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As reais perspectivas brasileiras de produção de arábica para a safra 2015/2016

POR MARCO ANTONIO JACOB

ESPAÇO ABERTO

EM 04/11/2014

10 MIN DE LEITURA

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Nem ao menos as totalidades das floradas nos cafeeiros se abriram e nos perguntamos sobre perspectivas de produção de cafés arábica para o ano safra de 2015/2016.

Pode parecer prematuro escrever este artigo, mas como devemos nos prevenir para os desdobramentos futuros, é importante fazermos uma análise realista das perspectivas, assim sendo, neste artigo vou me ater apenas aos fatos até o presente momento, e basear-me em informações e dados públicos de fontes fidedignas.

Todos sabem que São Pedro, o regente de nossas condições climáticas, em 2014 resolveu pregar uma peça nos cafeicultores brasileiros. Já no fim da primeira quinzena de dezembro de 2013, em algumas regiões cafeeiras do Brasil, como Sul de Minas, Mogiana e Cerrado, as chuvas começaram a escassear, fato que não ocorreu na Zona da Mata, pois nesta especifica região houve excesso de chuvas.

Durante janeiro, fevereiro e início de março de 2014, tivemos uma aguda anomalia climática em pleno Verão, e que nunca fora experimentada e conhecida pelos cafeicultores brasileiros, abrangendo a quase totalidade das regiões brasileiras de café arábica: Norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, e, divisa do Espírito Santo com Minas Gerias.

Esta aguda anomalia climática foi uma forte e prolongada estiagem e como não se formou nuvens, consequentemente houve uma intensa radiação solar, causando altíssimas temperaturas (próximas de 40°C) e baixa umidade relativa no ar.

Então a época, os pesquisadores Rena e Donizeti escreveram excelentes artigos explicando todos os nocivos efeitos sobre os frutos pendentes e também sobre os reflexos na futura safra, esta que estamos ansiosamente aguardando florir e será a principal florada tardia, pois já estamos em novembro.

Esclarecendo um pouco sobre a Fenologia dos Cafeeiros
A fenologia das plantas é influenciada pelo seu genótipo (fatores internos) e pelo ambiente (fatores externos) e entre todos os fatores ambientais que mais afetam o cafeeiro estão a temperatura, o fotoperíodo e a precipitação pluvial (PEREIRA et al., (2008). De acordo com ALBUQUERQUE & ALBUQUERQUE (1982) as condições climáticas influem na fenologia das plantas e na produção e qualidade dos frutos.

O cafeeiro arábica leva dois anos para completar seu ciclo e o sucesso de sua produção está associada ao sincronismo entre suas fases fenológicas e o clima local.

Com isto, é possível identificar as fases que exigem água facilmente disponível no solo e aquelas nas quais é conveniente ocorrer pequeno estresse hídrico, para condicionar uma florada abundante.

Para identificar esses períodos foram esquematizadas seis fases fenológicas distintas, sendo duas delas no primeiro ano fenológico e quatro no segundo.

A primeira fase, “vegetação e formação das gemas vegetativas”, ocorre normalmente de setembro a março, são meses de dias longos, com fotoperíodo acima de 13 a 14 horas de luz efetiva (CAMARGO, 1985b).

A segunda fase, “indução e maturação das gemas florais” é caracterizada por dias curtos, indo normalmente de abril a agosto. Essas gemas florais, após completo desenvolvimento, entram em dormência e ficam prontas para a antese quando seu potencial hídrico aumentar, devido à ocorrência de chuvas ou irrigação.

A terceira fase (“florada, chumbinho e expansão dos frutos”) é a primeira do segundo ano fenológico, compreende normalmente quatro meses, de setembro a dezembro.

