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Vencedores de concurso do PR usam tecnologias do Iapar e Iac

PRODUÇÃO

EM 28/07/2014

7 MIN DE LEITURA

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Os vencedores dos primeiros lugares do 11º concurso Café Qualidade Paraná, realizado em 2013, utilizaram as cultivares Obatã Vermelho 1669-20, IPR 98, IAPAR59 e Catuaí Vermelho, todas desenvolvidas por instituições do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. O concurso é uma promoção da Câmara Setorial de Café e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento – Seab – PR, por meio das instituições vinculadas Instituto Agronômico do Paraná - Iapar e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater-PR, que também é integrante do Consórcio Pesquisa Café. Contou, ainda, com o apoio do município de Cornélio Procópio, Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina, cooperativas, indústrias torrefadoras e empresas ligadas ao setor no Estado.

Em 2013, a vencedora na categoria natural foi Silvana Braga Ferraz, do município de Ribeirão Claro (PR), e, na categoria Cereja Descascado, Luiz Boraneli, do município de Curiúva (PR). O vencedor na categoria Cafeicultura Familiar foi Lupércio Bufalari, do município de Santo Antônio da Platina (PR). Os três produtores contam com o auxílio de técnicos do Emater-PR.

Segundo o produtor Luiz Boraneli, a produção de café é tradição familiar cultivada desde os tempos de seu bisavô. “Toda a vida lidamos com café e conquistamos sempre os primeiros lugares em concursos de qualidade. Temos a sorte de estar em uma região muito boa, de temperatura fresca e latitude muito favorável”, completa. O café cereja descascado que venceu o último concurso é originário das cultivares Iapar 59 e Catuaí Vermelho, do Instituto Agronômico - Iac. O café de Boraneli conquistou nota de qualidade 85,38 em sua categoria, com base na escala de 0 a 100 pontos na escala da Specialty Coffee Association of America – SCAA.

De acordo com o técnico da Emater-PR Osvaldo Martins Rodrigues, que acompanha a propriedade de Lupércio Bufalari, não se vence um concurso de qualidade apenas colhendo e preparando o café de forma adequada. “É preciso fazer um bom manejo da lavoura desde o início do ano agrícola. Tais cuidados envolvem adubação equilibrada, bom manejo integrado de pragas e colheita bem feita, seguida de processo de secagem adequado”, completa Osvaldo. Segundo ele, Lupércio fez uso da cultivar IPR 98, desenvolvida pelo Iapar. O café de Lupércio conquistou nota de qualidade 83,25 em sua categoria, segundo escala da SCAA.

Para o técnico agropecuário e degustador oficial Rogério Alves, que acompanha a propriedade de Silvana Braga Ferraz, o segredo dela é o capricho com que conduz a colheita e a secagem, seguidas de um bom trabalho de laboratório. Tal trabalho deve ser realizado por degustadores experientes, que saibam identificar e classificar cafés em diferentes níveis de qualidade - superior, médio e inferior. Assim, cada lote é enviado para um mercado consumidor específico, explica Rogério. A produtora Silvana utilizou a cultivar Obatã Vermelho IAC 1669-20, desenvolvida pelo IAC. Segundo Rogério, a cultivar encaixou-se perfeitamente com a altitude e solo de terra roxa da propriedade. O café de Silvana conquistou nota de qualidade 85,79 na categoria Natural, com base na mesma escala.

Segundo o coordenador do evento e chefe do Departamento de Economia Rural da Seab, Paulo Sérgio Franzini, o concurso faz parte da campanha Café Qualidade Paraná, lançada no ano de 2000 com objetivo de aumentar o volume de café de alta qualidade produzido no Estado - além de selecionar e premiar os cafeicultores que se esforçam em adotar orientação tecnológica. “Em sua próxima edição, a 12ª, o concurso cumprirá também um papel fundamental na difusão de tecnologia desenvolvida pela pesquisa, na gestão da atividade e na inserção do café do Paraná no marketing dos Cafés do Brasil”, completa Paulo.

Concurso 
O Concurso Café Qualidade Paraná é promovido para premiar cafés de qualidade em três categorias - natural, cereja descascado e agricultura familiar. São classificados do quinto ao primeiro prêmio em cada categoria. Das 88 sacas de cafés premiados no último concurso, em 2013, o Estado do Paraná comprou 70 sacas.

Em outubro do ano passado, o café era vendido no mercado por uma média de R$ 250,00 a saca. Os lotes premiados foram vendidos por 410 reais a saca, premiando os produtores classificados no concurso. O regulamento prevê que o Estado pague um ágio de 25% sobre o preço de comercialização do café da Bolsa de Mercadorias e Futuros.

Para o cafeicultor Shigueo Yamamoto, de Apucarana, premiado pela categoria cereja descascado, o prêmio representa a valorização do trabalho do pequeno agricultor. “Além da premiação em dinheiro que ganhamos em 2013, conseguimos vender nosso café acima do preço de mercado. É um incentivo que deixa qualquer produtor contente porque sempre trabalho pensando na qualidade e não na quantidade”.

Além do ágio, os produtores que conquistaram as primeiras colocações no concurso receberam prêmios em dinheiro - R$ 5 mil aos primeiros colocados, R$ 3 mil aos segundos colocados e R$ 2 mil aos terceiros colocados de cada categoria. Quem ficou em primeiro lugar em cada categoria também participou de concurso semelhante realizado nacionalmente.

Produção atípica
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab (Maio 2014), o Paraná deverá colher em 2014 uma produção atípica de apenas 545 mil sacas de 60 quilos de café beneficiado, volume menor que a produção do ano passado, que somou 1,65 milhão de sacas. A queda drástica na colheita ocorreu em todo o País, em decorrência dos baixos preços do café praticados no mercado e que desestimularam o produtor, segundo o engenheiro agrônomo Paulo Franzini. No Paraná, além do fator mercado, as geadas ocorridas no ano passado derrubaram ainda mais a produção.

Em função desse cenário, muitos produtores erradicaram áreas plantadas, com perda de quase 30% no Estado. Em 2013, cerca de 82 mil hectares estavam ocupados com a cafeicultura, área que foi reduzida para 58 mil hectares em 2014. Segundo a Revista Cafeicultura, o número de produtores também caiu de 12 mil para cerca de 10 mil.

“O mais importante não é produzir em quantidade e sim em qualidade. É essa a meta do Paraná”, afirmou Franzini. Ele explica que o Estado continua apoiando o produtor com programa de estímulo por meio de incorporação de tecnologia para o aumento de produtividade e da renda na propriedade.

A Seab-PR vem investindo na instalação de unidades demonstrativas de produção de café com alta tecnologia para estimular o agricultor paranaense. Segundo Franzini, a média de produtividade de café do Paraná varia de 23 a 25 sacas por hectare. A meta proposta pela Seab é de 35 a 40 sacas por hectare.

Conheça as cultivares dos cafés premiados

Obatã Vermelho IAC 1669-20 - A cultivar, desenvolvida pelo Iac, apresenta elevada resistência à ferrugem. É de maturação tardia e, em algumas regiões, mais tardia do que a Catuaí Vermelho. Apresenta, em alguns locais, produção superior à da cultivar Catuaí Vermelho, principalmente quando se consideram as primeiras colheitas. A qualidade da bebida é muito boa e apresenta aproximadamente 62,5% de Bourbon Vermelho em sua composição.

Catuaí Vermelho - Desenvolvida pelo Iac, a cultivar apresenta produção média de café beneficiado que varia de 30 a 40 sacas por hectare, em espaçamentos normais. Em áreas irrigadas, no espaçamento de 3,80 x 0,50m, a produtividade média chega a 3.600 kg/ha. A produção pode chegar a 100 sacas em anos de elevada produção e em espaçamentos menores.

A participação da cultivar Bourbon Vermelho em sua formação é de 75% e a qualidade da bebida é excelente. Aliás, o termo Catuaí, em tupi-guarani, significa “muito bom”. A cultivar é suscetível à ferrugem e aos nematóides, mas possui elevado vigor.

IPR 98 – Lançada em 2004 pelo Iapar, a cultivar é ­produtiva, resistente à ferrugem e de porte baixo. Os frutos da IPR 98 amadurecem depois da cultivar IAPAR 59. Assim, ela vai contribuir para escalonar a colheita no modelo de cafeicultura adensada e possibilitar ao ­cafeicultor colher as duas cultivares no ponto ideal de colheita, produzindo um café de bo­a qualidade.

Por dispensar o controle químico da ferrugem, 150 a 620 mil kg de fungicidas deixarão de ser lançados no ambiente a cada ano no Paraná – o que representa economia de 5 a 10 milhões de reais por ano.

IAPAR 59 - Lançada em 1994, a cultivar apresenta, como principal característica, a resistência completa a todas as raças fisiológicas de ferrugem conhecidas. Possui porte compacto pequeno a médio, maturação semi-precoce e tamanho dos grãos de peneira média 17.

Mesmo apresentando volume de copa menor, a média da produção anual por planta, obtida nos períodos de dois, quatro e seis anos em Londrina, Carlópolis e Loanda, demonstrou que a cultivar Iapar 59 é altamente competitiva no mesmo espaçamento em comparação com as cultivares comerciais em uso, com a vantagem de não necessitar de tratamento químico para o controle da ferrugem.


Informações Embrapa Café/ Por Carolina Costa, com informações adaptadas da Revista Cafeicultura. 

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