De acordo com ele, as bolsas sofreram forte impacto com queda de humor, na parte da tarde, em função de lamentável acontecimento, em realidade, fora do mercado e sem ligação direta, com o quadro fundamental do setor café. O assassinato de Benazir Bhutto, no Paquistão, azedou o humor dos mercados financeiros globais e o "negócio café", sentiu o seus reflexos e não conseguiu passar imune diante desse fato.
"A grande verdade, é que final de ano e com liquidez baixa, tudo é motivo para especular com as cotações, seja do café, das ações, do petróleo, etc", disse.
Os contratos para mar/08 fecharam a 131,80 cents/lb (R$ 307,96/sc), recuo de 185 pontos (-1,38%). Maio/08 ficou em 134,40 cents/lb (R$ 314,03/sc), com igual desvalorização.
Nesta quinta-feira, de acordo com dados do Cecafé, o Brasil embarcou 182.069 sacas de café. Deste total, 181.429 foram de arábica e 640 de conilon.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
O dólar compra foi cotado em R$ 1,766, queda de 0,70% em relação ao dia anterior. Na semana, acumula queda de 2,0%.
A moeda norte-americana mostrou resistência à tensão presente nos mercados globais. A sessão foi de baixa liquidez e o fluxo positivo acabou prevalecendo, segundo o InfoMoney. O assassinato de Benazir Bhutto, ex-premiê do Paquistão, trouxe tensão adicional a uma das regiões mais instáveis do planeta na ótica geopolítica, incitando o mau humor dos investidores, já desconfortáveis com os dados pouco favoráveis do setor industrial norte-americano. Pela manhã, o Durable Good Orders mostrou o crescimento de 0,1% nos pedidos de bens duráveis à indústria dos EUA em novembro. As projeções apontavam para um avanço amplamente superior, da ordem de 2,2%. As fracas vendas natalinas também colaboraram com a retomada das preocupações com o diagnóstico da maior economia do globo.
No Brasil, os números positivos do fluxo de investimentos estrangeiros na Bovespa neste final de ano trouxeram certo respaldo positivo. Já o risco-país sofreu a influência da piora de cenário internacional e voltou a ultrapassar os 200 pontos. Os investidores também se atentaram ao Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo Banco Central. Sem surpresas, o colegiado deu atenção especial às recentes pressões inflacionárias. As projeções para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2007 e 2008 foram elevadas para 4,3%, ainda abaixo do centro da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional). Quebrando sua seqüência de intervenções diárias no mercado de câmbio, o Banco Central se ausentou nesta quinta-feira.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Em Londres, a tonelada do robusta ficou em US$ 1.831 (R$ 194,05/sc) para jan/08, recuo de 35 pontos (-1,88%). O vencimento mar/08 fechou com igual baixa, a US$ 1.872/ton (R$ 198,39/sc).
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
Na BM&F, queda de US$ 1,10/sc (R$ 1,94/sc) nos contratos para mar/08, fechados a US$ 164,20/sc (R$ 290,03/sc). Foram negociados 310 contratos e 7.650 ficaram em aberto. Maio/08 apresentou menor queda, US$ 0,80/sc (R$ 1,41/sc), assim como menor número de contratos negociados, 7 apenas. A saca foi cotada em US$ 167,00 (R$ 294,97/sc). Em aberto ficaram 949 contratos.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
No mercado físico algumas praças apresentaram recuo nos preços. Guaxupé/MG cotou o arábica (Tp 6 dura-melhor) em R$ 258,00/sc, queda de R$ 2,00/sc. Em Vitória da Conquista/BA, o despolpado registrou queda de R$ 5,00, fechando em R$ 255,00/sc. O indicador Esalq-arábica ficou em R$ 260,98. Apresentou alta de R$ 2,64/sc.
O conilon tipo 7 fechou desvalorizado R$ 1,00/sc em Vitória/ES, cotado a R$ 199,00/sc. O indicador Esalq-conilon, porém, teve alta de R$ 0,30/sc, cotado a R$ 207,61/sc.
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Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.
Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint