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Geada assusta e índice do dólar firma

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 25/07/2016

4 MIN DE LEITURA

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O Banco Central Europeu manteve os juros inalterados e decidiu não aumentar estímulos, aguardando pelos efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia. No discurso a entidade disse que vai considerar novas medidas dependendo do impacto da partida dos britânicos, decepcionando o mercado que esperava por novas doses de liquidez.

Foto: Fernando Barbosa/ Amog // Geada no Sul de Minas e Mogiana, julho de 2016
Na foto, o produtor Fernando Barbosa registrou a geada que ocorreu no Sul de Minas e Mogiana, neste julho de 2016. Segundo Rodrigo da Costa, a surpresa da madrugada fria de segunda-feira demorou a ser digerida


As bolsas de ações globais seguraram os ganhos, acumulando uma apreciação global de 5 trilhões de dólares desde o dia 27 de junho, se calcando em novas enxurradas de dinheiro provida pelos três principais bancos centrais do mundo. No Japão o governo busca alternativas às injeções de liquidez, considerando agora reajustes fiscais. Já nos Estados Unidos há rumores de um aumento de juros da reunião de setembro do FOMC, ou seja, o quadro de apetite ao risco pode estar mudando – cuidado.

Neste cenário o Índice do Dólar pulou para 97.467 colocando pressão de venda nas commodities. Dentre os componentes do CRB apenas o gás natural e o açúcar demerara subiram, os destaques de queda ficaram pelas perdas de mais de 6% da soja, do cacau, do milho e do café arábica.

O contrato “C” na segunda e terça-feira subiu empurrado pelos cafezais atingidos por geada no Brasil, cujo volume de perdas continua sendo discutido entre os que não creem em quebra de mais de 300 mil sacas e os que acreditam em 1 milhão de sacas diminuídos do potencial de produção da safra 2017/2018.

A surpresa da madrugada fria de segunda-feira demorou a ser digerida, aparentemente só chamando a atenção depois que o noticiário desencadeou compras de fundos que pescam palavras das agências de informações para ativar seus motores de compra (fundos de algorítmo). Os produtores inicialmente aproveitaram para vender mais café, mas diante de tanto burburinho a postura ficou mais defensiva e o fluxo foi menor do que poderia.

Analistas e agrônomos brasileiros tem tratado o assunto com cuidado. Claro que os produtores atingidos acham que o estrago foi grande em geral, entretanto como a grande maioria das regiões não foi prejudicada, a opinião dos que passaram incólumes não é nada alarmante. No momento a percepção, pelo menos daqui de fora, é de que cafezais plantados em regiões baixas – aonde não deveria haver lavoura, mas acabou recebendo novo pés dado não ter ocorrido geada nos últimos 20 anos – foram as que sofreram, com um percentual de perdas do arábica de não mais de 2% do total.

O sentimento altista no Brasil, provocado principalmente pela firmeza do mercado interno onde os exportadores correm para cobrir suas vendas ao mercado externo e os torrefadores compram o que aparece pela frente para suprir uma safra menor do conilon, ficou ainda mais explosivo com conversas que só miram uma direção: a subida ininterrupta do mercado futuro.

De fato a distância de preços entre o conilon negociado a R$ 430.00 a saca, os cafés rios a R$ 440.00, o consumo a R$ 450.00 e bicas-corridas a R$495.00 é historicamente baixíssimo, senão a mais baixa já registrada, naturalmente influenciando a opinião dos participantes. Os produtores, sabidamente, estão aproveitando para vender seus cafés menos-nobres, e creio que deveriam vender o que tenham dos piores cafés, pois esta diferença pequena de preços entre as qualidades não deve se sustentar por muito tempo.

Já os cafés finos se mantem firmes, com o custo de reposição se mexendo pouco apesar do comportamento dos diferencias. É bom lembrar que embora Nova Iorque negocie cafés não-naturais (teoricamente café finos) a influência de preço nas cotações advém em grande parte de cafés comerciais. Basta trazermos à memória, por exemplo, o café colombiano que chegou a negociar a US$ 100.00 centavos acima da bolsa, e o terminal pouco reagia.

Por falar em Colômbia, finalmente a greve de mais de 45 dias dos caminhoneiros terminou, um dos motivos da queda nos preços na sexta-feira. Os embarques naquele país no mês de julho devem diminuir em próximo de 700 mil sacas, mas em agosto não seria surpresa ver um novo recorde das exportações.

Os diferenciais do robusta no Vietnã firmaram na semana depois que produtores e intermediários reduziram seus estoques. No pico da entressafra por lá, é possível que até a entrada da safra nova, em pouco mais de dois meses, o fluxo fique mais lento, mas os embarques vão refletir os negócios que andaram saindo nas últimas semanas.

A Conab relatou que os estoques de café no Brasil eram de 13,59 milhões de sacas no dia 31 de março. Considerando as 8,07 milhões exportadas até junho e 5,2 milhões “consumidas” internamente, o carry-over é virtualmente zero – é claro que tem a entrada da safra nova que abasteceu tanto a indústria local como parte dos embarques. Os agentes acreditam que os estoques privados carregados para a safra atual giram entre 1.7 e 5 milhões de sacas – com poucos vendo mais do que isto.

O fechamento técnico na semana é negativo e pode atrair mais venda dos fundos. No último COT a posição comprada dos não-comerciais aumentou em apenas 1,174 lotes, e finalmente pode-se notar os comerciais comprando 2,897 contratos.

Como argumento altista há a expectativa do Real firmar com a confirmação do impeachment da Dilma Roussef e as medidas em busca do equilíbrio fiscal que Michel Temer pode aprovar junto com sua nova equipe econômica, atraindo capital com um dos juros mais altos no mundo. Mundo que por sinal tem sede por retornos devido as rentabilidades baixas, e em vários casos negativas, do mercado de renda-fixa.

Uma excelente semana e muito bons negócios,

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting 

RODRIGO CORREA DA COSTA

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