ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Monodose, oportunidades para os cafeicultores e a visão 2030

POR CARLOS HENRIQUE JORGE BRANDO

P&A MARKETING E EQUIPE

EM 16/10/2014

3 MIN DE LEITURA

3
0
A monodose está elevando o consumo de café tanto em mercados tradicionais como em mercados emergentes. “Saquinhos de café” ou sachês existem há décadas, mas a revolução da monodose ganhou impulso com as cápsulas: Nespresso em quase todo lugar e Keurig nos EUA além do esforço pioneiro da Senseo no Benelux. Um tipo diferente de monodose – 3 em 1: café solúvel, creme sem leite e açúcar – lidera o processo em mercados emergentes. Os dois tipos de monodose (cápsulas no Brasil e 3 em 1 na Indonésia), ou ambos também estão ajudando a expandir do consumo de café em países produtores.

Quem dominará o mercado nos próximos anos: sistemas proprietários “fechados” como o da Nespresso ou sistemas “abertos” como o da Keurig? Isto pode afetar o grau de concentração de mercado no futuro. O cenário está anuviado, por um lado, pelo fim das patentes da Nespresso e o grande crescimento das cápsulas “genéricas” compatíveis com a Nespresso e, por outo lado, pelas medidas recentes tomadas pela Keurig de restringir o uso de cápsulas de terceiros em suas máquinas. E o cenário fica mais nebuloso com a entrada da Nespresso no mercado de café filtrado dos EUA com um novo tipo de máquina e com a movimentação da Keurig, cujo sistema original é de café filtrado, em direção ao espresso, sem falar do outro sistema monodose da Nestlé, o Dolce Gusto.

As apostas são altas e o sucesso de Nespresso, Keurig e Senseo estão atraindo uma concorrência crescente de companhias de todos os tamanhos, principalmente quando se considera a penetração ainda baixa da monodose na maioria dos mercados, como mostrado no Gráfico 1. As oportunidades são, portanto, enormes para o aumento da participação de mercado da monodose e as marcas líderes atuais atuarão para entrar nos principais mercados de suas concorrentes, a Europa para a Nespresso e os EUA e Canadá para a Keurig. Ao mesmo tempo, elas enfrentarão a concorrência de novos entrantes que também estão crescendo em mercados específicos e provavelmente irão ganhar escala.

As taxas recentes de crescimento do consumo de café acima da média nos EUA e Europa são testemunhas da importância da monodose e levantam dúvidas sobre as suspeitas de que a diminuição do desperdício de café filtrado (a parcela do ralo) que a monodose proporciona poderia causar a diminuição do consumo de café. Esta visão pessimista, que nega o conceito do homo economicus e assume que as sobras do café filtrado para várias pessoas serão continuamente jogadas no ralo, provavelmente ficará no campo das suposições e não é um fato real como demonstrado pela associação da monodose com a expansão do consumo nos mercados tradicionais.

A medida que o mundo do café discute cada vez mais a Visão 2020, vale a pena perguntar quais serão os impactos da monodose na produção de café. Muitas teorias podem ser propostas aqui. Primeiro, os cafeicultores podem ter melhores oportunidades de agregação de valor ao seu produto por meio da monodose do que por meio de cafeterias, porque as características intrínsecas do café são mais valorizadas na monodose do que nas lojas de café, que adicionam valor ao café também por conta do ambiente, nível de serviço, etc. Segundo, com a monodose os consumidores podem trocar um blend (e marca) único, que é consumido dia após dia, por uma variedade de blends oferecidos pelas várias opções de monodose. Terceiro, se algumas companhias dominarem o mercado global de monodose, as preferências regionais de café serão enfraquecidas em favor de blends globais, isto é, o que vai dentro das cápsulas dos líderes. E isto fará aumentar a preferência por fornecedores de café com volumes crescentes e qualidade consistente.

Parece muito cedo para tudo isso ocorrer antes de 2020. Considerando que estamos próximos da metade da década e que o mercado de monodose terá que evoluir bastante até se tornar mainstream, talvez seja melhor mirar 2030. A despeito da taxa de crescimento fenomenal das cápsulas e do 3 em 1 em vários mercados, Brasil e Indonésia respectivamente, por exemplo, levará bastante tempo para se crescer sobre uma base pequena e mais tempo ainda até que uma boa percentagem dos consumidores asiáticos de 3 em 1 mude para as cápsulas. Enquanto isso, as projeções do crescimento do consumo (em volume e em valor), no Gráfico 2, confirmam que o mercado irá definitivamente trocar o torrado e moído por formas de consumo mais intensivas em tecnologia, com a monodose liderando esta tendência.

Gráfico 1: MONODOSE: A GRANDE TENDÊNCIA
 
 

CARLOS HENRIQUE JORGE BRANDO

Engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP; pós-graduação à nível de doutorado em economia e negócios no Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA; sócio da P&A Marketing Internacional, empresa de consultoria e marketing na área de café

3

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

JANIO ZEFERINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/10/2014

A tendência mundial de consumo de café em monodose e nas cafeteiras se consolida há cada dia.

A cafeicultura brasileira tem mais uma oportunidade de sair da posição de exportador de café verde e agregar valor.



As ponderações do Carlos Brando são muito coerentes e sensatas
MARCO ANTONIO COSTA

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/10/2014

Bom dia, Carlos

Excelente matéria. Aqui no Brasil estamos implantando a monodose através do Café Fazenda Caete. Somos produtores de café no sudoeste mineiro, Campo Belo, e queriamos agregar valor a nossa produção e sair das mãos dos atravessadores, criamos assim a torrefação Fazenda Caete e lançamos a monodose em sache no ano de 2011. Somos a primeira empresa a conquistar o selo de qualidade da ABIC e o consumidor aprova nosso café tipico das terras do sul de minas. Sua matéria se personifica em nossa trajetória.

Abraços

Marco Antonio Costa
JOSÉ HESS

CURITIBA - PARANÁ

EM 17/10/2014

Muito bom seu comentário e colocação, se o Sr. tomou café e breakfast em Boston ou em Cape Cod litoral de Massachusetts onde morei por um ano, verifica-se que ninguém conhece o café do Brasil, apenas o Inglês e outras origens, pena que mandamos apenas os grãos e outros colocam a marca. Temos de mudar essa lógica temos de reeducar nossos empresários que temos de exportar os cafés beneficiados made in Brasil. Que eles conheçam os sabores do café Brasil. Acho que por que pensamos pequenos como sempre. Eu lá vivia pensando por quê os americanos não tomavam nosso chá "Mate Leão" e o nosso chimarrão para o frio deles, bem por que nós gostamos de ser pobres e não gostamos de ganhar dinheiro, agora a Coca Cola comprou a Mate Leão então diminuímos em vês de aumentarmos, nunca seremos potencia......

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures