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Entre o passado e o futuro

BRUNO VARELLA MIRANDA

EM 28/10/2014

2 MIN DE LEITURA

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Foto: Felipe Gombossy/ Café Editora
Foto: Felipe Gombossy/ Café Editora

O desfecho das eleições presidenciais no Brasil nos convida à reflexão. Após inúmeras reviravoltas ao longo do caminho, afinal, voltamos ao mesmo ponto. Engana-se, porém, quem acha que o país conduzido pela presidente Dilma Rousseff é o mesmo de antes da campanha. Algo mudou, e, por mais que muitos se esforcem em antecipar o que vem pela frente, o fato é que ninguém sabe muito bem para onde tais transformações nos levarão. A mistura de inquietação no ar e uma sensação de dever incumprido por parte do governo deixam apenas uma certeza: Dilma Rousseff sabe que dos próximos quatro anos depende não apenas o curto prazo do Brasil, como também o futuro do projeto de poder do PT.

Em primeiro lugar, a própria relação entre a gerente e a cidadania mudou. O Brasil que emerge depois das eleições presidenciais sente menos vergonha de mostrar suas preferências políticas. Reflexo dos novos tempos, em que todos parecem ter opinião para tudo, nunca houve tanta gente disposta a expressar o que pensa sobre a sociedade em que vive. O resultado geral, também um retrato da realidade em que vivemos, é que o brasileiro anda impaciente. Bom para a oposição, que nunca esteve tão perto de voltar ao poder desde que o PT o conquistou em 2002, mas melhor para os defensores de posições consideras extremas no espectro político brasileiro. De fato, os "Bolsonaros" de plantão nunca se deram tão bem.

Diante de uma plateia impaciente, Dilma terá que lidar com uma situação nova na curta história de nossa Nova República. Desde já, a presidente terá que administrar o próprio fracasso na gestão econômica do país. A apertada vitória conquistada pela candidata do PT não muda em nada as perspectivas: crescimento medíocre, inflação preocupante. A dúvida que fica diz respeito à avaliação feita na intimidade do poder. Acreditará Dilma que o fraco desempenho econômico é resultado de decisões equivocadas no passado? Pensará que, pelo contrário, o crescimento será promovido com um aprofundamento das atuais políticas? Do resultado dessa análise dependerá o início da nova administração.

A futura tendência das estatísticas dependerá, ademais, de reconstrução da credibilidade do discurso do governo. Nos últimos quatro anos, Dilma e sua equipe cultivaram o péssimo hábito de descumprir promessas, utilizando-se, para isso, da boa e velha "contabilidade criativa". Até por não serem os primeiros a lançar mão do "cinismo político" para justificar seus atos, os funcionários envolvidos na elaboração da política econômica brasileira foram facilmente descobertos. Revelada a estratégia, foi-se embora a confiança e, com isso, boa parte da capacidade da presidente de influenciar o "humor do mercado".

Seja qual for o caminho trilhado nos próximos quatro anos, se o roteiro narrado por Brasília for condizente com os fatos, melhor para todos. Um plano econômico ruim, mas sincero, é melhor do que aquele que se ampara no "diz-que-diz-que". Afinal, mudar o rumo não basta: é preciso que a tripulação acredite na conveniência de fazê-lo e nas intenções da comandante. Metade dos brasileiros parece satisfeito com a atual situação, enquanto a outra metade dá a impressão de que não se convenceria tão fácil com o chamado de Dilma. Como pano de fundo, uma série de más notícias que podem sepultar a única boa notícia que resta: o tal "pleno emprego". Trata-se de um desafio e tanto.  

BRUNO VARELLA MIRANDA

Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri

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FÁBIO LÚCIO MARTINS NETO

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/11/2014

Bruno Varella Miranda.



O futuro da política econômica brasileira dependerá do novo Ministro da Fazenda e de como o governo se reaproximará do setor privado.



A nomeação do novo ministro poderá ocorrer depois da reunião do G 20 na Austrália.



