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O novo mundo do café |
PAULO HENRIQUE LEME
Professor na Universidade Federal de Lavras na área de marketing e empreendedorismo, mestre e doutor na área de Estratégia, Marketing e Inovação. Consultor em marketing e estratégia no agronegócio, especializado em café, certificações e origem.
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TERCIO LUIZ TAVARES PASCOALVILA VELHA - ESPÍRITO SANTO EM 27/02/2013
Paulo,
Parabens pela lucidez do artigo mas, principalmente por ter suscitado uma discussão tão longa quanto produtiva. A maioria dos países produtores, possuem uma política forte e definida para o setor. No Brasil, o que vemos são ações imediatistas, isoladas e de pouco efeito , ou seja; sempre apagando incêncio. Onde está política de longo prazo? Se temos o maior parque cafeeiro do mundo, se temos hoje cafés com qualidade superior à dos nossos concorrentes, porque o mundo consumidor não sabe disto? Já foi citado que uma política mais agressiva de marketing, associado à outras ações poderia auxiliar no problema apresentado. Senti falta no seu artigo ( reafirmo de excelente conteúdo ) de um tema na minha avaliação jultado importantíssimo para o cenário... comercialização. A grande maioria dos nossos produtores demonstram uma competência inigualável para produzir, se adaptar a novas realidades mas, não o faz da mesma forma na hora de comercializar. Café é uma commodity e como tal, manipulada por poucos e grandes investidores. Talvez uma discussão um pouco mais aprofundada e clarificada sobre as opções de comercialização pudesse minimizar um pouco os efeitos negativos, bem como estabelecer um novo marco para o mercado. Parabens a todos pelas considerações e agradeço pela oportunidade de tomar conhecimento de tantas observações importantes. Agora meus amigos, esperar por uma solução de governo, é como acreditar em papai Noel. |
MARCOS CHARLES UHLIGSANTA MARIA DE JETIBÁ - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 21/02/2013
Falando em preços de café arábica, desde que era office-boy da extinta (e saudosa) Bozzo Brasil S/A, no final da década de 80, que ouvimos falar dentre outras coisas que a China era a salvação da lavoura (literalmente falando). Passado para os anos 90, já trabalhando numa corretora internacional (Balcoffee Trading), em todos seminários, palestras e eventos que tive a oportunidade de acompanhar os comentários gerais sempre circulavam e terminavam no mercado chinês também. Agora que sou produtor de café, nas palestras, dia de campo, cooperativas, etc... ainda ouvimos jovens consultores recém-formados usando o mesmo discurso. Das duas uma: Ou alguém bate na porta destes chineses e obrigam esses caras a pararem de tomar chá e começarem a tomar café, ou alguém arruma outro bode-expiatório para justificar esses patamares lastimáveis.
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CHARLES GARCIAIRUPI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 19/02/2013
Sr Paulo, vejo q vç tem comprometimento com aquilo q faz.! o que vc diz a respeito de nós produtores e as industrias nacionais mudarmos a forma de exportar o café, vc pode ver que exportamos o café em grão cru e lá fora eles torram e faz as misturas que melhor lhes remuneram, talvez se o governo fortalecer as industrias nacionais e exportar o café torrado e moído já feito esse blend com o jeito que cada País gosta de tomar, olha que mudança no mercado?! isso afetaria aos exportadores e de cara tambem grandes industrias internacionais como a nestlé.... em outros setores como a de carne bovína o corte da carne é feito de acordo com cada País. Acho que medidas como essa o Brasil só tem a ganhar!
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ROBINSON GREGOVITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 18/02/2013
Quem são os verdadeiros responsáveis pelo baixo preço do café?
