ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Sinais difusos para o café - cuidado no curto-prazo

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 04/08/2009

5 MIN DE LEITURA

0
0
Comentário Semanal - de 27 a 31 de julho de 2009

Mais uma semana em que o equilibrista conseguiu se manter em cima da corda (bamba?). As bolsas de ações encerraram o mês de julho com uma performance bastante positiva. A taxa LIBOR de empréstimos interbancários para 3 meses negociou pela primeira vez abaixo de 0.50%.

A venda de casas novas nos Estados Unidos em junho teve o melhor ganho em 8 anos e o número de pessoas recebendo auxílio-desemprego caiu pela segunda semana consecutiva, embora isto esteja acontecendo não porquê os trabalhadores estão arrumando novos empregos e sim porquê não tem direito de continuar recebendo mais a ajuda.

Na China especula-se que o governo pode começar a limitar um pouco o mercado de crédito já que a população tem tomado dinheiro para colocar uma boa parcela na bolsa o que faz com que o nível de preço que a bolsa negocie em comparação com os resultados das empresas esteja em mais de 35.3 vezes - duas vezes mais do que as bolsas dos outros mercados emergentes (nova bolha?)

O CFTC, órgão regulador americano dos mercados futuros, começou na terça-feira seus estudos para avaliar se deve ou não impor novos limites às posições dos fundos nos mercados de energia e/ou das commodities que têm oferta limitada como petróleo ou gás natural por exemplo. O receio dos participantes dos mercados futuros agrícolas é que regras mais duras possam ser aplicadas em todos os outros mercados. Para imaginarmos a dimensão que isso poderia impactar é só verificarmos o tamanho da posição que os fundos de índice por exemplo mantém em comparação com o número de contratos em aberto. No caso do café isso representa quase 25%. Parece que se limites menores forem aprovados os fundos devem ter próximo de 18 meses para adequar suas posições ao novos limites. Resta saber se o limite por participante não fará com que os administradores de dinheiro criem mais participantes, ou seja muito provavelmente devem aparecer novos fundos para diluir as posições entre um número maiores de entidades afinal o mercado é rápido em achar novas soluções para driblar regras que venham a prejudicá-lo.

As commodities se comportaram em linha com o macro e também subiram, com destaque para a soja, o milho e os metais industriais, enquanto as demais tiveram uma performance errática.

O café encerrou a semana com ganhos de US$ 4.43 / saca em Nova Iorque, US$ 2.55 em São Paulo, e US$ 1.80 em Londres. Tão importante quanto a subida foi também o desvencilhamento que na quarta-feira o mercado teve de outras commodities como o petróleo que por exemplo no dia caía mais de 5% enquanto o café ficava de lado - assim como o açúcar.

A firmeza da moeda brasileira que negociou no nível mais forte desde 26 de setembro do ano passado ajudou a não trazer pressão vendedora na ICE, porém a BM&F decepcionou por não ter acompanhado o mercado aqui fora, subindo menos. Em uma semana a arbitragem entre os dois mercados alargou 2.02 cts/lb, sinalizando que o mercado pode estar perto de começar a ter mais vendas de Brasil. Do lado negativo também tivemos a confirmação de que um dealer andou comprando café brasileiro com diferenciais baratos, 24 e 22 centavos de desconto, justamente quando a reposição continua apertada, próximo de 16 centavos abaixo. Na verdade o sinal que o país deveria estar dando para o mercado internacional frente a tantas conversas de problemas com qualidade e planos de apoio à produção era justamente o contrário. Nos parece que os exportadores e dealers deveriam estar firmes em não vender diferenciais tão "baratos", e quando o fazem o que "dizem" para o mercado externo é que não há problema algum de abastecimento e de qualidade no país.

O mercado interno no Brasil fluiu um pouco melhor durante a semana, porém os produtores estão aproveitando para vender seus cafés chuvados ou de qualidade piores, segurando os melhores cafés para honrar seus compromissos, como CPRs, e para vender a preços melhores. Para os agentes comprarem café de melhor de qualidade é necessário pagar preços incompatíveis com o que os importadores querem pagar.

Em poucas palavras o mercado está confuso. A fraqueza da BM&F, dos diferenciais FOB negociados na semana e da reunião do CFTC são os fatores negativos, e o dólar, chuvas e comportamento dos produtores são os fatores positivos.

A bolsa de Nova Iorque precisa continuar subindo para justificar os preços desejados pelos produtores, e pelos exportadores que apostam em um alargamento do basis (diferenciais).

Nas outras origens do arábica não há nada de novo. Escassez de oferta, produção quase toda negociada e por causa disso o volume de novos negócios é quase inexistente. Contribui o fato de os compradores estarem ainda de férias, muitos voltando apenas a partir desta semana. Vamos ver se com o retorno ao batente a demanda começa a melhorar.

No Vietnã a oferta também é limitada com os produtores bem capitalizados e relutantes em vender o saldo da safra corrente aos preços atualmente praticados. Os intermediários se preocupam pois precisam cobrir suas vendas e tem tido bastante dificuldade. Fala-se inclusive que o número de wash-outs (recompra de vendas) tem aumentado. A indústria que hoje usa bastante café desta qualidade pode encontrar dificuldades neste segundo semestre, ou até que comece a fluir a safra nova do maior produtor de robusta. Parece que era nisso que os poucos participantes de Londres que carregam mais de 6.2 milhões de sacas dos certificados estavam apostando. O spread do Novembro / Janeiro estreitou bem nesta semana inclusive (novo squeeze?).

Tecnicamente o café em NY fechou bem na sexta-feira e aponta para mais altas, tendo como próximos objetivos os níveis de 130.00 e 131.15, base setembro.

Se a maré de otimismo continuar podemos ver o mercado se firmar ainda mais, porém é bom não ficar muito ganancioso e ir aproveitando o rally para desovar parte das fixações. O sinal de alerta da BM&F e da movimentação um pouco melhor do físico podem estar nos apontando para uma perda de força no curto-prazo - o que não muda o prognóstico mais positivo no médio-prazo. Não significa que veremos o mercado negociar novamente a 113 cts, mas que podemos ver uma realização que leve o mercado para próximo de 120.00.

A partir da semana que vem vamos começar a usar como referência o contrato de dezembro de 2009 (Z9) pois o contrato de setembro entra em notificação no dia 21 de agosto. A atividade de rolagens vai provocar o inchaço no volume negociado diário até lá.

Considerem comprar proteção de preço para uma eventual baixa caso tenham a necessidade de fixar suas vendas contra o setembro - ou no curto-prazo. A compra de uma put e venda de uma call no curto é uma boa alternativa.

Tenham todos uma ótima semana e muitos bons negócios.

RODRIGO CORREA DA COSTA

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures