Mais uma vez, a movimentação nas bolsas se dissociou do mercado físico brasileiro. Neste, os produtores continuam arredios, apostando numa alta nas cotações, que não estaria tão distante de ocorrer. Agem como se não tivessem alternativa muito clara, pois a seca, que pode ser também o principal motivo da deflagração desta alta, traz fortes apreensões sobre o tamanho da próxima safra.

Em resumo, procura-se vender o café que se tem, com preços melhores, pois sequer se sabe quanto café se terá, daqui a um ano. Assim, nem mesmo a segunda queda forte, após a onda de alta, foi capaz de transmitir a percepção de que uma grande oportunidade foi perdida. As cotações caíram, principalmente para os cafés melhores, e os vendedores desapareceram.

Parece pouco importar se as bolsas tiveram mais um dia de realização de lucros, hoje, pois há em muitos quase que uma certeza de que os fundamentos farão que com os níveis de preço se recuperem, e isto ocorra em breve.

Renato Fernandes, Equipe CaféPoint