os robustas? os altos custos da produção, os 4C que nossos concorrente vietnamita não tem ? as supersafras previstas? a produção do vietnan? Penso que o maior problema está na indústria que quer sempre aumentar e garantir seus lucros, não podendo se ver ameaçada , manipula cotações. Sabemos que subsidiam mudas de conilon, para fidelizar fornecedores, numa prova que prevê a falta do produto, ameaça produtores de arabica , diminuindo a compra do produto e aumentando percentual de robustas nos blends, tudo para manter sob controle a area produtiva. Nossos estoques que antes controlávamos na época do IBC foram tirado de nós, e já perceberam que ,mesmo com estoques na Europa e EEUU, podem perder este controle . Por isto já tomaram providências e estão incentivando a produção, sabem onde? Na CHINA. Resumindo : O Mundo está nas mãos de apenas 5 empresas, grandes estrategistas, que de fato dão as cartas, as pequenas foram absorvidas e o setor produtivo caminha para onde eles manipulam. Quando vejo produtores de arábica culpando produtores de conilon , ambos responsáveis pela sustentação de milhões de brasileiros que sobrevivem desta atividade, acho que estamos longe de resolvermos o problema. |
PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 18/02/2013
Caro Paulo,
Sim, mas isto só seria possível com uma indústria nacional muito mais forte, e com um projeto ambicioso de tornar o Brasil o maior exportador de café torrado, torrado e moído e solúvel do mundo. O caminho para tal é muito subsídio governamental e uma forte coalizão dentro da própria indústria, hoje fragmentada entre grandes contra médios e pequenos. Um caminho árduo, mas precisamos dar o primeiro passo. Um abraço, Paulo Henrique |
ZAM ZAM FARMMIMOSO DO SUL - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 18/02/2013
Caro Paulo,
Em Qualquer lugar destes citados America e Europa e ate mesmo o Oriente Medio, associam se CAFE COM BRASIL... Ja saimos na frente ai neste quesito.. Precos, entendo como suicidio tal direcao em tentar se aproximar dos Asiaticos.. Ja sentimos o paladar de outras industrias... Acredito que a proposta é termos os asiaticos comprando o nosso CAFE assim como compram nossas sandalias Havaianas. O que acha? ZAM ZAM FARM |
JOÀO ALVARENGACANDEIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 17/02/2013
Caro companheiro Arnaldo.
A atitude que pretendo disseminar é em relação a um movimento promovido pelos produtores de café do Brasil inteiro, portanto isso inclui robusta. Observe na frase, fazer nossa luz brilhar sem apagar a de ninguém, afinal estamos no mesmo barco chamado cafeicultura brasileira. Pra atingir objetivos no sentido de melhorar nossa capacidade de negociar o que e nosso precisamos da coesão nacional. Um grande abraço a todos |
MARCOS HENRIQUE SALES SCALISÃO PAULO - SÃO PAULO EM 15/02/2013
Prezados,
Possuo uma base de dados onde os estoques poderam finalizar na safra 2013/2014 (junho.2014) ao redor de 2 milhões de sacas. Ou seja, será um grande cabo de guerra entre os produtores e mercado. Planejamento financeiro será um grande aliado. No documento (https://www.cafepoint.com.br/pdf/Artigo_Cenario_Cafe.pdf) a linha "Disponível" é a soma da produção do ano mais o carry over (ou estoque remanescente) no período de Junho de cada ano. Ou seja, considero o ano safra começando em Julho e finalizando em Junho. Assim temos em Julho de 2013 o disponível (ou passível de comercialização) o total de 55.3 milhões (soma de estimativa de safra de 48.5 mais o estoque remanescente de 6.8 milhões). Qqer outra dúvida ou esclarecimento estou a disposição. Abraços Marcos Scali |
PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 15/02/2013
Caro Carlos,
Nestes casos de investimento, se você não necessitar do dinheiro para quitar dívidas ou compromissos diversos que impliquem em juros, o ideal é esperar um momento melhor para exercer a venda. Porém, não se esqueça que em fins de maio e junho inicia-se a colheita da safra brasileira, o que poderia colocar mais uma pressão de baixa para o café, apesar de este café só começar a ser comercializado mesmo no final da safra. Tente responder estas perguntas: - O quanto necessito deste dinheiro agora? - O que farei com este dinheiro em mãos? Farei um investimento melhor? - E como será o meu panorama financeiro em junho/julho? Se não encontrar os preços mais altos, como vou proceder? Vou aguardar? Vou vender à qualquer preço? Imagine o maior número de possibilidades, e lembre-se, cuidado com as previsões! Um abraço e boa sorte em sua decisão! Paulo Henrique Leme |
CARLOSUBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 14/02/2013
Caro Paulo,
