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Análise Técnica 23º Specialty Coffee Association of América - Houston TX

POR JULIANO TARABAL

ESPAÇO ABERTO

EM 09/05/2011

4 MIN DE LEITURA

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Encerrada a 23º Feira Anual da Specialty Coffee Association of America, realizada em Houston - Texas nos Estados Unidos da America, grande termômetro do consumo mundial de café especiais, o que nos resta é fazer a leitura e avaliar o contexto.

O pano de fundo da feira são os cafés especiais e sua latente evolução tanto na produção quanto no consumo, e de fato os players que se encontravam na feira são mesmo os que figuram no mercado de cafés especiais, não contando portanto o evento com players como Sara Lee, Kraft, Santa Clara que representam a grande industria, sem foco em cafés especiais e mesmo importantes atores do segmento de cafés diferenciados como Nespresso.

A feira contou com a presença dos principais produtores de Arábica do mundo, tais como: Etiópia, Colômbia, Guatemala, Costa Rica, México, Peru, Indonésia, e ainda Vietnã, grande produtor de robusta. Outros países produtores sem tanta expressão também participaram expondo seus cafés, tais como Porto Rico, Ruanda, entre outros. No total deve ter estado presente cerca de 30 a 40 países produtores.

A grande presença na feira foi do segmento de máquinas para extração de café, tanto máquinas profissionais quanto máquinas domésticas. Grandes empresas como La Spaziale, La Marzzoco, entre outras marcas de grande expressão no segmento consumidor. Também haviam várias soluções para torrefadores, como equipamentos completos para pequenas torrefadoras de cafés especiais, torradores, moinhos e empacotadoras de última geração.

Além destes havia também a presença de compradores de café verde como expositores na feira, buscando fazer parcerias para distribuir cafés nos países que representam.

Concomitante a feira acontecia o campeonato americano de barismo, onde pode-se perceber profissionais com técnica altamente apurada e com grande conhecimento em café. Estes profissionais chamaram a atenção em especial, pois acreditamos residir neles o "novo mundo do café". São jovens com cerca de 18 a 25 anos, com nível intelectual avançado, quase todos com nível superior de ensino, que adotaram o café como filosofia de vida, ou seja, muito mais que seu ganha pão, o café norteia a filosofia de vida deste jovens. São jovens "descolados, despojados em sua maneira de vestir e de agir, tatuados, com piercing, enfim, jovens com atitude que estão povoando e com certeza dominarão este novo mundo do café. Eles não são ligados a volume, a números, a imponência, eles são ligados a história que compõem cada café, ligados a origem, conhecem muito de qualidade e querem saber cada detalhe da produção de cafés. São jovens inteligentes, perspicazes, que ouvem boa música e que querem levar ao mundo que sabem e conhecem de café, são coffee lovers.

E o que isso tudo tem a ver com café? Tem a ver que estes jovens compõem o novo mundo do café, eles é quem darão as cartas no consumo de café e são havidos por conhecimento, estão na ponta do consumo e já influenciam milhares de pessoas, pois eles sabem transmitir e valorizar o café, mostrando que o café é um produto altamente sofisticado, que fornece extremo prazer.

A era do "cafezinho" já esta ficando para trás. Deixemos de diminuir nosso produto e aprendamos a falar dele com os coffee lovers. Eles sim são verdadeiramente apaixonados por café e estão dispostos a levar isso mundo a fora. Daí a importância de falarmos a língua deles.

Com relação a participação do Brasil na feira tivemos uma presença muito grande de brasileiros, tanto cafeicultores quanto técnicos e executivos que atuam em empresas e instituições ligadas ao café. Estas pessoas puderam verificar com seus próprios olhos como através de uma lente de aumento, o comportamento do mercado consumidor americano. Nossa participação na feira poderia ter sido muito melhor e marcante, como país tema do evento poderíamos ter sido mais efetivos.

Na abertura do evento, onde parte da diretoria da Specialty Coffee Association of America se pronunciou não tivemos a palavra. Em todo o espaço (enorme por sinal) utilizado na feira, em nenhum momento qualquer sinal evidenciava que éramos o país tema. Nosso stand ficou bonito, suntuoso, imponente, mas não transmitiu em nenhum momento nossa brasilidade, não destacou com imagens nossas regiões produtoras, não transmitiu nossa alegria e nossa vocação em produzir cafés, não mostrou que somos um país que preserva nosso meio ambiente, não mostrou que somos o pais que mais possui propriedades certificadas, não mostrou nosso nível tecnológico no qual nos encontramos, enfim, perdemos esta oportunidade, pois nosso potencial é bem maior do que foi mostrado.

O novo mundo do café não quer suntuosidade, quer conectar-se as pessoas que fazem parte da cafeicultura, querem história dessas pessoas e querem conhecer nosso processo de produção, nossa qualidade, nossas regiões, nossa cultura, nossa brasilidade. A participação foi boa mas poderia ser bem melhor. O Brasil sendo "bola da vez" nossa responsabilidade aumenta em muito, nosso grau de profissionalismo também deve ser crescente.

O simples stand da Guatemala ou mesmo o stand da Cuvee coffee(ver nas fotos) mostram bem a imagem no novo mundo do café. Longe de dizer que a analise de nosso posicionamento deve resumir-se a um stand numa feira, mas lembremos que neste momento nossa imagem esta sob uma lente de aumento e sendo analisada pelo mercado mundial de café, neste momento apresentamos ao mundo a forma com a qual desejamos que ele nos veja.

Portanto, aprendamos com os coffee lovers, façamos nosso dever de casa e nos organizemos para representar o Brasil, não só nesta feira, mas em todo momento passando nossa brasilidade e valorizando nossas regiões cafeeiras e sobre tudo valorizando o cafeicultor.

JULIANO TARABAL

Eng. Agronomo; Especialista em Gestão do Agronegócio Café; Superintendente Federação dos Cafeicultores do Cerrado

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