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O novo mundo do café

PAULO HENRIQUE LEME

EM 06/02/2013

5 MIN DE LEITURA

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 A expectativa para o ano de 2012 era muito interessante. Pela primeira vez na história recente do agronegócio café mundial os estoques mundiais estavam praticamente “zerados” sem ser por motivos climáticos ou naturais. O mundo possuía café em estoque para apenas três meses de consumo. Os cafés centro-americanos e o colombiano se encontravam em dificuldades de produção para atender sua demanda, o que abriu espaço para os cafés de qualidade brasileiros, em especial para o cereja descascado. O Vietnã por sua vez não demonstrava condições estruturais para aumentar significativamente sua produção de café Robusta.

Do lado do consumo, as tendências eram positivas, pois apesar da crise mundial, o consumo de café seguia crescendo nos países produtores, emergentes, e estável nos tradicionais consumidores. O consumo de cafés gourmet e certificados também crescia, e a indústria mundial sinalizava a necessidade de obter maiores volumes de cafés sustentáveis em um curto prazo de tempo. Pois bem, alguma coisa deu errado.

Devemos olhar o passado recente com crítica, pois nunca ficou tão claro quanto em 2012 o tanto que necessitamos de informações de qualidade, sejam elas dados estatísticos ou pesquisas de mercado. Uma má interpretação, e uma incapacidade de enxergar o óbvio fizeram com que muitas pessoas ficassem sem poder explicar os motivos pelos quais os preços do café não subiram, e mesmo caíram em 2012.

O primeiro fato recorre na velha incompreensão da importância dos consumidores finais na cadeia do café. Sim, o mercado cafeeiro global é dominado por 4 ou 5 grandes indústrias que ditam as regras do mercado. Sim, estamos “distantes” dos consumidores finais. Sim, o mundo está enfrentado uma crise financeira de ordem global. Porém, se a composição dos blends de café mudou ou se novos produtos ganharam seu espaço, como as cápsulas de café, isto ocorreu com a anuência dos consumidores finais. Podemos até questionar se o consumo de café não estaria crescendo mais se a qualidade geral dos produtos fosse melhor (como é o caso do mercado brasileiro), porém, sem dados quantitativos ou mesmo qualitativos que comprovem esta tese, isto não passa de especulação. Afinal, apesar da crise, o mercado continua a crescer.

Assistimos ao crescimento da participação do Robusta nos blends nos mercados tradicionais (EUA e Europa), onde o Vietnã se tornou grande fornecedor. No mercado nacional, o Conilon representa, no mínimo, de 50 a 60% das 21 milhões de sacas consumidas no Brasil. Nos emergentes, o café solúvel e as bebidas prontas para beber (latinhas e caixinhas) são as vedetes do consumo. Em ambos os casos, a base é o Robusta.

Ainda assim, preferimos acreditar que o conceito de qualidade se refere única e exclusivamente aos agradáveis sabores e aromas de um bom café Arábica. Neste caso, erramos. Os conceitos de qualidade que mais atenderam ao mercado consumidor foram praticidade (solúvel), conveniência (cápsulas) e preços competitivos. O Arábica brasileiro ficou “caro” demais para a indústria. Dói ouvir isto, porque sabemos que os custos de produção só estão crescendo...

Tudo isto seria relevado se do outro lado da equação houvesse, realmente, a falta de café. Isto nos leva ao segundo fato que “cegou” as análises de 2012. Os dados consolidados pela OIC das exportações de 2012 assustam. O Vietnã saltou suas exportações de 2011 para 2012 simplesmente de 17 para 25 milhões de sacas aproximadamente ! Sim, foram 8 milhões de sacas a mais no mercado mundial. Ou aproximadamente 30% do total exportado pelo Brasil em 2012. É muita coisa.

E os compradores internacionais fizeram com o Arábica brasileiro o mesmo que fizeram com os cafés colombianos: substituíram, mesmo correndo o risco de mudar os blends de forma acentuada. No caso dos suaves colombianos e centrais, estes foram substituídos pelo nosso cereja descascado em 2011. Em 2012, nosso Arábica natural foi substituído pelo Robusta vietnamita. Fontes extraoficiais afirmam que traders internacionais chegaram a oferecer no mercado um blend “Brasil sintético”, ou uma mistura de aproximadamente 80% de Robusta com 20% de café Arábica centro-americano. Um horror para o paladar e para o mercado.

O fato é que paradigmas foram quebrados na safra 2012/2013. A indústria internacional trabalha agora com estoques baixos, sem impactos imediatos nos preços globais, como qualquer analista poderia imaginar. O Robusta já ocupa 50% da produção e do consumo mundial. A bienalidade da produção brasileira é história (pelo menos até a próxima geada ou seca generalizada). Existem sim Robustas de qualidade. O poder de produção do Vietnã foi subestimado mais uma vez... De normal, apenas o fato de que o Brasil falhou em suas análises mais uma vez, por simples falta de organização de dados e planejamento.

O que nos resta? São duas as linhas estratégicas para este momento. A primeira, iniciar uma “revolução do Arábica”, em termos de marketing, posicionamento e de estratégias dentro da lavoura (mecanização, irrigação, etc.). Usar uma comunicação literalmente agressiva, atacando o Robusta e o Conilon e levando aos consumidores finais as vantagens e diferenciais do café Arábica em relação ao concorrente. Pois bem, esta é uma estratégia agressiva, cara em recursos e desgastante em termos políticos. Para deixar claro, um verdadeiro suicídio "coletivo", já que ataca os irmãos brasileiros produtores de Conilon e não o inimigo concorrente principal, que é o Robusta vietnamita*.

A segunda opção estratégica é buscar na organização e na política saídas inteligentes para fortalecer a cafeicultura brasileira como um todo, incluindo aí a indústria torrefadora nacional e os produtores de Conilon do Brasil. Melhorar a qualidade e a competitividade do Conilon brasileiro visando competir com o Vietnã nas exportações, fazer a “revolução do Arábica” dentro da lavoura de montanha, desenvolver, de forma muito comprometida, uma plataforma de exportação de café torrado, torrado e moído e solúvel, à base de muitos subsídios e proteção governamental, posicionar as origens brasileiras em mercados específicos, adequados às características de nossos cafés, posicionar o Brasil como plataforma mundial no fornecimento de cafés sustentáveis (e contar ao mundo que produzimos assim)... Pois bem, está uma estratégica que requer mais neurônios, com muito esforço político e articulação.

Certo ou errado, sonhos ou pesadelos, o fato é que existe um “novo mundo do café”, e precisamos nos adequar à sua estrutura para mudar seus rumos novamente.

-----

1 - Fonte: OIC - https://www.ico.org/documents/cy2012-13/cmr-0113-e.pdf

*Frase inserida em 07/02/2013, para esclarecer que a "guerra" contra o Conilon brasileiro é um erro.


Esta matéria é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida a cópia e réplica de seu conteúdo sem prévia autorização do portal e de seu autor.

PAULO HENRIQUE LEME

Professor na Universidade Federal de Lavras na área de marketing e empreendedorismo, mestre e doutor na área de Estratégia, Marketing e Inovação. Consultor em marketing e estratégia no agronegócio, especializado em café, certificações e origem.

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JOÀO ALVARENGA

CANDEIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/02/2013

Somos forçados pelos próprios a não acreditar em papai noel, portanto concordo com o Tercio.



Afinal o tempo do paternalismo já acabou.



Vamos refletir sobre isto?
TERCIO LUIZ TAVARES PASCOAL

VILA VELHA - ESPÍRITO SANTO

EM 27/02/2013

Paulo,



Parabens pela lucidez do artigo mas, principalmente por ter suscitado uma discussão tão longa quanto produtiva. A maioria dos países produtores, possuem uma política forte e definida para o setor. No Brasil, o que vemos são ações imediatistas, isoladas e de pouco efeito , ou seja; sempre apagando incêncio. Onde está política de longo prazo? Se temos o maior parque cafeeiro do mundo, se temos hoje cafés com qualidade superior à dos nossos concorrentes, porque o mundo consumidor não sabe disto? Já foi citado que uma política mais agressiva de marketing, associado à outras ações poderia auxiliar no problema apresentado.



Senti falta no seu artigo ( reafirmo de excelente conteúdo ) de um tema na minha avaliação jultado importantíssimo para o cenário... comercialização.



A grande maioria dos nossos produtores demonstram uma competência inigualável para produzir, se adaptar a novas realidades mas, não o faz da mesma forma na hora de comercializar. Café é uma commodity e como tal, manipulada por poucos e grandes investidores. Talvez uma discussão um pouco mais aprofundada e clarificada sobre as opções de comercialização pudesse minimizar um pouco os efeitos negativos, bem como estabelecer um novo marco para o mercado.



Parabens a todos pelas considerações e agradeço pela oportunidade de tomar conhecimento de tantas observações importantes.



Agora meus amigos, esperar por uma solução de governo, é como acreditar em papai Noel.
MARCOS CHARLES UHLIG

SANTA MARIA DE JETIBÁ - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 21/02/2013

Falando em preços de café arábica, desde que era office-boy da extinta (e saudosa) Bozzo Brasil S/A, no final da década de 80, que ouvimos falar dentre outras coisas que a China era a salvação da lavoura (literalmente falando). Passado para os anos 90, já trabalhando numa corretora internacional (Balcoffee Trading), em todos seminários, palestras e eventos que tive a oportunidade de acompanhar os comentários gerais sempre circulavam e terminavam no mercado chinês também. Agora que sou produtor de café, nas palestras, dia de campo, cooperativas, etc... ainda ouvimos jovens consultores recém-formados usando o mesmo discurso. Das duas uma: Ou alguém bate na porta destes chineses e obrigam esses caras a pararem de tomar chá e começarem a tomar café, ou alguém arruma outro bode-expiatório para justificar esses patamares lastimáveis.
CHARLES GARCIA

IRUPI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/02/2013

Sr Paulo, vejo q vç tem comprometimento com aquilo q faz.! o que vc diz a respeito de nós produtores e as industrias nacionais  mudarmos a forma de exportar o café, vc pode ver que exportamos o café em grão cru e lá fora eles torram e faz as misturas que melhor lhes remuneram, talvez se o governo fortalecer as industrias nacionais e exportar o café torrado e moído já feito esse blend com o jeito que cada País gosta de tomar, olha que mudança no mercado?! isso afetaria aos exportadores e de cara tambem grandes industrias internacionais como a  nestlé.... em outros setores como a de carne bovína o corte da carne é feito de acordo com cada País. Acho que medidas como essa o Brasil só tem a ganhar!      
ROBINSON GREGO

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/02/2013

Quem são os verdadeiros responsáveis pelo baixo preço do café?

os robustas? os altos custos da produção, os 4C que nossos concorrente vietnamita não tem ? as supersafras previstas? a produção do vietnan? 



Penso que o maior problema está na indústria que quer sempre aumentar e garantir seus lucros, não podendo se ver ameaçada , manipula cotações. Sabemos que subsidiam mudas de conilon, para fidelizar fornecedores, numa prova que prevê a falta do produto, ameaça produtores de arabica , diminuindo a compra do produto e aumentando  percentual de robustas nos blends,  tudo para manter sob controle a area produtiva.



Nossos estoques que antes controlávamos na época do IBC foram tirado de nós, e já perceberam que ,mesmo com  estoques  na  Europa e EEUU, podem  perder este controle . Por isto já tomaram providências  e estão  incentivando  a produção, sabem  onde?  Na CHINA. Resumindo :   O Mundo está nas mãos de apenas 5 empresas, grandes estrategistas, que de fato dão as cartas, as pequenas  foram absorvidas  e o  setor produtivo  caminha para onde eles manipulam.



Quando vejo produtores de arábica culpando produtores de conilon  , ambos responsáveis pela sustentação de milhões de brasileiros que sobrevivem desta atividade, acho que estamos longe de resolvermos  o problema.

              
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/02/2013

Caro Paulo,



Sim, mas isto só seria possível com uma indústria nacional muito mais forte, e com um projeto ambicioso de tornar o Brasil o maior exportador de café torrado, torrado e moído e solúvel do mundo.



O caminho para tal é muito subsídio governamental e uma forte coalizão dentro da própria indústria, hoje fragmentada entre grandes contra médios e pequenos.



Um caminho árduo, mas precisamos dar o primeiro passo.



Um abraço,



Paulo Henrique
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/02/2013

Caro Domingos,



Isto é fato, infelizmente. A questão é, como mudar?



Um abraço e obrigado pela participação,



Paulo Henrique
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/02/2013

Prezada Márcia,



Você pegou bem a essência do artigo: vamos sair da zona de conforto! Ficar parado é o que não podemos fazer.



Obrigado pela participação,



Paulo Henrique
ZAM ZAM FARM

MIMOSO DO SUL - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/02/2013

Caro Paulo,



Em Qualquer lugar destes citados America e Europa e ate mesmo o Oriente Medio, associam se  CAFE COM BRASIL... Ja saimos na frente ai neste quesito..



Precos, entendo como suicidio tal direcao em tentar se aproximar dos Asiaticos.. Ja sentimos o paladar de outras industrias...



Acredito que a proposta é termos os asiaticos comprando o nosso CAFE assim como compram nossas sandalias Havaianas.



O que acha?



ZAM ZAM FARM
JOÀO ALVARENGA

CANDEIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/02/2013

Caro companheiro Arnaldo.



A atitude que pretendo disseminar é em relação a um movimento promovido pelos produtores de café do Brasil inteiro, portanto isso inclui robusta. Observe na frase, fazer nossa luz brilhar sem apagar a de ninguém, afinal estamos no mesmo barco chamado cafeicultura brasileira. Pra atingir objetivos no sentido de melhorar nossa capacidade de negociar o que e nosso precisamos da coesão nacional.



Um grande abraço a todos
DOMINGOS RIBEIRO DE ANDRADE

BOM SUCESSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/02/2013

O agronegocio café é definido da seguinte maneira: os produtores ficam com o agro e os demais membros da cadeia ficam com o negócio.
MARCOS HENRIQUE SALES SCALI

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 15/02/2013

Prezados,



Possuo uma base de dados onde os estoques poderam finalizar na safra 2013/2014 (junho.2014) ao redor de 2 milhões de sacas. Ou seja, será um grande cabo de guerra entre os produtores e mercado. Planejamento financeiro será  um grande aliado.



No documento (https://www.cafepoint.com.br/pdf/Artigo_Cenario_Cafe.pdf) a linha "Disponível" é a soma da produção do ano mais o carry over (ou estoque remanescente) no período de Junho de cada ano.



Ou seja, considero o ano safra começando em Julho e finalizando em Junho. Assim temos em Julho de 2013 o disponível (ou passível de comercialização) o total de 55.3 milhões (soma de estimativa de safra de 48.5 mais o estoque remanescente de 6.8 milhões).



Qqer outra dúvida ou esclarecimento estou a disposição.



Abraços



Marcos Scali
MARCIA SHIMOSAKA

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/02/2013

PH!!



Excelente artigo, o Brasil precisa realmente sair da Zona de Conforto de maior produtor e criar estratégias para permanecer e reconquistar o mercado.



Parabens!!
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 15/02/2013

Caro Carlos,



Nestes casos de investimento, se você não necessitar do dinheiro para quitar dívidas ou compromissos diversos que impliquem em juros, o ideal é esperar um momento melhor para exercer a venda. Porém, não se esqueça que em fins de maio e junho inicia-se a colheita da safra brasileira, o que poderia colocar mais uma pressão de baixa para o café, apesar de este café só começar a ser comercializado mesmo no final da safra.



Tente responder estas perguntas:

- O quanto necessito deste dinheiro agora?

- O que farei com este dinheiro em mãos? Farei um investimento melhor?

- E como será o meu panorama financeiro em junho/julho? Se não encontrar os preços mais altos, como vou proceder? Vou aguardar? Vou vender à qualquer preço?



Imagine o maior número de possibilidades, e lembre-se, cuidado com as previsões!



Um abraço e boa sorte em sua decisão!



Paulo Henrique Leme
CARLOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/02/2013

Caro Paulo,



Citando um trecho de seu ótimo comentário,



"No Brasil os negócios estão andando a ritmo lento, mas muitas dívidas irão vencer em 1 ou 2 meses, o que pode obrigar o produtor a vender seu estoque à qualquer preço.



Por outro lado, a indústria corre um risco grande com os estoques baixos, então, qualquer problema climático no Brasil, na Colômbia ou na Ásia pode impactar imediatamente os preços de café."



Quando você diz isso, penso que pode ser então que nos próximos 1-2 meses o preço do café arábica caia ainda mais, assumindo que nenhum problema climático aconteça.  Dito isso, de uma forma bem geral, assumindo que não precisamos do dinheiro até o mês de junho-julho/13, seria melhor esperar até essa época para a venda?



Como disse sei que não é é uma ciência exata, mas se fosse dar um palpite, o que você faria para ter melhores retornos?



Grande Abraço,



Carlos
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/02/2013

Caro Carlos,



Como você pode ver bem no artigo, prever o futuro é arriscado e muitas vezes não passa de especulação com base em fundamentos do presente.