Vamos aguardar.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 31/10/2014

Prezado Oswaldo,



Muito obrigado pela participação aqui no CaféPoint. Aproveito essa mensagem para convidar outros(as) leitores(as) a deixar sua opinião por aqui. Valorizamos muito a percepção de cada um de vocês sobre os problemas que nos afetam.



Atenciosamente



Bruno Miranda
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 31/10/2014

Prezado Everton,



Agradeço a participação. Concordo contigo e lanço uma "provocação": em breve teremos Olímpiadas. Estará a sociedade acompanhando como deveria a evolução das obras e a forma como os gastos estão sendo feitos?



Atenciosamente



Bruno Miranda
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 31/10/2014

Prezada Maria Sônia,



Obrigado pelo comentário. Concordo: é preciso dialogar e encontrar pontos mínimos de consenso. Caso contrário, corremos o risco de perder conquistas importantes dos últimos 20 anos.



Atenciosamente



Bruno Miranda
OSWALDO NETTO JÚNIOR

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/10/2014

Belo arremate, estamos todos no mesmo barco.
EVERTON HENRIQUE ALVES DE ALMEIDA

QUATÁ - SÃO PAULO

EM 29/10/2014

E pegando um gancho do comentário, e voltando para um velho e atual assunto,  boa parte dos brasileiros fizaram várias manifestações durante a copa; tinhamos que ter feito isso quando fomos informados que seriamos o próximo Pais a sediar a copa, sendo que os protestos não surtiram o efeito esperado com todas as obras finalizadas ou quase, sobre a.polarização,  penso que pelo menos na copa fomos um povo elogiado mundialmente como receptivos.
MARIA SONIA SIGRIST PAZETTI

INCONFIDENTES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/10/2014

DIÁLOGO é agora a palavra que deve ter a maior força, e como consequência a disposição de mudança.
BRUNO VARELLA MIRANDA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/10/2014

Prezado Arthur,



Agradeço o seu comentário. Diria que um desafio importante para a sociedade brasileira é o de tentar encontrar dimensões em que haja certo consenso. Se não somos capazes de encontrar um denominador comum para um conjunto básico de temas, o resultado é o acirramento da disputa entre os distintos grupos. Nesse cenário de maior "polarização", perdemos todos, já que as eleições se tornariam progressivamente um "tudo ou nada". Não é o caso na atualidade, mas preocupa que haja tantas pessoas que assim o sintam (ao menos em seus "desabafos").



Acredito, ademais, que boa parte da recente "polarização" observada na sociedade brasileira poderia ser contornada com um diálogo organizado. Uma pena que as eleições não tenham sido usadas para isso - por culpa, em grande medida, da estratégia eleitoral seguida pela presidente Dilma e pelo PT. De qualquer maneira, que ambos os candidatos tenham falado em "união" e a presidente tenha, ao menos, sugerido que o diálogo é necessário,  já é um excelente começo.



É evidente que nós, 200 milhões de brasileiros, não concordaremos com tudo e em tudo. Deve haver espaço para distintas posições políticas e visões de mundo. Algumas regras básicas de convivência, porém, devem ser definidas e lembradas constantemente. Infelizmente, muitas vezes escutamos argumentos, levantados por qualquer um dos lados, que pouco contribuem para a construção de pontes entre os distintos grupos.



Atenciosamente



Bruno
ARTHUR MOSCOFIAN JUNIOR

SERRANIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/10/2014

Muito valioso este conteúdo do Bruno Varella Miranda, me colocou novamente do eixo neste pós- eleição. Considero que o pt deve cair na real para não cair ainda mais o nosso R$ REAL, Sugiro que as Dilmetes que vivem falando bem da Dilma mas não a cobram nada a favor da nação, devem imediatamente fazer algo cobrando-a o seu melhor desempenho, pois são nestes próximos 4 anos que nosso país necessita de 100% de acertos, não podendo ser teste de prova, como foi até agora em tudo o que o pt fez .Não somos nem temos como ser país comunista de esquerda, tampouco de extrema direita. O Brasil ainda não acordou.Vamos sacudir todos os dias os políticos, para não voltarmos as mesmices de antes.

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