Citando um trecho de seu ótimo comentário, "No Brasil os negócios estão andando a ritmo lento, mas muitas dívidas irão vencer em 1 ou 2 meses, o que pode obrigar o produtor a vender seu estoque à qualquer preço. Por outro lado, a indústria corre um risco grande com os estoques baixos, então, qualquer problema climático no Brasil, na Colômbia ou na Ásia pode impactar imediatamente os preços de café." Quando você diz isso, penso que pode ser então que nos próximos 1-2 meses o preço do café arábica caia ainda mais, assumindo que nenhum problema climático aconteça. Dito isso, de uma forma bem geral, assumindo que não precisamos do dinheiro até o mês de junho-julho/13, seria melhor esperar até essa época para a venda? Como disse sei que não é é uma ciência exata, mas se fosse dar um palpite, o que você faria para ter melhores retornos? Grande Abraço, Carlos |
PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 14/02/2013
Caro Carlos,
Como você pode ver bem no artigo, prever o futuro é arriscado e muitas vezes não passa de especulação com base em fundamentos do presente. Veja, apesar de todos os analistas falarem que os estoques estão baixos, o Vietnã exportou quase 4 milhões de sacas em janeiro, ou seja, atendeu à demanda da indústria no curto prazo. No Brasil os negócios estão andando a ritmo lento, mas muitas dívidas irão vencer em 1 ou 2 meses, o que pode obrigar o produtor a vender seu estoque à qualquer preço. Por outro lado, a indústria corre um risco grande com os estoques baixos, então, qualquer problema climático no Brasil, na Colômbia ou na Ásia pode impactar imediatamente os preços de café. Complicado, não? Minha sugestão é você fazer um plano de vendas ao longo de toda a safra, busque trabalhar com a média de preços ao longo do ano, e não atirar em um alvo perfeito... Poucos conseguem isso. Vender o café é mais complicado que produzir. Espero não ter fugido da pergunta, mas qualquer afirmação minha seria um chute e uma irresponsabilidade de minha parte. Um abraço e obrigado pela participação! Paulo Henrique Leme |
PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 14/02/2013
Prezado Claudio,
Acho que você tocou em pontos muito interessantes, como a questão de relacionar o café com a saúde. Para os produtores de café, uma estratégia é se organizarem em associações regionais e buscar a promoção conjunta do café produzido em sua região com o turismo ou com outras estratégias focadas no interesse do grupo. Enaltecer o Arábica em prol de um ataque ao Robusta não funciona, pois assim como existem Robustas de péssima qualidade, existem Arábicas de péssima qualidade e assim como existem Arábicas especiais, existem Robustas especiais. O marketing no Arábica de qualidade deve estar atrelado a outros fatores mais perceptíveis ao consumidor, como origem e fatores ligados à sustentabilidade, por exemplo. Novas estratégias e foco no que os consumidores realmente desejam, é disso que precisamos. Um abraço e obrigado pelo comentário! Paulo Henrique Leme |
PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 14/02/2013
Prezada amiga Marisa,
Você é uma verdadeira guerreira, tem toda a confiança, sonhos e atitude que a tornam uma empreendedora de sucesso. Você aprendeu muito bem a lição principal para este novo mundo do café. Quem não se comunica, se estrumbica! Obrigado pela participação e um abraço! PH |
PAULO HENRIQUE LEMELAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 14/02/2013
Caro amigo Celso,
Que bom receber seu comentário, estava aguardando. Acho que você tocou em um ponto muito interessante: "Conscientização e hábitos de consumo não caminham paralelo". Não, com certeza não caminham. E é exatamente por isso que as ligas de café mudaram e o consumidor aceitou. Ou seja, a prática do consumo de café permitiu que as indústrias fizessem esta mudança no blend e inserissem novos produtos no mercado. O consumidor aceitou a mudança, e não é porque ele se importa se é Arábica ou Robusta (porque ele não se importa), é porque ele gostou... Ou porque os novos produtos atenderam desejos como praticidade, conveniência e até mesmo hedonismo. O grupo de estudos GECOM da UFLA está finalizando uma primeira pesquisa sobre o perfil dos consumidores de cafés especiais e seus valores (https://www.cafepoint.com.br/blogs/marketing-e-comportamento-do-consumidor/pesquisa-gecom-valores-pessoais-dos-consumidores-de-cafes-especiais-82395n.aspx*). Um dos pré-resultados mais interessantes se refere ao fato de que cada consumidor tem uma definição para café especial e cada um valoriza atributos diferentes dos demais... Complicado... Como já esperávamos. Aí é que se encontra o ponto mais importante, e o cerne deste artigo: precisamos parar com essa bobagem de diminuir o Robusta ou atacar a "qualidade" do Robusta... Chega disso, e por que? Porque o consumidor não liga para isto... ele nem sabe o que é Robusta... Precisamos encontrar um modo mais inteligente de elevar o marketing e a qualidade dos Cafés do Brasil. Definitivamente. Quanto à construção de cenários meu caro amigo, cabe a nós fazê-lo, sabemos dos riscos, mas é melhor construir cenários e desenvolver estratégias do que esperar a maré nos levar. Mesmo que erremos vez por outra. Um grande abraço, PH <em>* Inserido pela Equipe CaféPoint</em> |
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