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Façam-me um belo omelete, mas por favor não quebrem os ovos!

POR HELIO CABRAL JUNIOR

ESPAÇO ABERTO

EM 19/08/2008

4 MIN DE LEITURA

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Essa é uma metáfora primorosa do que acontece atualmente pois o mundo quer e precisa ser alimentado, mas uma "elite" que não faz nem a mais remota idéia das agruras diárias para se produzir no campo o que quer que seja e que ironicamente sempre aponta o dedo em riste para os produtores rurais acusando-os de "elite dominante/burguesa" quer que se faça o seguinte:

Não produzam em biomas de cerrado e amazônico! Se tiverem que fazê-lo, façam em áreas já abertas, mas recomponham 50 a 80% das mesmas e produzam somente no restante! Mas alertam maníaca e compulsivamente " não o façam às custas de defensivos agrícolas, fertilizantes químicos ou organismos geneticamente modificados e muito menos utilizem irrigação (isso em um país que chove cerca de 160.000 km3 por ano), etc".

É ou não é uma graça? Estes indivíduos bem que podiam nos dar palestras de como é viver no país da Alice; é aquela mesma que vocês pensaram, a "Alice no país das maravilhas"!

A Europa nos adverte: não produzam em áreas de vegetação nativa (florestas e cerrados), mas as únicas reservas naturais que eles mesmos dispõem ou são parques nacionais ou áreas de florestas temperadas em encostas que até caprinos têm dificuldade de escalarem.

A mesma recomendação nos vem dos EUA e de novo suas áreas de vegetação nativa ou são parques nacionais e/ou estaduais, ou áreas privadas (destinadas a algum fim comercial e lucrativo) ou áreas remotas e de encostas íngremes.

Vá o governo francês ou alemão, ou de outro país qualquer da Europa ou dos EUA dizer a um de seus produtores rurais que é dono de terras que ele deve deixar intactos 20, 50 ou 80% de suas terras e até mesmo chegar ao absurdo de obriga-los a recompor a vegetação nativa. Há uma revolução no dia seguinte e cai todo o governo!

O governo quer proteger dada área, é muito simples: se for de particulares que se desaproprie e indenize; se forem terras públicas que se instituam parques nacionais. Dessa forma toda a sociedade pode usufruir mas também é responsável e contribui para tal . O máximo que os governos destes países fazem é um zoneamento agrícola onde o produtor é livre para lavrar suas terras como bem o desejar, só não contará com os incentivos oficiais nem os seguros caso não obedeça ao zoneamento. (ih, aqui já estou fugindo do foco deste artigo, mas é um desabafo)

Algum "ecologiqueiro" de plantão por aí acha que os EUA produzem 300.000.000 de toneladas de milho por ano como e onde? Será que eles usam sua extensa malha viária para produzir este milho? Ou quem sabe as encostas das montanhas Cascades, ou a Sierra Nevada ou os desertos de Mojave ou o Vale da Morte?

Aqueles antigos filmes de "farowest" nos mostravam amplas pradarias naturais onde trovejavam os cascos de 2.000.000 de búfalos americanos (na verdade bisões); hoje, tudo plantado em milho e soja e um sem número culturas!

Primeiros eles fazem produzir, depois fazem produzir muito, então geram riquezas e aí vão pensar no meio ambiente!

Vamos rasgar o verbo e acabar com a hipocrisia: créditos de carbono, protocolo de Kioto, preservação ambiental à todo custo, criminalização de biocombustíveis e outros que tais nada mais são do que novas formas de manter o velho "status quo" do Norte desenvolvido e vicejante na abundância e o Sul subdesenvolvido, semi-miserável e vivendo das migalhas que caem da mesa dos primos bem sucedidos do Norte.

O valor real de um bem é seu valor intrínseco somado ao valor da quantidade de energia agregada à sua produção. O que foi dito no parágrafo acima significa que nós temos que manter as matérias primas em seu mais baixo nível de agregação de energia enquanto ao Norte eles lhes agregam energia e aumentam seu valor em 10, 100 e 1.000 vezes e aí nos revendem. Em outras palavras, não utilizem seus recursos naturais como fizemos com os nossos, pois mais tarde poderemos vir a precisar deles!

Tudo o que foi dito acima significa que devemos passar à corte raso toda a amazônia e dar de ombros à questões ambientais? Claro que não! Significa que temos que ter autonomia para decidir e explorar NOSSOS recursos naturais da melhor forma possível em beneficio de NOSSO povo, ou seja, simplesmente fazer o que o Norte fez ao longo de sua antiga civilização.

Quem começa a dar muito crédito a essas conversas de preservação à todo e qualquer custo, de "bem da humanidade", intocabilidade, etc, está na verdade prestando um grande serviço àqueles que se enriqueceram destruindo o que tinham e em boa mediada uma parte do que era nosso e agora querem avançar sobre o que nos restou.

Jamais contribuíram com um nada para manutenção destes bens naturais, muito pelo contrário, mas agora vislumbram muitos e enormes ganhos futuros com o que não lhes pertence por direito, ou ainda querem redenção com a penitencia alheia.

Não significa que devamos cometer os mesmos erros que eles cometeram; mas também não significa que devamos aceitar seus ditames sobre o que acham que devemos fazer!

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HELIO CABRAL JUNIOR

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 10/09/2008

Caros Wilson Tarciso e Claudio Martelli,

Agradeço a ambos os excelentes aportes relativos ao tema tratado, pois em muito o enriqueceram.

Wilson, o lago Paranoá é um lago artificial e construido por volta de 1959, e portanto, anterior ao código florestal de 65/67/69 e está em área urbana e com uso e ocupação do solo já consolidados, portanto acho que escapa ao rigor da lei.

Claudio, a questão da reserva legal é algo que precisa de uma decisão do supremo, já que a constituição em seu artigo pertinente é bem específica e fala em "cuidar e preservar" no que se refere a iniciativa privada e cabe ao estado recuperar; ora, só se cuida e se preserva o que já existe e por isso já há decisões em tribunais federais que determinam que não cabe ao produtor rural recompor, sob que forma for, a reserva legal se a terra tiver sido "aberta" antes de 65.

O legislador brasileiro sempre fez leis com o "conhecimento de gabinete" e baseado na presunção de que nossa capacidade de produção beira o ilimitado.

Fazer constar na lei de forma generalizada que toda e qualquer área com declividade superior a 45% é automaticamente uma APP é um absurdo. Isto não existe na maioria dos paises "civilizados" ou de "primeiro mundo" dos quais nossos politicos adoram copiar exemplos.

Já imaginaram como ficariam vários milhares de ha cultivados com café se fosse feito cumprir à risca a lei???

E será que ninguém viu no recente evento das olimpiadas de Beijim, cenários da China rural com montanhas com aclives certamente superiores a 70% TOTALMENTE lavradas em curva de nível e plantadas com arroz? E olhe que estas áreas são cultivadas há séculos! No Vietnam, Coréias, Laos, Malásia, etc se dá o mesmo.

Mas nós somos o país da abundância de terras e com certeza podemos nos dar ao luxo de abrir mão destas áreas para cultivo.

Vamos abrir mão também de 50% das áreas de cerrado para produção. E claro, vamos abrir mão de 80% das áreas de florestas. E não nos esqueçamos daquelas "fragilíssimas" áreas que são as margens dos rios que sempre foram lavradas por TODAS as mais avançadas civilizações que o mundo já conheceu simplesmente porque são as mais férteis e que propiciam maiores e melhores produções, mas nós, senhores do saber vamos abrir mão delas também.

Óbvio que não podemos nos esquecer de não utilizar áreas de nascentes e ao redor de lagos e lagoas.

Do que sobrou, como somos os reis da fartura vamos ainda separar 20% para reserva legal. Por quê? Ora, porque é legal fazer isso e somos um povo muito legal!

Certamente ainda nos sobrou muita terra não é mesmo? Ah, mas aquelas áreas cascalhadas, os cabeços de pedra, as áreas de várzea ( ninguém por favor abra o bico para falar do programa oficial do governo, o PRÓ-VÁRZEA ), não importa, ainda temos terras suficientes para plantar e produzir para todo o povo brasileiro e para resto do mundo! Ou não?

E se for possível somente produzir para nós mesmos? Ah, então está ótimo! Mas a que custo? E quem paga???
CLAUDIO LUÍS MARTELLI

JI-PARANÁ - RONDÔNIA - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 10/09/2008

Caro Hélio, parabenizo-o pelo seu ponto de vista espetacular.

Moro em Rondônia há 23 anos e apesar de termos um zoneamento agrícola, ele não é respeitado. Vejo o Estado que escolhi para morar, trabalhar e constituir minha família ser dizimado na questão ambiental. Vejo a Reforma Agrária ser feita em locais que jamais deveriam ter sido desmatados, em solo arenoso, de baixa fertilidade natural.

Se as áreas de preservação (indigenas, áreas biologicas, Florestas nacionais) fossem mantidas intactas, as áreas de produção do estado não prescisariam ser recompostas, pois sobraria ainda 65% do estado em floresta. Bastaria que nossos agricultores e pecuaristas tivessem a preocupação de recompor as APPs, principalmente as matas ciliares que poucos respeitam.

O que acontece é que muito se fala e pouco de concreto acontece. A mídia trata nossos agricultores como se fossem bandidos, mãs são esses bravos desbravadores que merecem todo o nosso respeito. Me desculpe o ministro Minc, que não sabe distinguir o estado de Rondônia de Roraima.
WILSON TARCISO GIEMBINSKY

PARACATU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 29/08/2008

Como querem alimentos se não nos deixam produzir? Temos que pedir licença para tudo! Deveriam verificar se temos as matas ciliares, se temos as reservas legais e se não poluimos ou destruimos o ambiente com o nosso sistema produtivo e pronto.

Temos que pedir licença para usar na própria fazenda o eucalipto que plantamos para isto! Temos que pedir licença para limpar pastagem! Pedir licença para criar gado! Pedir licença para plantar arroz, feijão, milho, soja, cana, alface, tomate, algodão......

As margens do lago Paranoá em Brasilia estão sem as matas ciliares.....!?!?!? Construiram em áreas de preservação ambiental permanente.....

Onde estão as matas ciliares, as APPs do rio Tietê, Pinheiros, e do riacho do Ipiranga.... é aquele da Independência ou Morte.....

Onde estão as matas ciliares e as APPs do Arrudas em BH? Do Beberibe, do Capibaribe em Recife? Do Cuiabá? Do madeira em Porto Velho? Do Acre em Rio Branco? Do rio Branco em Boa Vista? Do São Raimundo em Manaus? Do Rio Azul em São Luis? Do Poti em Teresina? Do Potengi em Natal? Do Jaguaribe e do Timbó em João Pessoa? Do Poxim em Aracaju?

Sem falar de todas aquelas construções nas APPs que deveriam ser demolidas e as matas ciliares recuperadas a começar do Lago Paranoá em Brasília..... e o lixo e o esgoto....!!!!

Eu cá na minha roça bebo água do meu corguinho..... e depois dizem que nós produtores rurais somos os culpados....

Será que o MINC tem reserva legal avarbada do seu apartamento?!?

Quero ver como o cidadão urbano vai comer se ficarmos impedidos de produzir.... sera que eles esquecem que são os urbanos que não produzem comida alguma os responsáveis indiretos por todo desmatamento... inclusive da Amazônia..... Madeira certificada? Foi Plantada em área que foi desmatada e reflorestada.... Carro, bicicleta, computador, geladeira, fogão, tv, celular.... usam matérias primas que saíram de algum local desmatado e carvão....!!!!

Parem de se reproduzir.... ou vão passar fome.....!
HELIO CABRAL JUNIOR

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 25/08/2008

Caro Amigo "Zé Oto",

Agradeço suas palavras, mas o que escrevi não é novidade para você que já vem se rebelando contra estas e outras hipocrisias reinantes há muito tempo.

Saiba que você é uma referência na luta pelos direitos dos produtores rurais e um exemplo para muitos que se resignam na acomodação.

Um grande abraço.
JOSÉ OTON PRATA DE CASTRO

DIVINO DAS LARANJEIRAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 23/08/2008

Prezado Dr. HÉLIO CABRAL JUNIOR (Popular Helinho)

Voce como sempre, com suas brilhantes reflexões sobre temas da mais elevada importância para este maravilhoso país.
Não podemos baixar a guarda. Vamos em frente.
HELIO CABRAL JUNIOR

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 19/08/2008

Caro Amigo Dr. Daniel,

Agradeço ao amigo as gentís palavras que ganham maior peso por virem de um profissional respeitado entre seus pares técnicos e por produtores.

Concordo plenamente com suas palavras. Somos primeiro mundo para produzir e terceiro mundo no que diz respeito à burocracia institucional nas relações exteriores; sim, pois só mesmo no Brasil que o ministério da agricultura e pecuária não participa "ombro-a-ombro" com o ministério das relações exteriores/Itamaty das negociações e acordos internacionais do setor.

Como diria o grande Bóris Casoy: "Isto é uma vergonha!".
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 19/08/2008

Um lúcido desabafo feito pelo meu amigo Hélio Cabral Jr!

Infelizmente, o Brasil ainda brinca de colônia e império com a Europa e os EUA, mas é coisa de criança bem condicionada desde tenra idade pelos seus pais e padrinhos do hemisfério norte. Sorte teríamos se fossemos aquele tipo de criança birrenta, hiperativa, questionadora, orgulhosa e mal-criada.

Abraços,

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