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Encontrando novos blends e formas de consumir

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 20/09/2010

5 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - 13 a 17 de setembro

Após uma curta semana e de volumes baixos, os índices de ações e de commodities subiram nos últimos cinco dias, com destaque para os grãos, açúcar e algodão.

As intervenções do banco central japonês para conter uma maior valorização do iene, e do BC brasileiro evitando com que o real negociasse abaixo de R$ 1.7000, provocaram reações contrárias de alguns países, principalmente para o caso do Japão.

Desde nosso último comentário, há duas semanas, o mercado de café em Nova York tentou duas vezes romper os nível de US$ 200.00 centavos por libra, mas não conseguiu. A primeira tentativa foi mais incisiva, porém a falta de sequência de compras de fundos e uma leve tomada de lucros limitaram o avanço. Já a tentativa desta semana não teve sucesso em função da quebra do padrão do clima seco no Brasil. Nenhum instituto meteorológico afirma que as chuvas se tornarão regulares, mas ao menos a umidade relativa do ar começa a subir, assim como também há previsões de chuvas para os próximos 15 dias nas áreas produtoras brasileiras. Ao mesmo tempo, as chuvas excessivas que estavam assolando a Guatemala e alguns outros países na América Central e Colômbia, começaram a dar uma trégua. Portanto como creio que há um prêmio-climático incorporado aos atuais preços dos terminais, em nada surpreenderia se Nova York sofresse uma queda brusca, que pode levar o contrato de Dezembro a negociar até os US$ 170.00 centavos por libra-peso - haja coração!

O mercado físico no Brasil tem negociado bons volumes a preços acima de R$ 330.00 por saca de café, mas alguns compradores dizem que os cafés finíssimos aparecem à conta-gotas. Nas origens produtoras de cafés-suaves está começando a colheita, e a proximidade da safra da Colômbia derrubou os diferenciais em quase US$ 20 centavos por libra, para atuais US$ 40 centavos acima de Nova York. Não que seja barato, mas sem dúvida é uma indicação de que o mercado futuro já pode ter visto a alta no curto-prazo. Há também um efeito que prejudica os nossos vizinhos, que é uma demanda menos ávida para seus cafés depois de anos seguidos de safras menores e de uma natural troca nos blends. Mas ainda assim o café colombiano não deixa de ser o café de referência de qualidade.

Por falar em qualidade em época de preços altos, recentemente alguns artigos e opiniões têm sido divulgados com prognósticos bastante distintos. A primeira turma crê que o café sofrerá uma queda grande e definitiva dos preços atuais, dado não não ser um produto de necessidade básica, e que em função de estar no maior nível de preços desde meados de 1997, naturalmente afugentará consumidores. A outra linha de pensamento diz que o preço ainda está barato, e que por ser um produto de "luxo", não há risco de arrefecimento da demanda. Creio que na realidade as duas ideias estão parcialmente corretas. Não seria descabido imaginar que alguns novos consumidores, em países que ainda não tem uma cultura de beber café estabelecida, e que tem um baixo poder de compra, podem sem dúvida largar a bebida por uma outra. Vale lembrar que a taxa de consumo mundial, que está acima de 2.5% há algum tempo, aumentou por causa da maior demanda nas origens, principalmente Brasil e em mercados novos como no continente Asiático - ou em outras palavras países-emergentes. Mesmo assim, a favor destes novos consumidores, lembramos que o preço do tipo de café que eles consomem, embora mais alto, não sofreu grande majoração - leia-se os cafés baixos e o robusta (o último usado para fazer café solúvel). Por último não custa salientar que os laboratórios dos torrefadores tem se desdobrado o quanto podem para fazer uma mistura de grãos que continue a satisfazer seus clientes ao mesmo tempo que não incremente muito mais o preço do torrado e moído.

Por outro lado os mercados consumidores chamados de maduros, como Europa, Japão e Estados Unidos, têm mudado gradativamente a maneira de consumir, tomando mais café em casa e menos nos modernos e caros coffee-shops. Sem contar que estes mercados têm cada vez mais o hábito de preparar não uma garrafa de café, mas sim uma xícara apenas, utilizando de máquinas que já são baratas e que contribuem para o não desperdício de café, pois vem em forma de sachê, pods, ou capsulas com uma quantidade "certa" a ser usada. O leitor deve lembrar que sempre se falou que o maior consumidor de café é a pia da cozinha, porém com uso destas novas máquinas este "consumidor" tem "bebido" menos café.

Portanto as duas correntes de pensamentos não estão totalmente erradas, os preços altos podem provocar uma menor taxa de crescimento mundial no consumo, o que não significa que (por enquanto) provocará uma queda do número absoluto consumido. A mágica da mistura "perfeita" ainda provém bastante possibilidades para os "cientistas", tanto que uma das marcas de café mais caras do mundo acaba de lançar um de seus produtos especiais, tendo dois tipos de robusta com um arábica brasileiro, e o consumidor paga o mesmo preço que o 100% colombiano especialíssimo.

Voltando a falar do mercado futuro, acho que continuaremos a ter bastante volatilidade na próxima semana, ao sabor dos relatórios de clima. No mercado de opções há um fato inédito: pela primeira vez o número dos contratos em aberto de puts (opções de venda) é maior do que o número de contratos em aberto de calls (opções de compra). Ou seja há bastante proteção de preço comprada para baixo, mas ao mesmo tempo há uma grande exposição dos que venderam as puts, e que podem correr para vender (ainda mais) o mercado com uma queda rápida dos preços. Caso NY venha abaixo de US$ 170.00 centavos (onde há uma posição em aberta grande), muita gente que não quer, ou não pode, ficar comprada, vai ser forçada a liquidar puts ou vender futuros, o que pode empurrar os preços mais para baixo. É tudo o que o torrador quer, e o que vem apostando há algum tempo, embora esteja correndo atrás do prejuízo.

Não é à toa que a margem de garantia está em US$ 5,500.00 por contrato - tomem cuidado.

Para finalizar, os estoques certificados da bolsa de Nova York quebraram a barreira psicológica dos 2 milhões de sacas nesta semana, estando agora em 1,984,009 sacas de 60 quilos, uma queda acumulada no ano de 1.1 milhão de sacas. Como comentamos há alguns meses, nosso número é que o inventário caia pelo menos mais 200 mil sacas até o final do ano.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 22/09/2010

Caro Rodrigo,

Parabéns pelo, como sempre, bem embasado comentário.

Concordo com você quando sugere haver patamares de consumo diferentes e, portanto, varialçoes na elasticidades de preço entre os distintos estratos do mercado de café.

Na crise internacional, viu-se uma redução global da renda dos consumidores que muitos esperavam ter diminuído o consumo ou, pelo menos, suas taxas de crescimento. E vimos o consumo de café continuar a crescer vigorosamente.

Pelo menos por enquanto, eu não vislumbro a possibilidade do aumento dos preços limitar fortemente o crescimento do consumo. Vale lembrar que tudo na vida tem limite.

E vale salientar também, como você bem fez, que o aumento das cotações ainda está relativamente restrito aos cafés mais finos.

Forte abraço,

Renato Fernandes

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