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Custos dos processos de certificação em andamento no Brasil

VÁRIOS AUTORES

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 05/09/2007

4 MIN DE LEITURA

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Atualmente, a certificação dos cafés sustentáveis tem sido considerada uma alternativa para aumentar o valor econômico, social e ambiental da produção. No Brasil há uma grande corrida do setor produtivo em busca da certificação de propriedades, porém ainda há carência de informações sobre o assunto.

Apesar de alguns estudos indicarem que os diferentes processos de certificação em andamento no Brasil têm gerado impacto positivo significativo na rentabilidade do produtor, poucos trabalhos trazem informações efetivas a respeito dos custos envolvidos no processo de certificação.

Nesse artigo é apresentada, de forma sintética, a estrutura de custos dos processos de certificação em andamento no País, com base em estudo realizado pela equipe do Centro de Café do Instituto Agronômico, nas principais regiões produtoras de café do Brasil, em 2005 e 2006.

Foram analisados os seguintes programas de certificação do café:

• Comércio justo (Fairtrade)1: direcionado ao sistema de comercialização, assegura aos produtores um preço mínimo acrescido de um prêmio1 que deve ser utilizado para investimento em projetos comunitários. É voltado exclusivamente para grupos de produtores familiares e inclui também alguns critérios de preservação ambiental.

• Orgânica: adota os critérios e normas da IFOAM - International Federation of Organic Agriculture Movements, para nortear o sistema de produção, exigindo a eliminação do uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, visando à conservação e a melhoria da estrutura e fertilidade do solo e o equilíbrio do agroecossistema.

• Rainforest Alliance: envolve preservação ambiental, bem estar dos trabalhadores e interesses das comunidades locais. Não proíbe o uso de produtos químicos, mas exige manejo integrado de pragas, manutenção da cobertura arbórea e restauração da vegetação nativa.

• Utz Certified1: compreende práticas agrícolas adequadas para a produção de café e para o bem estar dos trabalhadores, incluindo o acesso à saúde e à educação. Ressalta mais a produção responsável do que a agricultura sustentável.

De modo geral, os custos podem ser considerados como medidas monetárias dos sacrifícios financeiros com os quais uma pessoa ou uma organização têm que arcar, a fim de atingir seus objetivos, que podem ser a obtenção de um produto ou de um serviço qualquer. Esse sacrifício financeiro também é conhecido genericamente como gastos ou dispêndios que podem abranger despesas e investimentos. Os custos são separados em duas categorias: os custos diretos e os custos indiretos.

Os custos diretos podem ser subdivididos em custos internos e custos externos.

Os principais custos diretos internos relativos à certificação, indicados pelo estudo do IAC, foram o preparo de documentos, treinamento e capacitação dos funcionários, implementação de auditorias internas, realização de reuniões e adequação às exigências trabalhistas.

Dentre os custos diretos externos, foram levantados os custos iniciais e de manutenção, tais como estudo de mercado, definição do escopo, pré-auditorias, auditoria principal, auditorias de manutenção, ações corretivas e marketing.

Dentre os custos indiretos, destacam-se aqueles relativos à conformidade com os critérios de gestão, tais como planejamento operacional, avaliação dos recursos e inventários, registros, rastreabilidade, monitoramento, controle de produtos e de qualidade, reajustes, documentação e mapeamento. Há também aqueles relativos à conformidade com critérios de desempenho, como ajustes na produção, construção de estradas e aceiros, restauração de áreas protegidas, conservação do solo - água e biodiversidade, saúde e segurança, serviços sociais e conformidades legais.

Em síntese, o estudo indicou que o custo da certificação depende muito do programa escolhido e do nível gerencial e técnico em que a propriedade se encontra. Além disso, identificou-se que os principais custos de certificação de cada programa são os diretos: consultorias, auditorias, capacitação dos funcionários e adequações administrativas aos critérios de gestão exigidos.

A estrutura de custos dos processos de certificação dentro de uma propriedade de café é apresentada na figura 1.


Figura 1. Esquema ilustrativo dos principais custos ligados aos processos de certificação.

Tais resultados levam pesquisadores e principalmente produtores a seguinte indagação: quanto é o custo total da certificação? Não há uma resposta direta para esta pergunta.

Uma resposta imediata é: Depende!

Depende de uma série de fatores ligados à realidade de cada uma das unidades produtivas que se pretende certificar. Depende do modelo de certificação a ser adotado. Depende do estágio de desenvolvimento sustentável que se encontra a propriedade, ou seja, depende da forma como se encontram os fatores ambientais, sociais, econômicos, políticos e culturais específicos da propriedade, no momento em que se opta por determinado programa de certificação.

1 Comércio justo (fair trade) se refere em termos gerais à honestidade no comércio e não implica um processo de certificação e é o termo usado no sistema de selo da Fairtrade Labelling Organizations International (FLO), enquanto a Marca FAIRTRADE é marca de comércio registrada. Produtos fairtrade se referem especificamente a produtos com a Marca FAIRTRADE (Consumers International, 2005, p. 4).

2Em contratos firmados a partir de 01 junho de 2007, o prêmio da certificação Fairtrade passou de 5 centavos de dólar por libra de café verde para 10 centavos sobre o preço mínimo do Fairtrade ou sobre o preço de referência do mercado. O adicional para o café Fairtrade certificado também como orgânico, passou de 15 para 20 centavos de dólar por libra peso.

SERGIO PARREIRAS PEREIRA

Agrônomo - Mestre em Fitotecnia - Pesquisador Cientifico do IAC - Centro de Café - Mediador da Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira no PEABIRUS - Doutorando da Universidade Federal de Lavras - UFLA - Coordenador do Núcleo de Manejo do CBP&D/Café

FLÁVIA MARIA DE MELLO BLISKA

CLEIDE HELENA SANTOS CARDOSO

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CARLOS ALBERTO AIMOLE PAGLIARONE

FRANCA - SÃO PAULO

EM 16/04/2010

Presada sra Flavia Bliska . Fico extemamente agradecido pela consideração, e posso dizer que gostaria sim de mais informação, pois acredito que futuramente quem não possuir o certificado terá seu produto menos valorizado.
FLÁVIA MARIA DE MELLO BLISKA

CAMPINAS - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 16/04/2010

Prezado Carlos Alberto,

Além da recomendação do Sérgio, há alguns consultores que dão assistência nessa áraea: diagnosticar o estágio atual da propriedade, avaliar o melhor tipo de certificação para cada caso, estimar custos das adequações necessárias para cada uma das certificações e, se for de interesse do produtor, acompanhar as alterações e depois as auditorias. Infelizmente não tenho estimativa atual do custo desse tipo de assessoria, mas, se tiver interesse, poderei indicar alguns consultores.

Att. Flávia Bliska
SERGIO PARREIRAS PEREIRA

CAMPINAS - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 30/03/2010

Prezado Carlos Alberto Aimole Pagliarone,

Esta questão é muito complexa demanda muita informação, o que é difícil de trabalhar aqui em poucas linhas. Sugiro que você procure a Cocapec, na pessoa do Agrônomo Saulo Carvalho Faleiros, responsável dessa área na cooperativa.

Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas
Avenida Wilson Sábio de Mello, 3100 - Distrito Industrial
CEP 14406-052 - Franca/SP
Fone: 16 3711-6200


Atenciosamente,
CARLOS ALBERTO AIMOLE PAGLIARONE

FRANCA - SÃO PAULO

EM 30/03/2010

Também gostaria de mais informações , sobre quais as normas e exigencias , ou seja, oque tenho que mudar em minha propriedade para obter este certificado, ou se ainda existe alguma empresa que preste algum tipo de serviço nesta área.
ROSELI MENDES

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/05/2009

Gostaria de saber como faço para obter o certificado e qual a vantagem de se ter esta certficação.
ROBLEDO RENE DE MORAES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2007

Gostaria de saber como funciona o Educampo/Café, já que participo do Educampo/Leite, na cidade de São Domingos do Prata, MG. Gostaria também de saber se há possibilidade de se formar uma turma de assistidos, mesmo com poucos participantes, pois em minha cidade não há muitos produtores.
LEONARDO EURÍPEDES VIEIRA

SANTA TEREZA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/09/2007

Achei muito interessante o artigo, ele nos mostra como é ampla as exigências e os custos da certificação, mas como uma grande ferramenta para atingirmos estas normas, temos o Projeto Educampo Sebrae, que trabalha com toda cadeia de custos da certificação e ainda mostra ao produtor a realidade de sua atividade, sendo para o produtor uma ferramenta para diminuir os custos da certificação e tornar sua atividade mais econômica, social e ecologicamente sustentável.

<b>Prezado Leonardo,</b>

O Projeto Educampo Sebrae é realmente muito interessante. Temos uma parceria com esse Programa em SP e alguns colegas do IAC têm feito diversas palestras. O Sérgio Pereira é o nosso "palestrante oficial" junto ao Educampo, na área de certificação.

Atenciosamente,

Flávia Bliska
CARLOS OLIVEIRA

SANTA CRUZ DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/09/2007

Prezados autores!

Parabéns pela iniciativa de abordar este assunto, entretanto, nós, produtores ficamos na mesma. Não temos idéia se custa 10, 100, 1000 ou 100000. Assim, sugiro que apresentem um caso de pequena propriedade sem nenhuma adequação, que acredito seja a maioria, para que tenhamos algum parâmetro de comparação com nossas pequenas propriedades.

Abraços,

Carlos

<b>Prezado Carlos,</b>

Gostamos da sua sugestão. Vamos preparar um exemplo para apresentar no CaféPoint o mais breve possível. Talvez uma das certificadoras possa nos ajudar nessa tarefa.

Atenciosamente,

Flávia Bliska

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