Em relatório sobre o mercado cafeeiro divulgado hoje (5), a OIC (Organização Internacional do Café) informou que a média mensal de seu preço diário composto, em novembro deste ano, ficou em 107,88 centavos de dólar por libra peso - menor nível desde agosto de 2007 -, o que implicou em uma queda de 0,40% frente ao valor médio de outubro de 2008 (108,31 centavos de dólar por libra peso). Na comparação com o penúltimo mês do ano passado, quando a cotação ficou em 114,43 centavos de dólar por libra peso, a queda foi maior, de 5,72%.

Segundo análise do diretor-executivo da entidade, Néstor Osorio, a média diária do preço composto da OIC, em novembro, apontou certa resistência à tendência decrescente verificada desde agosto. "Desde o início da crise econômica mundial, em setembro, a média mensal do preço composto da Organização caiu quase 15%", comentou ele, avisando que, "em contraste com o desempenho dos outros grupos de café, o preço dos robustas, após grande volatilidade, registrou ligeira alta em relação a outubro".

O diretor-executivo da OIC apontou, ainda, que ocorreu uma valorização significativa no valor do dólar norte-americano sobre as moedas de alguns países produtores. "No caso do Brasil, a moeda americana teve valorização de 42,8% em relação ao real entre julho e novembro de 2008, saltando de R$ 1,59 para R$ 2,27. Na Colômbia, o dólar, que havia caído para uma média de 1.714,17 pesos em junho de 2008, recuperou-se para um nível de 2.363,55 pesos em novembro, implicando em um incremento de 37,9% nesses cinco meses", detalhou.

Ainda conforme Osorio, a pressão que influencia a queda dos preços do café e de outras commodities, decorrente da turbulência nos mercados financeiros e da crise econômica mundial, continuou em novembro, havendo uma ligeira correção somente no final do mês. "O indicador diário do preço composto da OIC, que caiu para seu nível mais baixo no mês, 105,28 centavos, em 21 de novembro, reergueu-se e atingiu 111,78 centavos, no dia 28, crescendo 6,2% em um semana", assinalou.

O diretor-executivo da OIC disse que a resistência à pressão descendente foi notória no caso dos preços do robusta. "Estes foram até 2,25% superiores em relação a outubro, provavelmente em razão das dificuldades climáticas que atrasaram a colheita da safra 2008/09 no Vietnã, o principal exportador da variedade", explicou.

Finalizando, Osorio anotou que, em função da crise econômica mundial, alguns países produtores de café estão tomando medidas para apoiar os produtores. "O governo colombiano e a Federação Nacional de Cafeicultores assinaram um acordo que acaba garantindo um preço mínimo aos agricultores", exemplificou.