Inicia-se com a florada cerca de 8 a 15 dias após um aumento do potencial hídrico nas gemas florais maduras (choque hídrico). Uma florada principal acontece quando se verifica um período de restrição hídrica, seguido de chuvas, irrigação ou mesmo um acentuado aumento da umidade relativa do ar (CAMARGO & FRANCO, 1985; RENA & MAESTRI, 1985). Observações feitas por CAMARGO & CAMARGO (2001) em cafeeiros adultos em diferentes condições tropicais do Brasil aptas para o café arábica, mostraram que as gemas florais completam a maturação e entram em dormência, ficando prontas para a antese plena quando o somatório de graus-dia (GD) a partir de abril atinge cerca de 1600 graus-dia e após uma chuva de pelo menos 10mm.


A figura abaixo descreve a relação da agrometeorologia da cultura e sua fenologia para as condições tropicais do Brasil.

 

Apresentação esquemática dos diferentes estádios fenológicos da cultura do café arábica (Fonte: CAMARGO & CAMARGO, 2001).

Entretanto, neste ano de 2014 nos meses de setembro e outubro, já com um déficit hídrico nos solos, oriundos do Verão atípico ocorrido, novamente tivemos anomalias climáticas, com a volta de estiagens, altas temperaturas, extrema radiação solar e baixa umidade relativa do ar, levando o atual déficit hídrico a valores extremamente altos em quase a totalidade do parque cafeeiro brasileiro.

A cafeicultura brasileira já havia experimentado esta anomalia no seu passado, basta recordarmos do ano de 1985. Mas atualmente a gravidade está maior dado ao histórico climático iniciado em meados de dezembro de 2013 conforme já relatado. Abaixo um quadro comparativo de chuvas acumuladas em Guaxupé – MG nos anos de 1985 , 2013 (normal) e 2014:

 



As chuvas acumuladas entre janeiro e outubro de 2014 em Guaxupé -MG foram de apenas 667,1 mm, portanto inferior aos 791 mm ocorridos no mesmo período do ano de 1985, e para chegar no fim do ano igual ao total do ano de 2013, será necessário chover 904 mm em novembro e dezembro.

Abaixo, apresento um quadro com as precipitações acumuladas de todas as 14 estações meteorológicas da Cooxupé, sendo 10 estações no Sul de Minas e 4 no Cerrado.

Notem que a média das precipitações em 2014 é de apenas 50% em relação a ocorrida em 2013.



O clima e cafeicultura
A cultura do café está exposta às intempéries do clima durante o ano todo e as perdas devido à ocorrência de eventos climáticos extremos são grandes. Os problemas enfrentados pela cafeicultura estão relacionados às geadas, ventos, granizo, veranicos, deficiências hídricas prolongadas, má distribuição do regime pluvial ao longo do ano, entre outros.

Ressalta-se que os elementos climáticos que influenciam no processo de produção do café são, principalmente, a temperatura do ar (exigências térmicas) e a precipitação pluvial (exigências hídricas), e em menor escala, os ventos, a umidade relativa do ar e a insolação.

A temperatura do ar constitui-se no elemento climático mais importante para a definição da aptidão climática do cafeeiro em cultivos comerciais (CAMARGO, 1986). As temperaturas médias anuais superiores a 23°C associadas à seca na época do florescimento provocam abortamento floral e formação de "estrelinhas", o que implica na quebra de produção, principalmente nos anos em que a estação seca mostra-se mais longa ou atrasada (CAMARGO, 1985a; THOMAZIELLO et al., 2000).

Em regiões com temperatura média anual acima de 25°C e de clima seco, os cafeeiros são propensos a sofrerem o abortamento das flores, o que prejudica a frutificação (MOREIRA, 2008).

De acordo com Melotto (1987), a principal fonte de carboidratos para os botões florais é a fotossíntese e não as reservas contidas nas folhas e ramos, o que, segundo Rena et al. (1996) , sugere elevado grau de dependência do estado nutricional da planta e da relação funcional entre folha e fruto. A dependência do cafeeiro desta relação funcional deve-se a característica da espécie de não regular a carga de frutos, que em grande quantidade em relação a área foliar provoca distúrbios fisiológicos como seca de ponteiros (die back).

O número de flores viáveis depende de vários fatores, entre os quais a temperatura (Mes,1957), a disponibilidade de água (Portères,1946;Huxley & Ismael, 1986) e estado nutricional. As exigências minerais das flores e depois dos frutos devem ser satisfeitas pelo solo, pelo adubo e pela mobilização de reservas dos órgãos de residência, como ramos, folhas e raízes.

Quando a deficiência hídrica coincide com o período de granação dos frutos sua produtividade é reduzida pela limitação de água (FAVARIN et al., 2001).

O mais importante é não ocorrer deficiências hídricas em fases críticas da fenologia (PEREIRA et al., 2008).

Ressalta-se que as fases nas quais o cafeeiro está mais vulnerável ao estresse hídrico são a florada e a granação dos frutos.

Segundo CAMARGO (1986) na avaliação das condições ideais de precipitação para o cafeeiro é fundamental considerar a precipitação média anual, a distribuição da precipitação durante o ano (número de meses secos), o balanço hídrico, a época e intensidade das deficiências e excedentes hídricos do solo.

CAMARGO (1977) estabeleceu os seguintes limites para o cultivo do café arábico com base no déficit hídrico anual : apto (inferior a 150mm); marginal (entre 150 e 200 mm) e inapto (superior a 200mm).


Em 31 de outubro, após a 40° Congresso de Pesquisas Cafeeiras, o pesquisador da Fundação Procafé, Eng. Sr. Alysson Fagundes, deu uma entrevista, em que declarou que para a próxima safra de cafés arábica as perdas serão superiores a 30% do potencial produtivo.

Creio que o pesquisador foi extremamente cauteloso em sua declaração, pois tudo leva a crer que poderemos ter uma das menores safras de cafés arábica brasileiros, conforme exposto, o índice pluviométrico acumulado em 2014 em Guaxupé - MG, já é inferior ao ano de 1985. Gostaria de ter os dados das outras localidades em 1985, porém não os tenho.

Para sabermos qual foram os efeitos da seca do ano de 1985, segue abaixo uma notícia de 19 de Junho de 1986, onde o Departamento de Agricultura Americano – USDA, apontou que as perdas de produção de café no Brasil no ano de 1986 seriam de 50% ( metade = half ) , reflexo da seca no ano de 1985,



Dados a todo o exposto, apresento abaixo outros agravantes para a cafeicultura:

I) A safra de 2015/2016 de cafés arábica já seria de um ciclo menor.
II) Dado aos baixos preços dos cafés arábica nos anos de 2012 e 2013, houve desinvestimentos no parque cafeeiro brasileiro.
III) Até a presente data, nestes 10 meses de 2014, os tratamentos nutricionais e fitossanitários foram aquém do ideal, pois as condições climatológicas não permitiram, mesmo sendo feito os tratos culturais ideais, os cafeeiros não absorveram plenamente estes tratos.
IV) Menores crescimentos vegetativos dos cafeeiros com menores quantidades de internódios.
V) Devido a proibição do Endolsulfan, muitas lavouras com pouca produção para o ano 2015, não receberam tratamentos contra a broca, pois os produtos que serão lançados no mercado terão preços proibitivos.
VI) A quantidade de reformas nas lavouras através de podas (esqueletamentos, decotes, recepas e arranquio de cafeeiros) será muito maior que o usual.
VII) A colheita vai se atrasar dada a principal floração ser em novembro, e se não se atrasar, o crescimento e granação dos frutos serão prejudicados.
VIII) Grandes períodos de elevados déficits hídricos no solo, e, em muitas regiões ultrapassando os limites toleráveis, isto é, acima de 200 mm.
IX) Morte de radicelas, por desidratação e por ação mecânica em função de rachadura dos solos.
X) Períodos longos de altas temperaturas com bloqueio de fotossíntese e assimilados.
XI) Escaldadura de botões florais e flores.
XII) Escaldadura de folhas, causando uma desfolha excessiva, aumentando o abortamento de frutos no futuro.

Abaixo apresento dois quadros, que elucidam para aqueles que não têm a vivência com cafeeiros:

1) Figura de um ramo plagiotrópico , que em 2014 teve seu crescimento médio reduzido em mais de 20% , com menos internódios e consequentemente terá menor produção.


2) Tabela demonstrando o ciclo de desenvolvimento do fruto do café .


Conclusão
Para fazer uma projeção de qual seria o potencial de produção de cafés arábica nos anos de ciclo menor fui buscar informações externas, abaixo os dados da respeitada NKG Statistical Unit, publicados recentemente.



Conforme a tabela acima, NKG Statistical Unit indica que no último ano de safra brasileira de arábica de ciclo menor, 2013/2014, colheu-se 38 milhões de sacas, otimizando a projeção para a safra 2015/2016 desde que não ocorressem as anomalias climáticas, teríamos no máximo um potencial produtivo de 38 milhões de sacas, vejam que não estou considerando os desinvestimentos no parque cafeeiro brasileiro citado anteriormente.

Se as consequências na produção de café no ano de 1986 se repetirem no ano de 2015, então poderemos ter uma perda de metade do potencial, restando uma produção de apenas 19 milhões de sacas de arábica.

Sei que é surreal esta perspectiva de quebra de produção de 50%, mas numa visão cartesiana é plausível.

Dados a todo o exposto, é imperativo que as lideranças da cafeicultura brasileira (CNC, CNA, Federações Estaduais e Cooperativas) se pronunciem e se organizem com urgência, pois será necessário um programa emergencial governamental para ajudar os milhares de cafeicultores que empregam milhões de trabalhadores a equalizarem seus prejuízos, e que por duas safras consecutivas terão o infortúnio de perda de produção devido a anomalias climáticas, ressaltando que o setor produtivo brasileiro de cafés arábica já teve perdas expressivas durante os anos de 2012 e 2013 dado aos preços abaixo dos custos de produção praticados nestes anos.  

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JANIO ZEFERINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/11/2014

Boa noite Marco,

A indústria da torrefação classifica Pretos, verdes e ardidos como PVA.

Não fazem distinção, por isso no meu comentário os inclui numa única classe de produto
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 13/11/2014

Caro Marco e Janio,os cafés ruim ,sem bebida são os do produtor,pois apos maquinação o pva quase deaparece,e vc tel um rio leve,ou no caso da varreção um rio terra,é o nosso extra forte,porem o produtor não dispoe de maquinas para separar este cafe.a maior parte das industrias elimina a grande parte do pva,restando somente nas escolhas.É correto que se elimine do blend esse excesso de pva,mas seria inevitavel o aumento do preço do pó,acho que a medio prazo seria muito bom para o produtor pois mundo afora não se bebe este tipo de cafe.
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/11/2014

Janio ,



não confunda PVA ,  com  PRETOS e ARDIDOS que quero expurgar , um produtor que produza 20% de Pretos e Ardido  , não é produtor.



Cafés Pretos e Ardidos são PODRES ou QUASE PODRES , por favor não deturpar , estes cafés são oriundos de varreção , e alta fermentação no processo de secagem , e fazem mal a saude.



Café Verdes devem permanecer no mercado.
JANIO ZEFERINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/11/2014

Marco,



Mesmo considerando que são apenas 2% da produção nacional total, mas em algumas regiões de mini e pequenos produtores com menor tecnologia esse percentual para para 20 a 40% da produção.

No País é pouco, mas quando se individualiza a conta não fecha.

Concordo contigo que se dentro de um programa de melhoria da qualidade dentro de um prazo de 10 anos, poderíamos paulatinamente ir retirando via subsidio esse café de baixa qualidade e os substituindo por café melhorados, principalmente nas regiões onde atualmente se produz café riado ou com grande percentual de PVA.

Apresentei uma proposta que denominei "Programa de Reconversão da Cafeicultura", com um horizonte temporal de 10 anos, para substituir áreas de café de montanha de baixa tecnologia por novas lavouras tecnificadas e que poderiam num futuro não muito distante até ter alguma mecanização, com o aproveitamento das áreas onde o café não fosse viável por outras culturas adaptadas à região.

Proposta foi encaminhada aos técnicos responsáveis e aguarda análise para implementação se considerava viável. Eu acredito que é muito viável
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 11/11/2014

Janio  ,



falei em  expurgo de cafés podres (preto e ardidos) do blend que o brasileiro consome , assim o consumo brasileiro aumenta para 25 milhões de sacas rapidamente .



estes cafés representam no maximo 2% de que cada produtor produz.,



perde-se 2% porem ganha-se mercado e preço.
JANIO ZEFERINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/11/2014

Marco,



O PVE é mesmo um grande problema.



Na visão da indústria de torrefação o expurgo desses cafés defeituosos causará aumento expressivo nos preços e reduzirá consumo, além dos impactos nos preços da cesta básica e inflação.



Para o cafeicultor, esse produto tem valor comercial e se for expurgado o que fazer para compensar a queda de renda?



Concordo que devemos melhorar a qualidade do café consumido pelos brasileiros, mas precisamos investir em pesquisa para dar outros destinos para o PVE para que a indústria da torrefação e o cafeicultor não percam renda
JANIO ZEFERINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/11/2014

Caro Marco,



Para proteger o cafeicultor é preciso um programa de opções lançadas pela CONAB mas não opções de entrega físicas, opções financeiras para o cafeicultor garantir um preço justo para a sua safra.

Exemplo: Em 2013 o Governo lançou um programa de opções para 3 milhões de sacas, com um orçamento de R$ 1,05 bilhão.



Num programa de opções privadas esse mesmo valor daria para proteger em 2015 21 milhões de sacas.



Veja o cálculo:



Governo lança opções de venda de café tipo 6 a R$ 550,00, para entrega em julho/2015, com prêmio a ser definido pelo leilão



Se o preço do café em julho/2015 estiver a R$ 500,00, o cafeicultor vende no mercado e de posse da nota fiscal que comprova a venda recebe da CONAB os R$ 50,00 da diferença do preço da opções.



Dividindo R$ 1,05 bilhão por R$ 50,00 teremos 21 milhões de  sacas.



É ou não é uma boa política para garantir renda ao cafeicultor?



Para sairmos dessa armadilha de custos altos e preços voláteis acredito que essa é uma boa proposta.



Essa modalidade de opção já existe e está prevista na legislação.



A CONAB tem todas as condições de executar essa política porque tem um corpo técnico competente e comprometido com a cafeicultura.
PAULO ROBERTO DUARTE

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/11/2014

Amigos e Colegas Cafeicultores,

Os comentários e sugestões são, na sua maioria, pertinentes e bons. Mas, o BURACO É MUITO MAIS EMBAIXO. O Setor está Descapitalizado, Endividado e Sem Crédito. Assim como houve um PROER PARA BANCOS, tem que ter um PARA A CAFEICULTURA.

Nenhuma empresa sobrevive a uma perda de 40 a 50% de seu faturamento(produção). NÃO TIVEMOS E NÃO TEREMOS PRODUÇÃO!!! O Café pode ir a R$ 1000,00 a saca. E daí? Vender o quê? Não vai ter produto. Investimos em Sustentabilidade, Certificações, Produtividade e Redução de custos. Mecanizamos Colheita, Melhoramos Qualidade. Investimos em Beneficiamento, Vias Úmidas, Galpões, Terreiros, etc. É ELEMENTAR:  LUCRO É RESULTANTE DE VOLUME X PREÇOS DE VENDA X DESPESAS OPERACIONAIS. Fizemos a nossa parte. Acreditamos e Investimos. Entretanto, NUNCA, estabelecemos PREÇOS DE VENDA. Os ESPERTOS que sempre se valeram do pouco profissionalismo da maioria dos produtores, MATARAM A GALINHA DOS OVOS DE OURO. A Cafeicultura vive uma CRISE ESTRUTURAL. Não é apenas de Conjuntura. SÃO PEDRO NOS AJUDOU A ESCANCARAR um problema crônico que vem dizimando milhares de famílias ao longo dos últimos anos. Viviam da Cafeicultura. Tiveram que vender suas propriedades, algumas centenárias, para PAGAR OS AGENTES FINANCEIROS QUE AO INVÉS DE AJUDAR, PARECIAM TER INTERESSE EM SUFOCAR OS PRODUTORES RURAIS, NOTADAMENTE OS MÉDIOS E PEQUENOS PORQUE OS GRANDES TEM SEUS MECANISMOS DE PROTEÇÃO FINANCEIRA. Mesmo alguns grandes produtores, que vivem da atividade, estão com seus Lucros, Fluxo de Caixa e Disponibilidade para Investimentos comprometidos. Quem fez CPR FÍSICA, entregou o que? Quem fez CPR FINANCEIRA se ferrou. Os Preços estão muito mais altos do que a MERRECA que receberam quando as negociaram... MUITOS SABICHÕES QUISERAM DAR UMA DE DEUS!!! Ouvi, em NOV/2013, de "AUTORIDADES" DO SETOR que R$ 275,00 seria o preço para os cafés finos nos próximos 3 anos... Segundo eles, os "bam-bam-bam" da cafeicultura já tinham assegurado o seu ganho, COMPRANDO POR R$ 275,00 AMARRADOS A CONTRATOS EXTRAORDINÁRIOS DE VENDA A R$ 400,00... Aonde é que conseguiram CAFÉ PADRÃO BMF a R$ 400,00? Em lugar nenhum. Ou não cumpriram os seus compromissos de entrega, porque não receberam o produto, ou tiveram que BANCAR UM PREJUÍZO GRANDE PARA COMPRAR CAFÉS MELHORES A PREÇOS MAIORES DO QUE O PREVISTO. Temos um problema gravíssimo no setor. Temos até preço. Mas, cadê o produto? Há que se ter iniciativas de RECONSTRUIR UM SETOR INTENSIVO EM MÃO DE OBRA. MINHAS SUGESTÕES PARA ONTEM:

1.RENEGOCIAR OS MONTANTES DAS DÍVIDAS ATUAIS DE CUSTEIO E INVESTIMENTO EM 25 ANOS, COM CARÊNCIA DE 3 ANOS, E JUROS DE 5,5% AA;

2.DISPONIBILIZAR LINHAS ESPECIAIS DE CRÉDITO PARA INVESTIMENTOS EM QUALIDADE, SUSTENTABILIDADE, PRODUTIVIDADE, IRRIGAÇÃO, REFORMAS DE CASAS DE COLONOS E SEDES COM 25 ANOS DE PRAZO, CARÊNCIA DE 3 ANOS E JUROS DE 5,5%AA;

3.DISPONIBILIZAR LINHAS DE CRÉDITO PARA CUSTEIO E GIRO COM 10 ANOS DE PRAZO, CARÊNCIA DE 2 ANOS, E JUROS DE 5,5%AA.
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 07/11/2014

Caro Marco de fato devemos caminhar por ai,porem cabe a governo exigir qualidade atraves  dos orgãos de segurança alimentar,todavia este governo atual não tem o menor interesse ,pois um cafe de 7 reais o quilo é o que ele quer,independente do que contenha.Naõ vejo como melhorar com esta Mafia no poder,teremos de resolver nós mesmos com as armas que temos.
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/11/2014

Janio ,



você que vivenciou e vivência Brasilia , quais deveriam ser os pleitos dos cafeicultores ?



você que conhece o outro lado do balcão , qual será a resposta do governo a este momento tão delicado de perda de produção pelos cafeicultores ?
NILTON AKIRA OMOTO

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/11/2014

Parabéns Marco Antonio pela matéria. Certamente a próxima safra já está comprometida. Todas as causas (climáticas) citadas realmente são fatos, devemos considerar ainda que muitos hectares estão sendo podadas, mas no momento, fica difícil mensurar a diminuição da produção.

O que não é admissível é a queda do preço do café a nível do produtor. Porque está em queda diante da situação climática alarmante, comprometedora e um futuro bem previsível? Os preços despencam penalizando o pobre produtor.

É lamentável que os preços sejam definidos por aqueles que não fazem parte da cadeia produtiva, não sofrem com o custo de produção, não correm nenhum dos riscos.

O Sr Mario Dornelles, produtor de Perdões, tem toda razão. O produtor necessita de proteção com novas estratégias, e esta é a função dos líderes.
JANIO ZEFERINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/11/2014

Parabéns pela sua análise.



Na minha opinião, teremos em 2015 o mesmo movimento de alta que ocorreu  no 1o trimestre deste ano.



Que vai faltar café arábica é fato.



De novo, na minha opinião, a melhor estratégia é vender aos poucos, mas vender e ocupar o nosso espaço no mercado.



Reter estoques vai ajudar muito os nossos concorrentes no arábica e ainda mais os produtores de robusta, porque os blens vão passar a ter casa fez mais robusta.



Essa política de reter estoques pelos produtores ou governo já não produz efeitos que produzia na década de 60
WELINGTON GERALDO ROSA

ALPINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/11/2014

Parabens Marco Antônio, você descreve  com fidelidade o que estamos vivendo, sua matéria é uma foto atual da cafeicultura brasileira e deveria ser analisada pelos nossos dirigentes.
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/11/2014

Mario ,



uma das estrategias é os produtores e consumidores exigirem o expurgo de cafés podres (preto e ardidos) do blend que o brasileiro consome , assim o consumo brasileiro aumenta para 25 milhões de sacas rapidamente .



Alguem come carne com aftosa , alguem bebe leite azedo ??
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 05/11/2014

Parabens Marco Antonio,fazia tempo que ninguem publicava um bom artigo sobre este tema( o ultimo foi do Rena),vc esta completamente certo ,existe sim a possibilidade de a produçõa de arabica despencar para menos de 20 milhoes de sc.;só que nestes patamares mesmo com NY,passando de 220 cents,a industria dificilmente ira querer repassar como ocorreu recentemente.Precisamos de novas estrategias que nos oriente junto a este novo momento.
LEANDRO AURÉLIO DA SILVA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 05/11/2014

Boa tarde, tenho uma quase certeza que a perda da proxima safra sera muito maior ao comparado com a safra de 2013/2014, pois o clima nao nos ajuda e para piorar os preços do cafe estao caindo e com isso os produtores estao dando um freada nos tratos culturais. Temos que ficar de olho no mercado para podermos investir na cafeicultura, se nao subirem os preços sera dificil.
ARILDO SILVA

CARIACICA - ESPÍRITO SANTO - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 05/11/2014

Boa matéria,parabéns.
ELI VALERA NABANETE

MARUMBI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/11/2014

PERFEITO!
MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/11/2014

Eli ,



Pior que as condições climatica para a cafeicultura é a falta completa de politicas publicas .



Voce sabia que todos agricultores por Lei têm o "DIREITO" a preços mínimos ?



Você conhece seus direitos ? Você conhece o Estatuto da Terra ?



Infelizmente , os cafeicultores e seus "lideres" (sic) são omissos !



Infelizmente não temos governo !



E pagamos altos impostos .
ELI VALERA NABANETE

MARUMBI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/11/2014

Marco, parabens pela explanaçao.  E essas demonstraçoes graficas que sintetizam o que realmente a planta sentiu e necessita para se sentir confortavel para a produçao. Sera que os orgaos citados que representam (sic) a cafeicultura  conseguem tomar alguma providencia? duvido! E o entendidos que ja preveem uma safra acima de 47.000 m/scs.

E o preço so para baixo!

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