupação de ambos com a saúde das contas do país no longo-prazo, traz consequências negativas de curto e médio-prazo para a recuperação da principal economia do planeta. Não por acaso a agência S&P rebaixou a nota dos papéis da dívida dos Estados Unidos de AAA para AA+.

Na Europa o banco central europeu (ECB) deixou de fora a compra de títulos da Espanha e Itália em um leilão feito no meio da semana, muito provavelmente para demonstrar aos governos destes países que eles precisam agir rápido no trato de suas finanças. O fato causou grande desconforto entre investidores, que voltam a ruminar sobre a insuficiência de recursos para ajudar as economias periféricas da área, sendo que muitos analistas reforçam o risco da Grécia dar um calote.

Por conta destas notícias, a semana foi terrível para os mercados com as bolsas caindo fortemente ao redor do mundo, e o medo de uma nova recessão (a famosa "double-dip) nos países "ricos" volta a assombrar os investidores.

Como o dinheiro foge do risco, as commodities não ficaram fora da carnificina, e os principais índices cederam entre 4.5% e 6%, com as matérias-primas industriais sendo as mais afetadas.

O café em Nova Iorque teve oscilações fortes, fazendo novas mínimas, mas fechando praticamente nos mesmos patamares da semana anterior. O dia mais insano foi a sexta-feira que teve um "rally" de US$ 12 centavos por libra (US$ 247.70 cts) impulsionado pelas notícias de cafezais no Sul de Minas do Brasil terem sido afetados por geada. Depois o mercado testou uma nova mínima, negociando a US$ 233.50 centavos, arrastado pelo pessimismo do ambiente macroeconômico (o intervalo foi equivalente a 18.78 dólares por saca).

Não há consenso do quanto se perdeu com o frio que atingiu as regiões vizinhas de Guaxupé e Poços de Caldas entre outras, mas alguns participantes estão momentaneamente calculando uma perda um pouco menor de 1 milhão de sacas para a próxima safra. Em um cenário de aperto na oferta mundial de café e com estoques baixos, a incerteza de uma diminuição de produção para o próximo ano no Brasil em nada ajuda os baixistas, e deve dar suporte aos preços.

O físico no Brasil transpira a firmeza provida pelos produtores, que não têm pressa de negociar a safra que já está quase 80% colhida. Na verdade os diferenciais firmaram para virtualmente todas as qualidades e origens. Na BM&F o café subiu nos últimos cinco dias, enquanto na ICE os preços cederam levemente. Por conta disto a arbitragem encerrou o período no território positivo, com prêmio de US$ 3.77 por saca do contrato de São Paulo sobre o de Nova Iorque, dentro da expectativa que tínhamos comentado neste espaço no último relatório - caso o contrato "C" continuasse a escorregar, como foi o caso.

As recentes quedas do terminal serviram para que as indústrias torrefadoras aproveitassem para fixar seus contratos, sendo que muitas neste momento estão estendendo suas coberturas do "flat-price" (bolsa), deixando para mais tarde a decisão de comprar o "basis" (diferencial). A aposta dos torradores é em comprar diferenciais mais baratos (óbvio), que em minha opinião só acontecerá com o mercado futuro subindo (e mesmo assim tem que ser uma subida forte), já que pressão vendedora não deve existir. Outra alternativa é a valorização da moeda americana, que se beneficiaria de novas turbulências no ambiente internacional. Acho pouco provável que a florada no Brasil traga uma enxurrada de vendas para o mercado, assim como não creio que a chegada de cafés da América Central representará pressão - ambos pontos que os baixistas tem argumentado.

Londres também é visto como um fator negativo, ainda mais com o crescente número de analistas revisando suas planilhas para uma produção de Vietnã maior que 21 milhões de sacas (11/12). Entretanto a demanda no físico por aquele café (inclusive para safra-nova) está longe de demonstrar conforto dos compradores. E olhe que os certificados da LIFFE estão em níveis recordes de alta.

Para a semana que se inicia ficaremos na dependência do humor dos mercados mundiais, mas as perdas para o café parecem limitadas dado que os fundos estão com uma posição bruta comprada mínima, e o lado vendido não deve incrementar substancialmente em um cenário de aversão ao risco.

Os que precisam comprar devem aproveitar o momento.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,
Rodrigo Costa

RODRIGO CORREA DA COSTA

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JULIANO MARQUES BITTENCOURT MURTA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - TRADER

EM 20/08/2011

A safra brasileira do café que está menor neste ano por causa do ciclo bienal da cultura, somados a problemas na safra da Colômbia por causa do excesso de chuvas e a escassez de oferta no Vietnã, que começa a colher o grão do novo ciclo apenas em outubro, trouxeram essa queda de mais de 4,6%.

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