Os contratos para maio/08 fecharam em 157,85 cents/lb (R$ 354,21/sc), alta de 390 pontos (+2,53%). Set/08 ficou em 162,45 cents/lb (R$ 364,53/sc), com igual valorização.
Marcus Magalhães, da Maros Corretora, destaca que "o mercado nunca teve motivo para sofrer tamanha queda e com isso, a correção veio forte e consistente assustando e surpreendendo os que "apregoaram"o caos. Amanhã, mesmo sendo sexta-feira, é possível que novas altas possam ocorrer já que tanto técnica, como nos aspectos fundamentais, os níveis têm suporte para enfrentar este crescimento".
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
O dólar compra fechou a quinta-feira valorizado, cotado a R$ 1,696, registrou alta de 1,04%. O dólar comercial também fechou com variação positiva, segundo o InfoMoney, com a volta dos temores relacionados ao mercado de crédito norte-americano e a confirmação de que o governo promoverá mudanças para conter a ascensão do real.
Na primeira parte da sessão, investidores demonstravam apreensão nos mercados internacionais com a divulgação de dados ruins sobre vendas no varejo norte-americano e com a notícia de um provável calote de US$ 16,6 bilhões por parte do fundo Carlyle Capital.
Contudo, no período da tarde, o clima tenso se amenizou com a publicação de análise da agência de classificação de risco Standard & Poor´s. A S&P afirma que o processo de baixas contábeis relacionadas a títulos de hipotecas de risco está próximo do fim. A mudança de humores reduziu a amplitude da alta do dólar.
Internamente, repercute-se o anúncio feito pelo governo de medidas que visam combater a apreciação do real e incentivar as vendas externas, com taxação de investimentos estrangeiros em renda fixa e a isenção de imposto sobre as exportações.
O economista Sidney Nehme, da corretora de câmbio NGO, ainda de acordo com o InfoMoney, avalia que as medidas do governo devem surtir efeito momentâneo. Em relatório, o especialista afirma que "o que parece estar causando maiores preocupações aos mercados, incluindo o de câmbio, é a iminente falência da Carlyle Capital, um dos maiores fundos de investimentos do mundo - mais um sinal contundente na direção da recessão".
O Banco Central realizou leilão de compra de dólares no mercado à vista entre 12h15 e 12h25. A taxa aceita ficou em R$ 1,6970.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Mercado do robusta
Londres não está longe de atingir os patamares máximos de preços registrados em março. O mercado futuro do robusta voltou a registrar alta e os contratos para maio/08 fecharam em US$ 2.758/ton (R$ 280,70/sc), valorizados 106 pontos (+4%). Set/08 ficou US$ 2.734/ton (R$ 278,26/sc), alta de 95 pontos (+3,6%).
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A volatilidade continua alta na BM&F, mas recuou frente as duas seções anteriores (tabela abaixo). Os preços fecharam em alta. O vencimento maio/08, valorizado US$ 3,50/sc (R$ 5,94/sc), ficou em US$ 184,50/sc (R$ 312,97/sc), com 142 contratos negociados e 2.564 contratos em aberto. A maior liquidez ficou para o vencimento set/08, com 1.711 contratos negociados e 27.976 em aberto. Os preços fecharam em US$ 191,95/sc (R$ 325,60/sc), para set/08, alta de US$ 3,90/sc (R$ 6,62/sc). Não houve contratos de opções negociados na BM&F.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Mercado físico
A combinação alta do dólar e alta do mercado futuro do café deu margem para grandes valorizações dos preços no mercado físico. Em Guaxupé/MG, a saca do arábica tipo 6 (dura-melhor), cotada a R$ 286,00, teve valorização de R$ 8,00/sc. Em Franca/SP, a alta foi ainda maior (+R$ 15,00/sc), fechando em R$ 285,00/sc. Os indicadores para arábica e conilon, respectivamente, ficaram em R$ 280,76/sc (+R$ 6,88/sc) e R$ 238,09/sc (+R$ 3,78/sc).
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.
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Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint