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Uma nova era para a indústria nacional de café

POR EDUARDO CESAR SILVA

E LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

ESPAÇO ABERTO

EM 05/02/2015

3 MIN DE LEITURA

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Nos últimos anos tem se observado duas tristes tendências na indústria brasileira de café: a queda nas exportações de café torrado e moído (T&M) e o aumento das importações desse produto. A primeira tem como causa o fato das multinacionais presentes no país optarem por não exportar a partir daqui. Ademais, as torrefadoras nacionais não quiseram, ou não conseguiram, conquistar o mercado externo. A segunda tendência se deve ao grande aumento no consumo de café em cápsulas que, até o momento, são importadas e possuem valor muito mais elevado do que o T&M convencional que é exportado. Com isso, a balança comercial do café industrializado passou a ser negativa.

Foto ilustrativa: Guilherme Gomes/ Café Editora
 Foto ilustrativa: Guilherme Gomes/ Café Editora

Dados do MDIC/SECEX mostram que em 2014 houve um aumento de 48,2% na quantidade café torrado e moído importada pelo país, em comparação com 2013, chegando a 48 mil sacas. O valor dessas importações teve elevação de 49,2% e atingiu a cifra de US$ 47,9 milhões. Do lado das exportações, queda de 21,5% no volume, que ficou em 31,5 mil sacas. A receita teve queda de 26,8% e ficou em US$ 11,6 milhões. Ou seja, o Brasil teve saldo negativo de 15,5 mil sacas importadas e US$ 36,3 milhões gastos. Mas as perspectivas são boas para os próximos anos.

Em breve, muito do que é demandado pelos consumidores nacionais será fabricado em solo brasileiro. Duas das principais fabricantes de café em cápsulas do país anunciaram que irão erguer fábricas em Minas Gerais, mais especificamente no município de Montes Claros. A Nestlé, que é líder mundial no segmento, investirá cerca de R$ 200 milhões na nova fábrica de Nescafé Dolce Gusto. A Três Corações vai investir R$ 45 milhões na sua fábrica, com possibilidade de investir outros R$ 45 milhões para ampliar a produção. Atualmente a Três Corações manda o café para a Itália, onde é encapsulado e depois reexportado para o Brasil.

As duas companhias se juntarão à portuguesa Kaffa, que já opera no país desde 2014. A empresa investiu 2 milhões de euros numa fábrica em Ribeirão Preto. A estratégia da Kaffa no país é produzir cápsulas para outras empresas, o que torna a oferta do produto viável para muitos torrefadores interessados no negócio. Assim, empresas que queiram comercializar suas próprias cápsulas não necessitam construir uma fábrica ou importar de outro país. Entre os clientes nacionais da Kaffa estão o Café Utam, Suplicy Cafés e Café Morro Grande.

Quando as duas novas fábricas da Nestlé e da Três Corações estiverem em pleno funcionamento as importações deverão diminuir. No entanto, cápsulas da Nespresso e de outras marcas internacionais continuarão sendo importadas. Mas nada impede que, com o crescimento do setor, novas fábricas sejam construídas.

Reduzir a necessidade de importações já será um ótimo resultado para tais investimentos, mas o ideal seria que eles possibilitassem o aumento das exportações de café industrializado pelo Brasil. O café em dose única é a grande tendência da indústria na Europa e na América do Norte. Por isso, qualquer aumento nas exportações das torrefadoras brasileiras depende da venda de cápsulas para esses mercados. Não é uma tarefa simples, já que o rápido crescimento do setor atrai inúmeros concorrentes. Outro caminho para aumentar as exportações seria a venda para países da América Latina. Embora os países da região sejam grandes consumidores de café, eles podem ser um destino para o produto brasileiro.

A produção de cápsulas no Brasil beneficiará todo o setor. A proximidade entre indústria e cafeicultores poderá trazer investimentos para estes. A Nestlé, por exemplo, investe em inúmeras comunidades de cafeicultores ao redor do mundo como parte de seus programas sociais e como estratégia para garantir o fornecimento de certos tipos de café. Para o consumidor o resultado será maior oferta de marcas e blends, além de um preço menor.
 

EDUARDO CESAR SILVA

Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café.

Doutorando em administração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em administração pela mesma instituição.

É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.

LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e professor associado da Universidade Federal de Lavras. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados (CIM).

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OSVALDO FILHO

ALAGOA - MINAS GERAIS - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 13/07/2015

Fico na torcida para que o Brasil importe menos café e passe a se importar mais com o nosso próprio café! :-)

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