Veja, apesar de todos os analistas falarem que os estoques estão baixos, o Vietnã exportou quase 4 milhões de sacas em janeiro, ou seja, atendeu à demanda da indústria no curto prazo.



No Brasil os negócios estão andando a ritmo lento, mas muitas dívidas irão vencer em 1 ou 2 meses, o que pode obrigar o produtor a vender seu estoque à qualquer preço.



Por outro lado, a indústria corre um risco grande com os estoques baixos, então, qualquer problema climático no Brasil, na Colômbia ou na Ásia pode impactar imediatamente os preços de café.



Complicado, não? Minha sugestão é você fazer um plano de vendas ao longo de toda a safra, busque trabalhar com a média de preços ao longo do ano, e não atirar em um alvo perfeito... Poucos conseguem isso.



Vender o café é mais complicado que produzir.



Espero não ter fugido da pergunta, mas qualquer afirmação minha seria um chute e uma irresponsabilidade de minha parte.



Um abraço e obrigado pela participação!



Paulo Henrique Leme
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/02/2013

Prezado Claudio,



Acho que você tocou em pontos muito interessantes, como a questão de relacionar o café com a saúde.



Para os produtores de café, uma estratégia é se organizarem em associações regionais e buscar a promoção conjunta do café produzido em sua região com o turismo ou com outras estratégias focadas no interesse do grupo.



Enaltecer o Arábica em prol de um ataque ao Robusta não funciona, pois assim como existem Robustas de péssima qualidade, existem Arábicas de péssima qualidade e assim como existem Arábicas especiais, existem Robustas especiais.



O marketing no Arábica de qualidade deve estar atrelado a outros fatores mais perceptíveis ao consumidor, como origem e fatores ligados à sustentabilidade, por exemplo.



Novas estratégias e foco no que os consumidores realmente desejam, é disso que precisamos.



Um abraço e obrigado pelo comentário!



Paulo Henrique Leme
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/02/2013

Prezada amiga Marisa,



Você é uma verdadeira guerreira, tem toda a confiança, sonhos e atitude que a tornam uma empreendedora de sucesso. Você aprendeu muito bem a lição principal para este novo mundo do café. Quem não se comunica, se estrumbica!



Obrigado pela participação e um abraço!



PH
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/02/2013

Prezado João Alvarenga,



Obrigado pela participação!



Um abraço,



Paulo Henrique
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/02/2013

Caro amigo Celso,



Que bom receber seu comentário, estava aguardando. Acho que você tocou em um ponto muito interessante: "Conscientização e hábitos de consumo não caminham paralelo". Não, com certeza não caminham. E é exatamente por isso que as ligas de café mudaram e o consumidor aceitou. Ou seja, a prática do consumo de café permitiu que as indústrias fizessem esta mudança no blend e inserissem novos produtos no mercado. O consumidor aceitou a mudança, e não é porque ele se importa se é Arábica ou Robusta (porque ele não se importa), é porque ele gostou... Ou porque os novos produtos atenderam desejos como praticidade, conveniência e até mesmo hedonismo.



O grupo de estudos GECOM da UFLA está finalizando uma primeira pesquisa sobre o perfil dos consumidores de cafés especiais e seus valores (https://www.cafepoint.com.br/blogs/marketing-e-comportamento-do-consumidor/pesquisa-gecom-valores-pessoais-dos-consumidores-de-cafes-especiais-82395n.aspx*). Um dos pré-resultados mais interessantes se refere ao fato de que cada consumidor tem uma definição para café especial e cada um valoriza atributos diferentes dos demais... Complicado... Como já esperávamos.



Aí é que se encontra o ponto mais importante, e o cerne deste artigo: precisamos parar com essa bobagem de diminuir o Robusta ou atacar a "qualidade" do Robusta... Chega disso, e por que? Porque o consumidor não liga para isto... ele nem sabe o que é Robusta...



Precisamos encontrar um modo mais inteligente de elevar o marketing e a qualidade dos Cafés do Brasil. Definitivamente.



Quanto à construção de cenários meu caro amigo, cabe a nós fazê-lo, sabemos dos riscos, mas é melhor construir cenários e desenvolver estratégias do que esperar a maré nos levar. Mesmo que erremos vez por outra.



Um grande abraço,



PH



<em>* Inserido pela Equipe CaféPoint</em>


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