Lessivan Marcos de Oliveira Pacheco, cafeicultor de Brejões/BA: Os jornais destacaram aquisição do supercomputador Tupã, pelo INPE. Vocês se alimentarão dos dados gerados pelo Tupã? É possível estimar o ganho de precisão nas previsões meteorológicas? Esse equipamento beneficiará indistintamente todas as regiões do país, ou carência de estações meteorológicas no Nordeste anularão o ganho do computador central?

Celso Oliveira, meteorologista da Somar:

Prezado Lessivan,

Sem dúvida alguma, a aquisição do super computador pelo INPE beneficiará a Meteorologia brasileira. Além de previsões do tempo mais rápidas, será possível melhorar a resolução das simulações. Toda simulação têm simplificações que acarretam perda de precisão na previsão. Erros ainda acontecerão, especialmente nas previsões de acumulados de chuva. Entretanto, a tendência é de que estes erros sejam menos freqüentes que os atuais.

Você toca em um assunto importante. Ainda temos grandes deficiências no aspecto de coleta de dados no Brasil. Temos um super computador, mas ele não é um "santo milagreiro". Há necessidade de aquisição de mais dados e de dados mais confiáveis para que alimentemos estas simulações. A aquisição do super computador foi um passo importante. Agora, temos que melhorar nossa rede de dados, com mais estações, boa manutenção das estações atuais e instalação de radares meteorológicos em boa parte do Brasil.

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