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Desafios da cafeicultura no marketing: Os Novos Cafés do Brasil

POR PAULO HENRIQUE LEME

ESPAÇO ABERTO

EM 25/01/2011

2 MIN DE LEITURA

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Quando se fala em marketing, muitas definições e conceitos vêm à mente. O erro mais comum é achar que marketing é somente propaganda ou comunicação. Fazer uma comunicação inócua, sem sentido para o mercado e para os consumidores finais é a mesma coisa que rasgar dinheiro. Por isso, gosto de afirmar que não importa qual definição de marketing você utilizar, tenha sempre em mente que ela deve estar orientada para os desejos, necessidades e vontades dos clientes finais.

Voltemos ao nosso café. Foi consenso e continua sendo que a cafeicultura brasileira precisa de marketing eficiente para renovar sua imagem e se posicionar em novos mercados. Todos os esforços desenvolvidos neste sentido em 2010, como a participação em feiras internacionais e mesmo a grande ação realizada na Fórmula Indy, que com certeza ficará na história, foram importantes. Porém, o maior avanço dentro do marketing dos Cafés do Brasil no ano de 2010 foi a autorização da entrega do café brasileiro na Bolsa de Nova Iorque (ICE/NYBOT).

Todas as ações desenvolvidas por diversos atores da cadeia e pelo governo e que de alguma forma contribuíram para este acontecimento foram fundamentais. Todavia, destaca-se que o grande fator responsável foi a necessidade do mercado. Ou seja, a Bolsa de Nova Iorque simplesmente reconheceu o que os clientes internacionais já sabiam sobre o café brasileiro: a revolução da qualidade era real e confiável. Este foi o coroamento de todos os esforços empreendidos no desenvolvimento e aperfeiçoamento da tecnologia do tupiniquim "cereja descascado" ao longo de mais de 20 anos.

Os cafés especiais e diferenciados do Brasil (ver o artigo de Carlos Brando: Forjando relacionamentos duradouros com a ajuda dos cafés "diferenciados") conquistaram seu espaço nos blends internacionais. Em muito, aproveitaram as debilidades dos países concorrentes em fornecer seu produto com consistência, o que obrigou os torrefadores a mudarem o modo de blendar seus cafés. Mas desta vez, ocuparam seu espaço não apenas como "base" para o café espresso e outros blends, mas sim como um importante componente na qualidade da bebida. Os Cafés do Brasil já podem ser encontrados em importantes cafeterias formadoras de tendências, são cafés oriundos de variedades como o Bourbon Amarelo ou de micro-regiões diversas. No segmento das grandes cafeterias e torrefadoras, como Starbucks e Nespresso, os cafés brasileiros aumentaram, e muito, sua participação. Nossos cafés especiais chegaram com força e não sairão tão cedo.

O ano de 2010 será marcado como o ano em que o mercado internacional reconheceu a revolução da qualidade dos cafés brasileiros e este é com certeza o fato mais marcante do marketing dos Cafés do Brasil dos últimos anos.

E para 2011?

Não há como concluir este artigo sem falarmos do futuro. Para isto, usarei outro conceito em que acredito muito: "Qualidade conquistada deve ser qualidade mantida". Os Cafés do Brasil ocuparam um novo espaço, mas para mantê-lo e se preparar para a recuperação inevitável de nossos concorrentes devemos investir em padrão de qualidade. Ou seja, devemos mostrar ao mercado que possuímos bons cafés e que podemos garantir seu fornecimento ano após ano.

Outro importante desafio é iniciar a construção de uma imagem moderna paras os Cafés do Brasil. Os esforços anteriores não devem ser de forma alguma menosprezados, mas existe uma oportunidade gigantesca de posicionar os "novos Cafés do Brasil" como símbolo de um novo país que está cada vez mais na mídia internacional. Um país dinâmico, com diversas regiões e povos, alegre por natureza e confiável. Para isto, devemos mostrar ao mundo as diversas origens e qualidades de nosso café.

Na bonança é que devemos planejar o futuro, para que novas crises não se repitam. A oportunidade é única.

PAULO HENRIQUE LEME

Professor na Universidade Federal de Lavras na área de marketing e empreendedorismo, mestre e doutor na área de Estratégia, Marketing e Inovação. Consultor em marketing e estratégia no agronegócio, especializado em café, certificações e origem.

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PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 31/01/2011

Caro Sérgio,

A rotulagem de produtos com características "especiais" é muito complexa e onerosa. Por exemplo, quem pode provar que um chocolate suíço é de primeira qualidade? Você até pode mandar fazer uma análise, mas no fim das contas, é o consumidor quem vai decidir se o chocolate é muito bom mesmo e vale o preço diferenciado.

Veja bem, até no caso da IN16, onde a questão é avaliar o nível mínimo de qualidade do café existe controvérsia quanto a avaliação sensorial. Ou seja, até pra definir o que pode ser um mínimo aceitável de qualidade existe debate, imagine no caso dos cafés especiais!

É por isso que existem alguns padrões estabelecidos por agentes privados, como a SCAA e a ABIC (com o Programa de Qualidade do Café - PQC). Neste caso, o próprio torrefador, exportador ou produtor interessado paga, do seu bolso, para fazer a análise. Existe portanto uma questão de confiança. Posso lhe garantir que nenhum importador japonês irá comprar novamente um café de qualquer exportador que tenha entregado um café diferente da nota obtida pela metodologia da SCAA na amostra enviada.

Por outro lado, a entidade privada que regula a norma tem o interesse de fiscalizar os laboratórios e provadores para ver se estão respeitando os padrões estabelecidos. Afinal, de que adianta uma série de requisitos e padrões se o mercado não confia neles?

Nós poderíamos até sonhar com um "super programa de rotulagem e análise da qualidade de todos os tipos de café", seria lindo, mas seria incrivelmente caro também. Aí eu lhe pergunto, será que todos os tipos de café existentes precisam de uma análise tão detalhada? Quem pagaria a conta? O governo? Os produtores? Acho complicado.

Na verdade, a grande briga Serginho, é para mudarmos os padrões de análise do mercado, parar de classificar os cafés por seus defeitos e começar a classificar pela qualidade. Isso é uma coisa que os produtores organizados, em associações e cooperativas poderiam incentivar.

Veja bem a diferença, neste caso, não estamos fiscalizando nada, pelo contrário, estamos mudando o sistema de comercialização como um todo. Todos poderão ganhar com isso! Quem irá perder dinheiro são os especuladores que compram café barato de produtores que não conhecem a qualidade de seu produto e o revendem a preços exorbitantes como café especial. Não os culpo pela prática, afinal, estão sendo espertos. O produtor de café é quem deveria se preocupar em vender melhor seu produto.

Vejo portanto, que a rotulagem de cafés especiais é uma ferramenta com baixo custo-benefício, pois sua implementação no mercado seria praticamente impossível de tão onerosa.

Precisamos é ensinar nossos produtores, pequenos, médios e grandes a separar as qualidades de seus cafés para poder vender melhor seus produtos. O jogo da barganha precisa ficar equilibrado. Os produtores das Matas de Minas estão começando a planejar uma virada nesse jogo com a ajuda do Sebrae-MG.

Um abraço,

Paulo Henrique Leme (PH)
FRANCISCO SÉRGIO LANGE

DIVINOLÂNDIA - SÃO PAULO

EM 27/01/2011

Paulinho, muito bom.

Será que voltaremos a discutir ROTULAGEM?
Pois, no meu entender, precisamos, para continuarmos, definirmos o que será então, um CAFÉ ESPECIAL, voce concorda?
Assim, poderemos produzir e continuar a produzir.
Saudações.
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/01/2011

Caro Celso,

Parece que esta máxima irá perdurar por um bom tempo.

Um abs!

Paulo Henrique Leme (PH)
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/01/2011

Prezado PH

Um único comentário:

CAFÉ - ESTEIO DO BRASIL!

Há braços.


Celso Vegro

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