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Desafios da cafeicultura no marketing: Os Novos Cafés do Brasil |
PAULO HENRIQUE LEME
Professor na Universidade Federal de Lavras na área de marketing e empreendedorismo, mestre e doutor na área de Estratégia, Marketing e Inovação. Consultor em marketing e estratégia no agronegócio, especializado em café, certificações e origem.
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PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 31/01/2011
Caro Sérgio,
A rotulagem de produtos com características "especiais" é muito complexa e onerosa. Por exemplo, quem pode provar que um chocolate suíço é de primeira qualidade? Você até pode mandar fazer uma análise, mas no fim das contas, é o consumidor quem vai decidir se o chocolate é muito bom mesmo e vale o preço diferenciado. Veja bem, até no caso da IN16, onde a questão é avaliar o nível mínimo de qualidade do café existe controvérsia quanto a avaliação sensorial. Ou seja, até pra definir o que pode ser um mínimo aceitável de qualidade existe debate, imagine no caso dos cafés especiais! É por isso que existem alguns padrões estabelecidos por agentes privados, como a SCAA e a ABIC (com o Programa de Qualidade do Café - PQC). Neste caso, o próprio torrefador, exportador ou produtor interessado paga, do seu bolso, para fazer a análise. Existe portanto uma questão de confiança. Posso lhe garantir que nenhum importador japonês irá comprar novamente um café de qualquer exportador que tenha entregado um café diferente da nota obtida pela metodologia da SCAA na amostra enviada. Por outro lado, a entidade privada que regula a norma tem o interesse de fiscalizar os laboratórios e provadores para ver se estão respeitando os padrões estabelecidos. Afinal, de que adianta uma série de requisitos e padrões se o mercado não confia neles? Nós poderíamos até sonhar com um "super programa de rotulagem e análise da qualidade de todos os tipos de café", seria lindo, mas seria incrivelmente caro também. Aí eu lhe pergunto, será que todos os tipos de café existentes precisam de uma análise tão detalhada? Quem pagaria a conta? O governo? Os produtores? Acho complicado. Na verdade, a grande briga Serginho, é para mudarmos os padrões de análise do mercado, parar de classificar os cafés por seus defeitos e começar a classificar pela qualidade. Isso é uma coisa que os produtores organizados, em associações e cooperativas poderiam incentivar. Veja bem a diferença, neste caso, não estamos fiscalizando nada, pelo contrário, estamos mudando o sistema de comercialização como um todo. Todos poderão ganhar com isso! Quem irá perder dinheiro são os especuladores que compram café barato de produtores que não conhecem a qualidade de seu produto e o revendem a preços exorbitantes como café especial. Não os culpo pela prática, afinal, estão sendo espertos. O produtor de café é quem deveria se preocupar em vender melhor seu produto. Vejo portanto, que a rotulagem de cafés especiais é uma ferramenta com baixo custo-benefício, pois sua implementação no mercado seria praticamente impossível de tão onerosa. Precisamos é ensinar nossos produtores, pequenos, médios e grandes a separar as qualidades de seus cafés para poder vender melhor seus produtos. O jogo da barganha precisa ficar equilibrado. Os produtores das Matas de Minas estão começando a planejar uma virada nesse jogo com a ajuda do Sebrae-MG. Um abraço, Paulo Henrique Leme (PH) |
FRANCISCO SÉRGIO LANGEDIVINOLÂNDIA - SÃO PAULO EM 27/01/2011
Paulinho, muito bom.
Será que voltaremos a discutir ROTULAGEM? Pois, no meu entender, precisamos, para continuarmos, definirmos o que será então, um CAFÉ ESPECIAL, voce concorda? Assim, poderemos produzir e continuar a produzir. Saudações. |
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