ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Muita compra para pouco ganho

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 23/05/2016

3 MIN DE LEITURA

0
0
O Banco Central Americano deu fortes indicações de estar perto de um novo aumento da taxa de juros em sua ata da última reunião do conselho (FOMC), mencionando que um eventual ajuste possa acontecer já na próxima reunião, em Junho – ou no mais tardar em Julho (se as condições econômicas manterem o ritmo atual).

A clara e direta mensagem gerou uma pressão de vendas nas bolsas de ações, puxou o mercado de títulos soberanos e firmou o índice do dólar para o mais alto patamar desde o fim de março último. No acumulado na semana, entretanto, o S&P500, o Dow Jones e o Nasdaq ficaram virtualmente de lado, enquanto na Europa os ganhos foram de pouco mais de 0.5%.

Os três principais índices de commodities foram sustentados pela alta de três matérias-primas enérgicas: o óleo de aquecimento, o petróleo e a gasolina, principalmente em função de perdas pontuais de produção na Nigéria.

O café em Nova Iorque foi a commodity que teve o segundo pior desempenho caindo 3.18%, atrás apenas da prata que escorregou 3.48% nos últimos cinco dias. Londres também sentiu um pouco o baque, mas cedeu de forma mais ordenada, 1.19%.

Com a divulgação do relatório de comitentes (o COT) agora sabemos que o arábica não conseguiu atrair compras depois de os fundos terem liquidado 11,328 lotes de suas posições vendidas e adicionado 4,184 contratos de novas compras. O apetite de venda dos comerciais, leia-se: as origens e as tradings, foi suficientemente grande para absorver a compras dos especuladores, que logo após ajustarem seus livros acabaram não encontrando agentes interessados em pegar o bastão de compradores.

Repito uma análise da semana passada usando números recentes. Entre os dias 11 e 17 de maio os não-comerciais compraram 15,512 lotes do contrato “C” e o mercado conseguiu ganhar apenas US$ 3.95 centavos por libra, pouquíssimo para tantos lotes comprados. Mesmo que analisemos o intervalo de negociação neste período, que foi de US$ 8.45 centavos, o volume comprado pelos fundos para puxar o mercado cada US$ 1.00 centavo por libra foi de quase 2,000 lotes – de novo um fator negativo para desanimar os altistas.

O reflexo da venda em Nova Iorque, e mesmo em Londres, foi uma movimentação forte nos mercados físicos das principais origens, como Brasil, Colômbia, Indonésia, Peru e Vietnã. Os produtores e intermediários que tem café para negociar aproveitaram o rally para fixar e vender seus cafés, incluindo cafés de safras futuras. Os três primeiros tiveram como vantagem uma desvalorização de suas moedas no meio da semana, já o Novo Sol e o Dong não ajudaram, mas nem por isso impediram a atração de uma maior oferta.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA em inglês) divulgou seu relatório anual com estatísticas e previsões de produção, consumo, exportações e estocagem de café de algumas origens. Para o Brasil o órgão aponta uma safra 2016/2017 de 55.95 milhões de sacas, sendo 43.85 milhões de arábica e 12.1 milhões de conilon – ou um pouco mais de 6.5 milhões de sacas acima da safra atual que foi de 49.4 milhões de sacas. Com um consumo de 20.5 milhões de sacas e exportações de 35.23 milhões o estoque de passagem no final do ano-safra que vai começar será muito similar do atual, ou 2,53 milhões de sacas.

Para a Colômbia a produção estimada pelo USDA é de apenas 300 mil sacas menor do que o ciclo atual, 13.3 milhões de sacas. A Indonésia terá uma queda de 1.75 milhões de sacas, colhendo na safra que começou agora 10 milhões de sacas. Percentualmente Uganda também terá uma queda significativa, 18% a menos, saindo de 4.5 milhões de sacas para 3.7 milhões de sacas.

Nesta semana que se inicia provavelmente veremos os dados do Vietnã, aonde as chuvas abaixo da média parece já ter diminuído o potencial produtivo do país.

As vésperas de uma sazonalidade de baixo consumo no hemisfério Norte os estoques no destino se mantém estáveis, um conforto para os compradores que relutam em aceitar os diferenciais ainda não tão baratos. Nos Estados Unidos, por exemplo, os estoques de café verde em Abril caíram apenas 5,978 sacas, totalizando 6,023,001 sacas.

Tecnicamente o fechamento da semana foi feio e aponta para novas mínimas, principalmente se o índice do dólar firmar mais e atrair liquidações em commodities, cujas posições dos especuladores estão bastante compradas.

A queda do arábica na quinta-feira e sexta-feira deixou dois gaps, um que se fechará com um movimento até 129.20 e outro a 132.25 – duas resistências fortes. Os pontos de suporte estão em 123.00, 118.90 e 115.35.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos,

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting 

RODRIGO CORREA DA COSTA

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures