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Alternativas para reduzir o uso da mão de obra na cafeicultura de montanha

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 29/07/2013

3 MIN DE LEITURA

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A cafeicultura de montanha é responsável por um volume de produção anual de cerca de 13-15 milhões de sacas de café no Brasil, sendo a principal fonte de empregos e renda no setor agrícola daquelas regiões. Mas, apesar dos grandes avanços já obtidos, as suas perspectivas não são boas, diante do fato da mão de obra, usada nos tratos e na colheita, estar se tornado cada vez mais cara, escassa e de baixa produtividade.

A mecanização da lavoura, com o maquinário normal, tratorizado, não se mostra possível diante da topografia desfavorável das áreas. Assim, apenas algumas poucas práticas podem contar com um certo nível de mecanização, embora ainda com pequena abrangência. Cita-se a possibilidade de usar uma perfuradeira motorizada na abertura das covas de plantio, o uso de canhões atomizadores nas pulverizações, o uso de pulverizadores motorizados costais de operação manual e o uso de derriçadeiras motorizadas, também de operação manual, para a derriça do café, cuja utilização vem crescendo muito.

Para tornar a cafeicultura de montanha mais competitiva três alternativas se apresentam – a primeira seria a adaptação de máquinas de colheita menores ou mesmo as normais, para seu uso nas pequenas partes das áreas onde a topografia for inferior a 30%. A segunda seria a adaptação do terreno para a entrada de máquinas adequadas e a terceira prevê a adequação das plantações, com sistemas de plantio e podas, para facilitar o trato e a colheita, com o uso de sistemas simplificados e maquinas motorizadas de operação manual.

O aproveitamento de áreas menos declivosas das montanhas, topos e encostas suaves, tem despertado interesse, mas exigem muito trabalho e gastos na adaptação do terreno e das lavouras. Porém, mesmo assim, vai atingir uma pequena parte do parque cultivado, já que áreas com menor declividade são escassas dentro dessa região.

A adaptação do terreno para facilitar os tratos e a colheita vem sendo demonstrada viável na prática de algumas fazendas, na região da divisa do Sul de Minas com São Paulo, através do uso do micro-terraceamento nas ruas do cafezal, para ali poderem transitar os tratores estreitos, com seus implementos. Porém, a técnica atualmente usada preconiza o uso de tratores traçados, operando de marcha-ré, com lâmina traseira. Embora ainda não se tenha trabalhos científicos sobre o tema, têm sido observados problemas quanto ao custo elevado da prática e seu risco operacional. Ultimamente, tem havido experiências mais favoráveis com o uso de pequenos tratores de esteira operando de frente e de uso de BobCat de esteira, munido de concha escavadeira e de lamina dianteira esta somente para acerto do terraço.

No foco de adaptação da lavoura já foram feitos avanços significativos, com o uso do adensamento de plantio, até o super adensamento com recepa em ciclos curtos, com o objetivo de sempre colher lavouras novas, com plantas de porte baixo. O adensamento é um fator que otimiza a utilização dos terrenos, intensifica a cultura cafeeira e aumenta sua produtividade, característica esta básica na redução dos custos de produção. No entanto, o adensamento dificulta, até certo ponto, os tratos e a colheita.

Para facilitar os tratos, especialmente na colheita do café, são propostas duas novas linhas de trabalho. A primeira prevê a derrama progressiva dos ramos laterais baixos dos cafeeiros, mantendo a lavoura mais livre em baixo, o que facilitaria a colheita, de baixo pra cima, com o uso de derriçadeiras costais motorizadas. A segunda prevê uma colheita simplificada, de maior rendimento, com o uso de batidas de varas sobre os cafeeiros, acoplada ao esqueletamento das plantas, no sistema safra zero.

Aliás, o sistema safra zero, com a poda de cerca de 50% das lavouras em cada ano, para a colheita somente de parte delas num determinado ano, com plantas bem produtivas, podendo-se acoplar a colheita com a poda prévia, ou seja, com a colheita de ramos, é uma ótima alternativa na facilidade de colheita na cafeicultura de montanha.

A pesquisa deve, portanto, dar prioridade a novas formas de viabilizar maior nível de mecanização dos cafezais em regiões montanhosas, quem sabe desenvolvendo maquinário totalmente novo.

Enquanto isso, devem ser aperfeiçoadas e adotadas novas formas de manejo, com sistemas de plantio, podas, terraceamento e outras, práticas já citadas, visando sistemas de colheita mais econômicos.

Observa-se na foto que a limpeza dos ramos baixos dos cafeeiros, deixa a área inferior das plantas livre para poder operar com a derriçadeira costal motorizada, de baixo pra cima.


O esqueletamento, acoplado a uma colheita simplificada, melhora muito o rendimento da colheita:


O uso de canhões atomizadores para a aplicação de defensivos viabiliza a operação em grandes áreas:


As informações são da Fundação Procafé. 

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ADIR FAVA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/08/2013

Segundo pude saber através de um biólogo do Instituto Florestal o uso de canhões não necessita de licença ambiental, a não ser para o recolhimento e transporte da água!!!

Porém, o uso de produtos quimicos nos canhões possuem restriçoes dos órgãos que fiscalizam as condiçoes ambientais!! Seja como for, o canhão é uma solução menos problemática diante das limitações impostas.
CRISTIANO BARBOSA DE ALMEIDA

JACUÍ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/08/2013

Caro José Adauto de Almeida, com canhão ou sem canhão o uso de produtos fitossanitários vai continuar, é indispensável.
JOÃO BATISTA VIVARELLI

DIVINOLÂNDIA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/08/2013

Realmente há necesidade de à cada dia técnicos ,produtores,instituições de ensino,cooperativas,associações de produtores,etc;unam em prol da cafeicultura de montanha devido á importância sócioeconômica para diversos municípios e desenvolvam técnicas visando á melhoria da produtividade,redução de custos,etc,visando sustentabilidade da cafeicultura de montanha.
HUGO VELEZ MONTES

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/08/2013

esas alternativas que proponen para la caficultura de  montaña o ladera puede servir muchisimo en estos paises en donde la caficultura se desarrolla casi en su totalidad en laderas con diferentes inclinaciones.
JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 01/08/2013

Com o uso de "canhões atomizadores"  como fica o MEIO AMBIENTE?
JOSÉ RONALDO DE C. MENDES FO (RONY)

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO

EM 30/07/2013

Caro Prof. José Braz Matiello Meus Parabéns, Ótimas Informações Técnicas!!
JUAREZ DE SOUSA E SILVA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 30/07/2013

Concordo com as ideias de pesquisa para a mecanização da cafeicultura de montanha. Facilitariam as vidas dos trabalhadores e cafeicultores.  Entretanto, antes que matem a nossa cafeicultura de montanha, deveriam ser repensadas as leis trabalhistas para o campo.

Para exemplificar, vejam a dedicatória em um livro que ganhei do Dr Jayme Toledo Pizza: "Prezado Prof. Juarez, aí vai a cópia do trabalho que lhe prometi (Refere-se ao relatório anual do Instituto Agronômico de Campinas de 1894/1895, publicado por seu diretor, Dr. Dafert). Esta é uma das preciosidades que tenho sobre as histórias das estórias do café. Bons tempos. Grandes colônias. O homem no campo, pobre mas feliz e bem alimentado. Digno e nobre. Hoje, favelado nas periferias das grandes cidades. Ainda pobre, infeliz, mal alimentado, não conseguindo alcançar nem a dignidade e nem a nobreza a que todo ser humano tem direito. "Tenho a esperança que um milagre reverterá este quadro. Nós da Universidade devemos lutar para isso. Continue lutando".

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